“Acho que a pandemia bloqueou o meu irmão. Ele tinha um defeito, que é o mesmo que eu tenho: ele pensava demais, preocupava-se mais com os outros”, explicou. A cantora explica ainda que o irmão era “a pessoa que não via maldade em ninguém”, mas “na pandemia acho que ele achou que era incompetente para com os outros”.
Neste seguimento, a artista, formada em psicologia clínica, revelou que fala com o irmão em dois locais: “São dois sítios de referência quando tenho dias muito maus: um deles é junto dele, fisicamente, digamos assim, e outro na Foz do Douro, que é um sítio onde eu gosto de assistir ao pôr do sol e de me reencontrar”, continuou.
Quanto à perda do irmão, garante: “Existe a fase da aceitação pelo facto dele não estar. Que dói, dói e muito. Aquele olhar era aquele olhar que dizia tudo. A cumplicidade que nós tínhamos era de tal forma grande que o olhar bastava. Nunca na vida terei cumplicidade com mais ninguém, nem com a minha filha”, acrescentou Filipa Lemos.
“Eu não me culpo e digo isto de uma forma muito frontal. Não me culpo, mas assumo que falhei com ele. Acho que se tivesse ficado cá [estava a viver no México na altura com o marido e a filha] as coisas teriam sido diferentes”, desabafou por fim.
Texto: Maria Constança Castanheira; Fotos: Redes Sociais
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