José Pedro Gomes
“Fartei-me de chorar e nem sou muito de chorar”

Nacional

O ator fala sobre os momentos que viveu quando esteve hospitalizado e em coma com uma pneumonia grave

Sáb, 29/10/2016 - 15:08

Sete meses depois de sair do hospital, onde esteve três meses internado e mais de um mês em coma induzido devido a uma pneumonia grave, José Pedro Gomes revelou, em entrevista ao Alta Definição, como foi esse momento da sua vida.

“Estava constipado, uma constipação um pouco maior do que o normal até que desliguei duas vezes na autoestrada (…) Fui contra um rail. Fui para o hospital por ter tido um acidente. Eu estive mesmo mal (…) A fase de não conseguir verbalizar foi horrível. Perdi 17 quilos de massa muscular. (…) não me podia mexer, tiveram de fazer uma espécie de sala de operações dentro dos cuidados intensivos porque não me podiam deslocar, porque se me mexia podia morrer ali. (…) eu não pensava na morte, não me lembro de estar preocupado. É esquisito”, declarou. “Alegadamente estive mesmo às portas da morte. Quando acordei queria desatar a fazer coisas e a sair dali. (..) Ainda estou a recuperar. O momento mais grave que tive não assisti, porque estava em coma induzido, mas foi quando os órgãos começaram a falir”.

A primeira pessoa que viu quando acordou do coma foi a mulher e foi quando percebeu que estava há bastante tempo no hospital. “Acordei e a ideia que tive foi dizer ‘como vamos fazer para os teus anos, vou sair a tempo?’, e ela disse-me ‘os meus anos já foram há um mês e tal’. Aí é que eu percebi.  (…) Fiquei com um mês a dever à vida (…) De repente cai a vida toda em cima de uma pessoa. (…) fartei-me de chorar e eu nem sou muito de chorar. (…) nos primeiros tempos nos cuidados intensivos chorava com coisas que as pessoas diziam, com a presença das pessoas…” Contudo, o humor ajudou-o a desdramatizar a situação e José Pedro Gomes recorda que brincava muito. “O humor é uma grande tábua de salvação, uma maneira de nos ajudar a andar para a frente e evitar as questões mais complicadas de resolver e para as quais não temos resposta”.

Agora, sete meses depois, o ator está de regresso aos palcos, com a peça de teatro Filho da Tetra, mas diz ainda não estar a 100%. “A respiração ainda não está completamente recuperada (…) sobre a vida ainda não tive tempo de pensar, ainda não tirei grandes conclusões, sou mais de andar para a frente”.

Texto: RB; Fotos: Impala 

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