Luís Borges
A história de vida difícil do manequim

Nacional

“Tens muita sorte de eu não te ter posto num caixote do lixo”

Sáb, 23/01/2016 - 15:37

Luís Borges abriu o coração em entrevista a Daniel Oliveira, para o Alta Definição, e contou a sua história de vida difícil. O modelo revelou como foi abandonado, aos dois meses, e depois adotado e como descobriu que não era filho do homem e da mulher que o criavam.

“A minha progenitora deixou-me num quarto de pensão e foi comprar droga para consumir. Pediu à senhora da pensão para cuidar de mim e não voltou. Foi presa pela polícia e deportada para Cabo Verde. Teve a opção de me levar a mim e ao meu irmão com ela, mas disse que não queria”. Depois de 20 anos, regressou. “Teve um cancro e teve de voltar a Portugal. O primeiro encontro aconteceu no salão do Eduardo”, contou Luís Borges. “Ainda lhe pensei dar uma oportunidade, mas ela disse-me coisas que não se dizem a ninguém. Abri-lhe a porta da minha casa, fui com ela a consultas, comprei-lhe roupa e quando disse que queria saber quem era o meu pai, porque sou filho de pai incógnito no BI, ela respondeu que não sabia quem era, se era francês ou sueco, e disse-me : ‘tens muita sorte de eu não te ter posto num caixote do lixo’. Isso são frases de uma pessoa sem sentimentos”, desabafou.

“Não quero que ela me ame, o amor dela não seria verdadeiro. Ela não consegue amar. Uma pessoa que diz que me podia ter jogado no caixote do lixo não é uma pessoa com sentimentos. Não tem amor. Às vezes manda-me mensagens a dizer que precisa de ajuda. Ajudei-a quando achei que merecia, mas ela não se portou bem. Cortei relações. Aparece 21 anos depois de me ter abandonado e quer que a chame de mãe?! isso não sai. Eu estava à espera que me pedisse perdão, mas não pediu”.

Luís Borges contou ainda quando soube que tinha sido adotado. Tinha sete anos. “A minha infância não foi muito fácil. Soube de uma maneira muito brusca. Portei-me mal na escola e os meus pais adotivos disseram-me que eu era assim porque era adotado, não tinha nada a ver com eles, era do sangue da minha progenitora. As coisas mudaram a partir daquele dia. A relação com os meus pais adotivos nunca mais foi a mesma. Tratavam-me de maneira diferente do que os meus irmãos, mas agradeço imenso terem cuidado de mim. O meu pai adotivo é irmão da minha progenitora”.

Fotos: Impala 

-“Não vou descansar enquanto não descobrir quem é o meu pai”

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