Quando deu uma entrevista ao “Alta Definição”, da SIC, Eunice Muñoz revelou o seu último desejo a Daniel Oliveira. A atriz, que morreu nesta sexta-feira, 15 de abril, aos 93 anos, vítima de paragem cardiorrespiratória, queria que as suas cinzas fossem espalhadas junto a um poço onde brincava em criança com o irmão.
“Era ali que eu brincava quando era criança com o meu irmão, que tem menos um ano do que eu. Era à volta daquele poço que nós brincávamos”, contou Eunice Munõz. À data dessa conversa, a artista adiantava ainda que não tinha falado “com os donos da casa para que eles autorizem”. “Já deliberei isso ao meu filho António”, referiu.
Eunice nasceu na Amareleja, no distrito de Beja, em 1928.
Governo decreta luto nacional do dia do funeral de Eunice Muñoz
O Governo vai decretar luto nacional no dia das cerimónias fúnebres de Eunice Muñoz. A informação foi avançada por fonte do Ministério da Cultura à Lusa.
Pedro Adão e Silva foi uma das figuras a lamentar a morte da artista. “Neste momento, devemos-lhe o mesmo aplauso que sempre lhe oferecemos, um aplauso de certa forma eterno”, declarou o ministro àquela agência de notícias, considerando um “privilégio para Portugal e para os portugueses” ter uma atriz como Eunice Muñoz. “Tinha um talento quase natural e um dom único para a representação e, por isso mesmo, para nós todos, a vida da Eunice Muñoz confunde-se com os palcos e com o teatro, é uma espécie de relação íntima que todos fomos desenvolvendo com a mulher doce e afável”.
Eunice Muñoz tinha completado em novembro passado 80 anos de carreira. Em abril, tinha sido condecorada por Marcelo Rebelo de Sousa com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, cerca de três anos depois de ter recebido a Grã-Cruz da Ordem de Mérito.
O Presidente da República foi um dos primeiros a lamentar a perda de uma “referência nacional, admirada e respeitada por todos os portugueses”. “Portugal está de luto. Habituámo-nos a que Eunice Munõz era eterna”, disse o Presidente da República sobre a atriz, recordando a vida dedicada “ao teatro, mas também ao cinema, à televisão, à cultura de Portugal e aos portugueses”.
“Não a esquecemos, nunca a esqueceremos, estará sempre no nosso coração”, terminou Marcelo, em declarações aos jornalistas, no final da cerimónia alusiva à partida da força militar portuguesa para a Roménia, neste sábado de manhã.
Texto: Ana Filipe Silveira; Fotos: Arquivo Impala
Siga a Revista VIP no Instagram