Sara Santos perdeu a filha, Jéssica, a 6 de fevereiro de 2018 às 30 semanas de gestação. A bebé esteve mais de três horas a agonizar na barriga da mãe e já nasceu morta. Em julho do mesmo ano, a ex-apresentadora da SIC avançou com um processo-crime contra o Hospital de São Bernardo, em Setúbal, e ao médico que assistiu ao parto.
Segundo uma publicação diária, o Ministério Público de Setúbal acusou o médico José Sacramento Sousa, de 74 anos, por negligência e por omissão. De acordo o despacho de acusação, o obstetra conhecia o “caráter proibido da sua conduta” e “não se inibiu de a levar a cabo”, cita o CM.
A comunicadora deu entrada na unidade hospitalar com contrações. Os exames feitos na admissão mostraram que a bebé estava em sofrimento, mas a operação só ocorreu três horas depois. O Ministério Público acusa o profissional de saúde de ter prolongado a situação e uma cesariana de urgência poderia ter salvado o feto.
Sara Santos quer que o médico seja punido com uma pena prisão efetiva. Nas redes sociais, a antiga apresentadora já reagiu: “Finalmente, ao final de quatro anos saiu a acusação esperada. Esta não foi de todo uma surpresa. (…) É vergonhoso, que até à data a Ordem dos Médicos ainda não se tenha pronunciado. Este homem continua a exercer, mesmo perante todos os factos e provas apresentadas. A última vez que tive uma resposta da Ordem dos Médicos, foi em 2020. O caso encontra-se no Conselho Superior… Até quando? Espero que este seja expulso da Ordem o quanto antes, já devia ter sido. Vou aguardar que o julgamento seja para breve, e conseguir a justiça que tenho vindo a pedir desde o início. Que este homem apanhe prisão efetiva. A justiça tem de ser igual para todos, e reforço que nenhum médico está acima da lei. E por muito que me queiram derrubar, não me vou calar. Aqui estou eu… com muita força para lutar, levar o meu caso até às últimas instâncias, e fazer jus ao nome da minha filha Jéssica!”.
Recorde aqui o duro relato de Sara Santos:
Era uma gravidez de risco porque eu já tinha algumas contrações, mas tudo indicava que estava tudo bem com a bebé. Nas ecografias indicava que estava tudo bem e normal com ela”, começa por contar.
“Às 29 semanas, no dia 31 de janeiro fui parar ao Hospital São Bernardo com a tensão elevada, dores de cabeça. E lá a médica fez-me as análises necessárias, uma ecografia à bebé e estava tudo bem. Ao final de uma semana, no dia 6 de fevereiro, começo com contrações. Liguei ao meu médico em Lisboa e ele disse-me para ir para as urgências uma vez que estava com contrações de 15 em 15 minutos”, explica.
“Cheguei ao mesmo hospital, fui ligada ao CTG. Ao fim de 5 a 10 minutos, o CTG revelou-se não tranquilizador. Ou seja, cada vez que tinha uma contração, o batimento cardíaco da bebé, caia. A bebé já estava em sofrimento”, adianta.
“O que o médico teria de fazer? Uma cesariana. As enfermeiras mandaram chamar logo a equipa médica e pediatras. Quando o médico chegou, as enfermeiras disseram-lhe: “temos que a enviar já para a MAC (Maternidade Alfredo da Costa). O hospital não tem serviço neonatal. O médico gritou e disse: “ela não vai para lado nenhum. O médico aqui sou eu. E eu sei aquilo que vou fazer”, conta. Continue a ler aqui.
A ex-apresentadora da SIC é casada com Carlos André, e tem um filho, Carlos.
Texto: Carolina Sousa; Fotos: Redes Sociais
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