2023
8 dicas para não desistir das metas de ano novo

Estilo de Vida

2023 está quase aí e é importante estabelecer as metas e resoluções para este novo ano. Teresa Feijão, psicóloga, deixa-nos algumas dicas. Aproveite!

Sex, 30/12/2022 - 14:30

Dezembro é o mês para começar a pensar nas resoluções para o ano seguinte e no lema ‘Ano Novo Vida Nova’. Contudo, nem sempre é fácil cumprir tudo aquilo que se pretende. Contudo, está na hora certa para começar a fazer a lista. A VIP falou com Teresa Feijão, psicóloga que começou por ensinar como definir as metas.

  1. Definir objetivos realistas e possíveis:

Definir algo impossível de concretizar, implica lidar com a frustração e a desmotivação. Defina sempre algo que possa ser alcançado, de modo a ser possível delinear ações realistas e consequentemente manter o foco nos resultados a atingir.

2. Analise a sua lista de objetivos:

Os objetivos que define convém que sejam:

  • Específicos – definidos de forma concreta e envolver, para a sua concretização, ações específicas a pôr em prática.
  • Mensuráveis – os objetivos devem ser definidos de modo a ser possível medir a evolução das ações realizadas para os alcançar e avaliar se cada um deles foi realmente concretizado ou não. Será assim possível avaliar se o seu desempenho está a levar às mudanças que desejava. Mantenha o foco, procurando avaliar o seu desempenho e resultados, pelo menos, semanalmente.
  • Relevantes – a definição dos seus objetivos deve implicar que o seu esforço será recompensado quando os alcançar e que cada objetivo inclua características que façam sentido para si e para a sua realidade, tendo bastante a ganhar com a sua concretização.
  • Definidos com datas de concretização – os seus objetivos têm que ter um prazo para serem alcançados. Essa data dá um foco. Sem uma data específica, pode acabar por se desfocar e desmotivar.

3. Defina objetivos que dependam de si

Definir objetivos que pouco ou nada possa controlar, facilmente levará a desmotivação e frustração. E consequentemente, desistência.

4. Concentre-se no processo e não apenas no objetivo final

Dê um passo de cada vez, planeie cada ação, valorize e comemore o seu progresso. Isso vai ajudar a manter a motivação e o foco no que se pretende alcançar.

5. Encare o medo da mudança com otimismo

Tome consciência que as suas desculpas são uma forma de encobrir o medo de avançar para algo que sente como sendo um desafio, o que naturalmente assusta. Mas se realmente o seu desejo de mudança é grande, a única forma de ultrapassar o medo é enfrentá-lo. É normal sentir medo perante uma mudança, mas permanecer na “zona de conforto” apesar de não trazer novos medos, também não trará nada de novo. Se realmente pretende mudanças na sua vida, tem obrigatoriamente que arriscar esse salto; caso contrário, não conseguirá evoluir. E só tentando terá certezas se conseguirá. E só assim poderá alimentar a motivação para fazer mais e melhor.

6. Não desista perante os erros e a frustração

Errar é humano. O que temos é que trabalhar a nossa atitude perante os erros. Os erros não são mais do que oportunidades de aprendizagem. Dão-nos a oportunidade de voltar a tentar de forma diferente com base na experiência anterior que não resultou e não deverá, como tal, ser repetida de modo igual. Os erros levam naturalmente a sentimentos de frustração. Mas esta frustração abre caminho à mudança e à readaptação, pois implica pensarmos em novas estratégias, diferentes das que levaram à frustração da nossa expectativa inicial, contribuindo para o sucesso e evolução.

7. Elaborar um plano de ação

Definir objetivos é apenas uma parte do processo, pois sem a definição de um plano de ação, nunca serão alcançados. É importante que o seu plano de ação seja desafiador para si e quanto mais detalhado for melhor será o seu comprometimento com cada etapa do processo. Considere sempre no seu plano os elementos: “O QUÊ”, “COMO”, “QUANDO”, “PORQUÊ”, “ONDE”, assim como os “GANHOS” com os resultados de cada ação (que servirão como estímulos para se manter focado(a)).

8. Faça acontecer!

Após a elaboração do plano de ação, tem que ser persistente para atingir o que tanto quer. Esta é a etapa mais desafiadora, pois é aqui que surgem os “sabotadores”, as desculpas, a preguiça, outras coisas “urgentes”, que nada mais farão do que impedir que se mantenha focado(a). Por isso, muita atenção neste momento. A maioria das pessoas que não consegue concretizar objectivos falha nesta fase porque não agem. A grande chave do sucesso na execução é a capacidade de treinar o cérebro para adotarmos uma nova postura e isso só acontece com treino e persistência. O simples facto de ter o plano de ação detalhado não produz por si só resultados. É imprescindível AGIR!

Mas qual é a importância de estabelecer essas metas?

Estabelecer metas já é algo benéfico por si só. E não se trata apenas de uma lista de desejos, a definição de metas é o momento de olhar para a própria vida e refletirmos sobre os caminhos que queremos seguir e o porquê. Essa reflexão permite trabalharmos o nosso autoconhecimento e o comprometimento com os nossos desejos e ambições. A partir das metas, é possível definir as nossas prioridades e estabelecer pequenos passos para as alcançar. Definir metas permite-nos também tomar consciência dos nossos potenciais e das nossas fragilidades e limites individuais e desenvolver a nossa autoconfiança. Sabendo quem se é e onde se quer chegar, a probabilidade de desmotivação diminui, tornando-se mais fácil e possível que essas metas sejam cumpridas e alcançadas.

Em qualquer área da vida e em qualquer situação, estabelecer metas claras faz toda a diferença no nosso desenvolvimento e sucesso. Saber onde se quer chegar permite darmos o nosso melhor e otimizarmos os nossos resultados, quer seja na vida pessoal ou profissional.

Apesar de estabelecermos regras e de fazermos listas com objetivos de que gostaríamos de ver cumpridos, nem sempre é fácil a nível psicológico. Teresa Feijão explica:  “O principal motivo é a tendência para definir objetivos a longo prazo. E a longo prazo, torna-se mais difícil visualizar os benefícios, perdendo-se o foco e a motivação rapidamente. Somos mais sensíveis a recompensas e respostas imediatas, nomeadamente porque remetem para algo mais possível e concreto.”

Além disso, indica-nos dicas para facilitar o cumprimento dessas resoluções:

1. Os nossos objetivos têm que fazer sentido para nós. Daí aprofundar o autoconhecimento ser tão importante, nomeadamente pelas certezas do que nos trará maiores ganhos (a nível pessoal, emocional, financeiro e profissional)

2. Definir os objetivos com clareza, com detalhe, nomeadamente quanto ao “O QUÊ”, “COMO”, “QUANDO”, “PORQUÊ”, “ONDE”

E quando não conseguimos cumprir, como podemos lidar?

Permita-se errar e permita-se lidar com a frustração do insucesso. Mas de forma a que tal lhe sirva de aprendizagem para melhorar as suas estratégias de comprometimento com as ações necessárias para cumprir os objetivos para o novo ano e para refletir novamente sobre o quanto continuam a ser importantes para si e redefinir prioridades. Reforce a proatividade mas reduza as expectativas quanto a resultados demasiado rápidos. Muitas vezes, são essas mesmas expectativas que nos afetam a autoconfiança para avançar, a motivação e a tendência para a procrastinação e o incumprimento. Daí ser também muito importante trabalharmos constantemente a nossa autoestima e autocuidado. Se a nossa autoestima estiver comprometida, a motivação geral baixa como consequência. Focarmo-nos em trabalhar o otimismo, o autoconhecimento, a autoestima e a autorreflexão constante, permite aumentarmos o nosso potencial de autoconsciência e, mais facilmente, minimizarmos bloqueios e fragilidades, reforçarmos pontos fortes e aumentarmos a consistência, a disciplina e a produtividade.

Entrevista: Maria Constança Castanheira; Fotos: D.R.

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