Leonor Poeiras já tinha contado o caso, mas na altura não revelou o rosto da outra parte da história. Agora, numa altura em que a apresentadora e a TVI estão prestes a iniciar um confronto em tribunal, o mistério está revelado. Em meados de 2019, Rosa Cullell terá enviado um polémico briefing à comunicadora a propósito da forma como esta deveria ir vestida para as gravações de um programa.
Uma publicação semanal, que consultou o processo judicial interposto contra a TVI por Leonor Poeiras, no qual a apresentadora exige uma indemnização na ordem de um milhão de euros, relata que a então CEO do grupo Media Capital, que detém a estação de Queluz de Baixo, terá endereçado à comunicadora a seguinte mensagem: “Vá sexy e elegante”.
Tal terá acontecido há três anos, quando Leonor Poeiras foi convocada à última hora para conduzir “Quem Quer Casar Com o Meu Filho?”. E foi mesmo à última hora, visto que esta só foi informada de que iria apresentar o polémico programa um dia antes de as gravações arrancarem (há uma versão da história, contada pela própria comunicadora, que diz que o nome inicialmente pretendido pela estação deixou o formato porque “percebeu os riscos que corria” se viesse a dar a cara por ele).
Briefing? “Considerei abaixo de cão”, disse Leonor Poeiras
Ainda segundo a TV Mais, Leonor Poeiras ficou constrangida com o tal briefing vindo alegadamente de Rosa Cullell. Isso mesmo, aliás, a própria já tinha confidenciado, há aproximadamente um ano, numa entrevista concedida a Rodrigo Gomes e Daniel Fontoura, para o programa “Wi-Fi”, da RFM.
Na altura, a apresentadora disse: “Eu tenho a certeza de que, na RTP, nunca receberia o briefing que recebi uma vez, que foi ‘vai sexy’ e que eu considerei abaixo de cão. Na RTP, não há essas questões. Eu nunca trabalhei sem ter a pressão das audiências. Deve ser incrível, deve ser muito interessante”.
A revelação de Leonor Poeiras surgiu na sequência de declarações em que a apresentadora assumia que “gostaria de experimentar uma estação pública” após “tantos anos” numa privada.
TVI desmente Leonor Poeiras
Este é um dos muitos pontos relatados na defesa de Leonor Poeiras no processo judicial que esta coloca contra a TVI. Na sua defesa, a apresentadora aponta ainda o dedo a Nuno Santos, na altura o Diretor de Programas, que lhe terá comunicado que “não havia mais trabalho” para ela, aconselhando-a a procurar soluções noutros canais. Contudo, a estação de Queluz de Baixo garante que “é absolutamente falso que tenha dito que a TVI não tinha mais trabalho” para a comunicadora, “ou que houvesse uma qualquer intenção de revogar um contrato, que nem sequer existia”.
Para justificar a indemnização no valor de 1 milhão 286 mil 608 euros e 20 cêntimos que é pedida ao canal, “foram calculadas a indemnização de antiguidade, as remunerações que deveria ter auferido desde a data do seu despedimento até ao trânsito em julgado de decisão, as diferenças salariais entre o que devia ter recebido e o que efetivamente ganhou, bem como os subsídios de férias e Natal que nunca foram pagos no passado, e ainda uma indemnização por danos morais”, escreve a mesma publicação.
A primeira audiência estava marcada para o dia 31 de janeiro, mas teve de ser adiada devido à pandemia da COVID-19. A batalha entre Leonor Poeiras e a TVI em tribunal está agora prevista arrancar em 7 de fevereiro.
Texto: Dúlio Silva; Fotos: Arquivo Impala e reprodução redes sociais
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