Válter Carvalho
Apresenta o filho à VIP

Nacional

De bon vivant a pai solteiro: O DJ fala sobre a maior aventura da sua vida

Sáb, 24/12/2016 - 11:40

Como qualquer pai “desesperado”, o Natal é um ótimo pretexto para convencer um filho a portar-se bem, lembrando-lhe que o velhinho das barbas só dá presentes aos meninos bem comportados. Valter Carvalho não é exceção e confessa, bem-disposto, que recorre a esta estratégia… O DJ aceitou o convite da VIP e apresenta o filho, Swahili, de quatro anos. 

VIP – Tem aqui um grande companheiro. Como surgiu o Swahili na sua vida?
Valter Carvalho – Eu já queria ser pai, mas não se consegue ser pai sem uma mulher e, na altura, eu não era um homem propriamente virado para pensar numa relação, mas surgiu a oportunidade de ser pai solteiro e assumi essa responsabilidade sem problema.

Adotou, portanto?
Não, perfilhei, mas não quero falar mais.

Ele está consigo desde que idade?
Desde os sete meses.

O Swahili não está com a mãe desde essa altura?
Não, mas vai estar agora, pela primeira vez. Há noção, de ambas as partes, de que não é uma situação fácil, mas não é propriamente fácil sair de Angola por causa dos vistos, mas agora está a encaminhar-se. Na verdade, não chega falar ao telemóvel.

Quando abraçou este desafio, certamente a maior aventura da sua vida, sentiu receio ou foi mesmo um “é agora”?
Nunca tive qualquer receio, zero mesmo. Tive foi momentos, depois, de pensar: “Oh, meu Deus, o que é que aconteceu à minha vida?”, e tudo começou com a viagem do Huambo para Luanda, em que estamos os dois no avião, e eu nunca tinha mudado uma fralda na vida, portanto, foi mesmo uma loucura. 

Que tipo de pai é?
Sou um pai muito disciplinado, e certas situações tiram-me imediatamente do sério, e foi isso que aprendi com ele, logo quando estávamos no avião para Luanda. Ele era um bebé, não percebia o que eu dizia, portanto, eu tinha mesmo de o deixar fazer o que ele quisesse, e eu já tinha passado por muitas situações em aviões de bebés a fazer birras e eu só esperava que aquilo não me acontecesse a mim… E aconteceu. Mas a partir do momento em que ele tem consciência, eu sei que sou um pai extremamente exigente e ele sabe. Ele tem o pai brincalhão, amigo dele, só que não suporto birras. 

Os terríveis dois anos foram um pesadelo?
Não, esses dois anos são a preparação para tudo o que aí vem, eu aprendi muito. Passei da vida de playboy para pai solteiro, mas há quem ache que ele está com a avó. Não! Ele está todos os dias comigo, só não está ao fim de semana, quando estou a trabalhar. No resto dos dias, sou eu que dou o pequeno-almoço de manhã, preparo para ir para a escola, vou buscar, tudo. 

Enquanto pai, o que é que o preocupa? 
A educação é uma grande preocupação mas, enquanto pai, preocupa-me conseguir dar o melhor possível para que ele, em idades mais complicadas, não agora, que só tem a minha influência e na creche, só em casa, mas chega a uma idade em que há todo um mundo de influências, a escola, os amigos, a televisão, a Internet… Quero conseguir dar-lhe todas as ferramentas para que ele, nessa altura, saiba lidar com isso. Tenho noção de que é um processo, mas eu quero facilitar ao máximo esse processo. O que me preocupa é se estou a fazer da forma certa, mas todos temos dúvidas, e enquanto ele viver debaixo do meu teto, as regras quem as impõe sou eu, tal como a minha mãe dizia. Ele é uma criança, mas tem noção.

Segue o seu instinto ou pede ajuda?
Sim, nunca li nada. No princípio tentei fazer tudo sozinho, é a minha maneira de ser, mas ninguém consegue fazer tudo sozinho. Mesmo assim, gosto de batalhar. Claro que, nos meus momentos de reflexão, chego à conclusão de que não vale a pena fazer tudo sozinho. Ainda tive alguns conflitos com a minha mãe porque tínhamos maneiras diferentes de fazer as coisas, o normal das avós, mas um dia ela disse-me: “Olha, mas tu estás nessa guerra comigo para quê? Eu criei três, tu e mais dois, praticamente sozinha, como tu sabes. Achas que eu não consigo ajudar-te a criar o teu?”, e claro que houve uma reflexão da minha parte.  

As noites são o maior “bicho-papão” de qualquer pai e mãe. Como geriu o cansaço?
A maior parte do meu trabalho é ao fim de semana e é no Norte. Quando trabalho à noite, tento que ele não esteja comigo para que eu também possa ter esse descanso, é a minha forma de gerir o meu descanso, mas aconteceu, no Algarve, ter trabalhos durante a semana, acabava de trabalhar às sete da manhã e ele às nove já me estava a acordar para ir para a piscina. 

Já lá vão quatro anos. Adaptou-se bem a este papel?
Acho que sim, cada um tem a sua avaliação. Ainda ontem fui buscá-lo a uma festa de aniversário e, quando cheguei, deram-me os parabéns pelo filho que tenho. Claro que isso enche uma pessoa de orgulho. 

Sente que, por ser pai solteiro, os holofotes estão mais em cima de si?
Senti, no início, essa pressão, mas acho que quando há provas de que tudo corre bem, deixam de estar tão em cima. Houve alturas em que me questionei, claro, mas é fazer um equilíbrio.

Leia a entrevista completa na edição 1013 da revista VIP.

Texto: Teresa de Oliveira Martins; Fotos: Bruno Peres

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