Morte de Jéssica
Bruxa Tita e marido continuam sem assumir crime

Nacional

Tita e o marido, Justo, aceitam falar perante o juiz mas não assumem a morte de Jéssica, de três anos. Menina morreu na segunda-feira vítima de maus-tratos

Sáb, 25/06/2022 - 12:15

Os suspeitos da morte de Jéssica, a menina de três anos que faleceu na segunda-feira com sinais de ter sido vítima de maus-tratos, continuam sem assumir o crime. Ana Cristina (Tita) e o marido, Justo, aceitaram prestar declarações perante o juiz do Tribunal de Setúbal. O Correio da Manhã revela que o depoimento de Tita foi curto, mas o de Justo foi mais longo. Os dois mantêm a versão de que a menina caiu da cadeira. Também não assumem o rapto da criança e a extorsão da mãe, Inês. Aceitaram falar perante o juiz para tentar ilibar a filha Esmeralda, de 27 anos, que também foi detida pelas autoridades.

Tita e Justo são suspeitos do crime de homicídio qualificado, ofensas à integridade física grave, rapto e extorsão. Já a filha foi detida por crimes de omissão de auxílio, dado que, alegadamente, terá assistido aos maus tratos e não prestou socorro à menor.

Os três suspeitos da morte de Jéssica irão conhecer as medidas de coação este sábado, dia 25 de junho.

A morte que está a chocar Portugal

A morte de Jéssica, de três anos, está a chocar Portugal. A mãe de Jéssica contou à Polícia Judiciária que tinha uma dívida de menos de 1000 para com Tita. Alegadamente, por serviços de bruxaria. Os suspeitos terão retido a criança para exigirem o pagamento da dívida. Jéssica terá sido torturada.

De acordo com a Lusa, o coordenador da Polícia Judiciária de Setúbal referiu que a mãe da menina pode ter sido enganada. João Bugia disse que a ama terá sugerido que a mãe levasse a criança à sua casa, já que podia brincar com a neta em idade semelhante, enquanto falavam da alegada dívida.  Depois disso, a ama e familiares não a deixaram levar de volta para casa. A mãe garante que escondeu o rapto porque estava sob ameaça.

Jéssica esteve cerca de cinco dias na casa de Ana Cristina e Justo, em Setúbal. Quando a mãe a foi buscar, a menina apresentava sinais de maus tratos. Jéssica viria a falecer no hospital depois da mãe chamar o INEM.

A menina tinha sido sinalizada pela Comissão de Proteção de Menores logo no nascimento. O Tribunal de Família e Menores de Setúbal tinha arquivado o processo a 30 de maio.

Mãe de Jéssica quebra o silêncio: “Tenho o meu coração desfeito”

A mãe da menina de três anos que morreu, na tarde de segunda-feira, 20 de junho, em Setúbal, quebrou o silêncio nas redes sociais.

A progenitora de Jéssica deixou uma mensagem de despedida para a filha: “Não tenho palavras para descrever a dor que estou sentindo , tenho o meu coração desfeito”, começou por dizer.

“Tenho tantas saudades tuas minha querida filha. Descansa em paz meu anjinho , és a minha estrelinha guia …. amo – te e vou te amar sempre minha filha ”, rematou.

Texto: Ricardina Batista; Foto: D.R

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