Anna Eremin está à espera do primeiro filho e, à semelhança de outras figuras públicas, assumiu que não gosta de estar grávida. Num longo texto partilhado nas redes sociais, a atriz, que está na 24ª semana de gestação, confessou que tem sofrido com muitos enjoos, com a mudança do corpo e que até deixou de conseguir fazer sexo com o namorado.
“Odeio estar grávida”, começou por escrever. “São 24 semanas disto, faltam, pelo menos, 14 e acho que posso dizê-lo publicamente e sem vergonha. Detesto estar grávida. E, atenção, isto não significa que não queira a criança, não esteja entusiasmadíssima a pintar um quartinho de verde, que venha a ser a pior mãe do Mundo… não. Significa apenas que odeio estar grávida. E sim, é impressionante e admirável o que o nosso corpo é capaz de fazer, os pontapés e os movimentos da bebé são fascinantes… mas… preferia assistir a isso tudo ao longe”, disse ainda.
Apesar de não ter uma gravidez de risco, conforme Anna Eremin explica, a atriz tem sido ‘brindada’ com fortes enjoos. “Não vomitei uma única vez, mas enjoei tudo. E quando eu digo tudo, é mesmo tudo. Todos os cheiros pareciam ampliados a um nível monstruoso – deixei de conseguir usar qualquer gel de banho, deixei de conseguir dar beijinhos ao meu cão… Senhores, até sexo eu enjoei (e como lidar com a pressão do cérebro em relação a isto? É que ‘é suposto aproveitar agora, porque depois da criança nascer…’)! O meu próprio cheiro dava-me a volta ao estômago (ainda dá… Porque é que ninguém nos avisa que o nosso cheiro se altera e não é para melhor?)”, escreveu, sublinhando ainda o extremo cansaço que sente: “Toda a vida tive energia para dormir pouco, acumular trabalhos e ser uma formiga atómica. Os dias em que consigo fazer uma sopa são extraordinários. Tenho sono todos os dias, a toda a hora e, aparentemente, não, não alivia no segundo trimestre”.
Anna Eremin sente-se “a pessoa mais feia do planeta”
Além dos enjoos e do sono, Anna Eremin também tem chorado muito. “Choro compulsivamente quase todos os dias e vejo tudo pintado a negro. Acima de tudo, a estranheza maior é a sensação constante do meu corpo já não me pertencer (e nem vou entrar pela futilidade – que sinto todos os dias e culpo-me por isso – da minha cara parecer um adolescente com acne, as minhas gengivas sangrarem tanto apesar de todos os tratamentos que pareço o Drácula, de ter engordado 10 quilos, das coisas não me servirem e me sentir a pessoa mais feia deste planeta)”, escreveu.
“Quando me olho ao espelho, não me reconheço, não gosto do que vejo e, grande parte dos dias, não tenho vontade de sair à rua… E sim, sou até uma gaja inteligente e informada e tenho plena consciência que as hormonas são o protagonista desta me*** toda. Mas, fod*-**, é francamente insuportável”, afirmou Anna Eremin, salientando ainda o medo que sente: “E com isto, claro que vem o medo… E se isto nunca passar? E se for pior quando estiver cá fora? E se o meu corpo não voltar ao normal (não é magro, é normal, obediente a mim, ágil, meu)? E depois uma pessoa abre o feed do instagram e todas as grávidas parecem felizes e lindas de morrer, então estou completamente errada! E depois as que já são mães dizem ‘oh, isso passa, relativiza…’.”
Anna Eremin não quis terminar este longo desabafo sem dedicar algumas palavras ao companheiro. “Tenho a sorte de ter o melhor gajo do Mundo ao meu lado (e quem me dera estar a ter sexo incrível com ele em vez de estar a escrever este texto, mas, enfim, isso continua problemático) que me atura e ampara e faz rir”, disse, acrescentando: “Mas detesto mesmo estar grávida. E quando a criança estiver cá fora e eu me voltar a sentir eu própria (demore o tempo que demorar!), provavelmente vou rir-me muito disto e também eu dizer “fod*-**, devia ter aproveitado mais’. Mas isto não é para mim. É para uma ou outra grávida que esteja sentada no sofá a comer gelado de baunilha e a chorar compulsivamente e a estranhar o seu próprio cheiro não se sentir tão sozinha. Porque isto da gravidez, por mais gente fixe que se tenha à volta, é um processo muito solitário. Para o bem e para o mal.”
Texto: Patrícia Correia Branco; Fotos: Reprodução redes sociais
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