Há profissões que não têm descanso, mesmo em dias de reunião familiar. O Natal e o Ano Novo são algumas das datas mais importantes do calendário português mas, ainda assim, nem todos os profissionais, independentemente da área, param nestes dias.
Médicos, enfermeiros e polícias estão entre os que não descansam nos referidos feriados. Mas não são os únicos. Existem muitas profissões que não podem parar a execução dos seus serviços. Isto de modo a que a sociedade se mantenha em ação e de forma organizada.
Percorra a galeria e fique a saber que profissões que não param no Natal nem no Ano Novo.
Comeu bacalhau? E sabe porque é assim há tantos anos?
Manda a tradição que o bacalhau cozido com batatas e couves – tudo regado com um bom fio de azeite – seja o rei da mesa ao jantar do dia 24 de dezembro. Tirando o polvo, que chega às mesas em Trás-os-Montes e Alto Douro, este peixe é definitivamente a opção na maioria do território português para a Consoada.
Mas nada é por acaso e há uma razão para que assim seja. Essa razão remonta ao século XVI. Nesta época, era cumprido um período religioso de abstinência de carne, que terminava à meia-noite de dia 24 de dezembro. Por ser um peixe seco e que, por isso, exige menor conservação, o bacalhau era o eleito para a maioria das cozinhas.
Com o avançar dos anos, esse jejum deixou de ser cumprido, mas a tradição de se comer bacalhau manteve-se. “Impôs-se porque chegava ao interior do país. A carne significava o pecado, a luxúria e, portanto, a véspera de Natal era também um dia de purificação até à meia-noite”, explica José Manuel Sobral. O autor de vários estudos sobre a relação entre o bacalhau e os portugueses acrescenta que o que começou por ser “penitência transformou-se em prazer”.
O primeiro prato de carne era, assim, consumido quando as famílias chegavam a casa da Missa do Galo.
Texto: Márcia Alves; Fotos: D.R.