Dois dias depois de ser expulsa do Big Brother Famosos, Marie deu uma entrevista na qual faz questão de frisar que ama a mãe e que sempre soube que o amor era recíproco, apesar de esta não aceitar a sua diferença. Recorde-se que Marie chocou ao contar na rubrica Curva da Vida que teve uma infância e adolescência marcada pela rejeição familiar, por ser diferente. “Sinto que a minha mãe nunca me amou (…) O meu pai irritava-se e acabava por me bater», declarou Marie, na altura.
Agora, terminada a experiência no reality show da TVI, Marie confidencia que ainda não teve oportunidade de falar com a mãe para esclarecer tudo. Pelo contrário, tem ao seu lado o pai, Martinho Gomes, desde os primeiros minutos fora da casa mais vigiada do País. “O meu pai e eu dormimos juntos. Estamos no mesmo sítio, ele ainda não foi trabalhar. O que nós falámos fica entre nós. Está tudo ótimo, damo-nos muito bem”, garante.
“Ainda não falei com a minha mãe, porque ainda não tive em chamada com quase ninguém. Não é assunto para chamada curta. O meu pai fala com ela ao telefone. Prefiro falar com ela quando tiver tempo”, acrescenta, explicando que percebe que os pais só a queriam proteger dos “tubarões”. “Não era uma questão de os meus pais não gostarem de mim. Eles tinham medo por mim, isso fez-me criar, enquanto adolescente, alguma frustração em relação a isso, o que é normal. O que eu sempre frisei é que amo a minha mãe e a minha mãe ama-me, mesmo que não me aceite”.
“Durante a minha adolescência, (o meu pai) conseguiu engolir a vergonha que poderia sentir de mim”, declara Marie. Além disso, defende que também ela própria se afastou da família e se “fechou no quarto por causa dos medos”: “Sei que se eu tivesse pedido ajuda… eu sei que eles me amavam muito (…) eu também tinha as minhas inseguranças. Afastei-me porque eu própria não me sentia enquadrada. Do lado dos meus pais, eu sei que, no fundo, eles sempre gostaram de mim”, frisa. “Eu sou muito dos porquês desde muito nova, por causa das minhas inseguranças”, diz.
“Eu sou uma pessoa extremamente sensível, tenho noção disso. E nem todas as pessoas conseguem perceber o que eu sinto. Podem achar que sou dramática. E eu às vezes também acho que sou dramática”, considera.
Sobre a experiência no Big Brother Famosos, Marie diz-se muito “feliz e agradecida” . “Senti muito amor (…) Ganhei à minha maneira. Cresci enquanto pessoa. Foi uma oportunidade que eu nunca poderia ter na minha vida.” Já quando às críticas que recebeu à sua participação no programa, afirma: “A mim não me serve a carapuça a nada. Saí no momento certo. Esta semana já estava a sentir-me uma planta e eu não sou uma planta.”
E sobre o Futuro? “Gostava muito de evoluir enquanto artista no geral. Gosto de pintar, só não sei cantar”. O futuro de Marie pode ainda passar ela moda, área pela qual é fascinada: “Se pudesse fazia a minha roupa toda.”
“O Mundo precisa de mais Maries”
Terminada a participação no Big Brother Famosos, Marie faz um balanço positivo e frisa que se sentiu aceite no programa da TVI. “Sinto-me bem porque sinto-me aceite. É o mais perto que eu tive enquanto artista, é o mais próximo de estar a realizar alguns dos meus grandes sonhos. Estou extremamente feliz”.
Além disso, admite que pretendeu ensinar a importância do amor e de aceitar a diferença: “O mundo precisa de mais Maries, mais cor. Nem é por ser Maries em especifico: o mundo precisa de mais alegria. O Mundo precisa de mais leveza. O Mundo precisa de mais amor, muito mais!”, conclui.
Mãe da Marie diz que filha “fugiu do padrão”
Entretanto, Isabel Pinheiro, mãe de Marie, deu uma entrevista à TVI no qual afirma que a filha “fugiu ao padrão”. “Ela é exclusiva. Na cabeça dela só ela sabe o que vai. Nós pais, que convivemos diariamente com ela, pensamos: O que é isto?, Não sabemos”, afirma. “Ela era um menina doce e de repente isto. Foi um mundo que extravasou”, acrescenta a mãe da concorrente.
“A partir dos 10, 11 anos reparei numa hiperatividade, ela sempre foi assim. Era uma menina muito ligada às artes. Fazia teatro com 8 anos, mas com profissionalismo. Conseguia fazer dramas que punha o pessoal todo a chorar. Ela depois fugiu do padrão normal da educação, seja na linguagem, que ela não tem filtros. Nós, pais, que a educámos com aquela normalidade, dizemos que está errado. E ela só faz o que quer. A gente até agora tenta aceitar o que ela quer. Eu tentei incutir-lhe o que me foi incutido, embora de forma diferente, mas ela fugiu do padrão. A gente tentou, mas sempre achou que havia ali qualquer coisa de diferente.”
Texto: Ricardina Batista; Fotos: Divulgação TVI
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