João Lamoza
Desabafa: “Solidão, ansiedade, depressão. Senti e sinto”

A lutar contra um cancro nos testículos diagnosticado em agosto, o ator João Lamoza fez um desabafo sobre as redes sociais. O artista questionou mesmo o facto da maioria das pessoas só partilhar uma realidade cor de rosa. “Assustador a quantidade de coisas que postamos aqui a sorrir, de coração partido. A dançar, deprimidos. Em jantares, numa solidão profunda”, escreveu.

“Instalámos a cultura do ‘está tudo bem’, porque ‘está tudo bem’ com o vizinho do lado. Porque ninguém vai ter paciência para as nossas m*****, porque estar f*** não é sexy, nem trendy. Não precisa de ‘estar tudo bem’, e não é natural que esteja”, continuou, admitindo que ele próprio o faz.

“Detesto fazer parte de um circo que eu próprio ajudo a manter-se em funcionamento. Melancolia. Tristeza. Solidão. Ansiedade. Depressão. Senti, sinto e certamente irei voltar a sentir. Faz parte da viagem”, concluiu.

De seguida, divulgou uma imagem onde surge sorridente, numas férias, e outra onde se mostra na cama de um hospital e questionou: “Qual acham que partilhei”?.

Quimioterapia “foi horrível”

A lutar contra um cancro nos testículos, que lhe foi diagnosticado em agosto, o ator João Lamoza conta que os tratamentos não têm sido fáceis. Em conversa com Manuel Luís Goucha, no programa ‘Goucha‘, da TVI, descreve mesmo a quimioterapia como “horrível”. “Não consigo dizer de outra forma ainda. Ainda tento arranjar uma forma menos má de me referir à quimioterapia”, começou por contar.

“Fiz um ciclo. A minha quimioterapia é aquilo que se chama uma quimioterapia curativa. Não era uma coisa para ser prolongada no tempo, era algo para resolver um problema já. Ou seja, tinha a sua dose de peso. Era radical. E senti tudo aquilo que as pessoas comentam que pode ser a quimioterapia”, relatou.

O ator, que tem partilhado alguns detalhes desta luta com  os seguidores, revelou algumas dificuldades que enfrentou por causa dos tratamentos. “Não conseguia comer, quase que não conseguia andar, estava muito fraco, os meus glóbulos brancos desceram… Entrei no hospital com 5800 e entrei para ser internado com 240. Apanhei uma infeção na garganta. Foi tudo muito complicado. A parte emocional e psicológica vai completamente abaixo”, contou, emocionado.

Para já, conta que não consegue recordar bem a situação… “Nem água conseguia beber. Ao quarto dia, só o cheiro do meu corpo… o suor, o cheiro do químico, a urina… Ainda não tenho distância suficiente para falar sobre a quimioterapia. Para mim, foi duríssimo, foi horrível”.

 

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Texto: Vânia Nunes; Fotos: Redes Sociais

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