Will Smith
Confessa que se sentiu “cobarde” por não ter impedido que o pai batesse na mãe

Internacional

Will Smith deu uma entrevista a David Letterman para o programa da Netflix – My Next Guest Needs No Introduction (O Próximo Convidado Dispensa Apresentações). O ator abriu o coração e recordou momentos difíceis da própria infância.

Qua, 25/05/2022 - 7:40

Will Smith foi um dos convidados de David Letterman para o programa da Netflix My Next Guest Needs No Introduction (O Próximo Convidado Dispensa Apresentações). Esta entrevista já pode ser vista pois chegou à Netlix esta sexta-feira, 20 de maio e apresenta um aviso logo nos primeiros segundos para não dar azo a controvérsias. “Este episódio foi gravado antes da cerimónia dos Óscares de 2022.”

Nesta conversa, o ator recordou os momentos mais difíceis por que passou na infância, também descritos na sua autobiografia intitulada “Will”. “A primeira linha do primeiro capítulo diz: ‘Sempre pensei em mim próprio como um cobarde’”, explica. “Quando tinha nove anos, vi o meu pai bater na minha mãe e eu não fiz nada. Isso deixou-me com a traumática imagem de mim próprio como um cobarde.” A experiência de reviver estes traumas através da escrita permitiu-lhe “desbloquear” uma parte de si “como ator”. “A vida neste momento é, para mim, muito excitante, porque consigo chegar a diferentes tipos de pessoas de forma distinta, mais do que nunca, graças à dor de que padeci”, refere. “Estou realmente pronto a mergulhar no meu coração de uma forma que espero ser proveitosa para mim mas também proveitosa para a família humana.”

“Vi toda a minha vida a ser destruída”, Will Smith

Enquanto recordava um dos episódios em que ingeriu uma droga alucinogénica, o ator revelou ter tido visões da destruição da sua carreira e de toda a sua vida. Esta antevisão do futuro tem sido um dos momentos mais comentados. Tudo aconteceu num ritual de ayahuasca (um chá feito de ervas com propriedades alucinogénicas), cujo objetivo passa pelo indivíduo percorrer uma viagem de autoconhecimento. Will Smith contou que, durante o espaço de dois anos, terá tomado a droga alucinogénica por pelo menos 14 vezes. E uma delas foi “a experiência psicológica mais infernal” da sua vida.

“Bebi e aquilo normalmente demora cerca de 45 minutos até fazer efeito. Estava sentado e acabas sempre por pensar: ‘Bem, desta vez talvez não vá fazer efeito.’ Lá bebi, aguardei sentado e de repente começo a ver todo o meu dinheiro a desaparecer, a minha casa, a minha carreira a desvanecer-se”, contou. “Vi toda a minha vida a ser destruída”, explicou, assumindo que esse é um dos seus maiores medos. A meio da visão, terá ouvido a voz da filha, Willow, a chamar por si. “De repente [ao ouvi-la], deixei de me preocupar com o dinheiro. Só queria ver a Willow. Deixei de me preocupar com a casa, com a minha carreira.” Apesar de ter sido uma “experiência infernal”, Smith explicou que o ajudou a perceber que “seria capaz de lidar com qualquer coisa que acontecesse” na sua vida. “Consigo lidar com qualquer perda de pessoas, consigo lidar com qualquer coisa que corra mal. Consigo lidar com o meu casamento, tudo o que esta vida tenha para me dar.”

No entanto, numa dos momentos em que falou da família, assumiu: “A proteção e a segurança são uma ilusão. Tens que aprender a viver com a realidade de que, a qualquer momento, tudo pode desaparecer num segundo. Perante essa realidade, como é que podes estar presente? Como é que podes ser feliz e estar presente?”

Texto: Inês Neves; Fotos: D.R. e reprodução Instagram

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