Marlene Barreto
Quer fazer um filme sobre a história que viveu

Nacional

A atriz fala sobre a saudade que sente de Paulo Nuno Frazão, o realizador que morreu vítima de cancro

Sáb, 16/01/2016 - 17:17

Nunca se está preparado para enfrentar a morte de alguém que nos é muito querido, por muito que racionalmente tenhamos essa noção, porque os médicos nos dizem, porque vemos a pessoa que amamos a definhar de dia para dia… mas custa acreditar quando chega a altura. A atriz e apresentadora Marlene Barreto, de 31 anos, passou recentemente por esta situação quando, no dia 27 de dezembro, perdeu o marido e grande amor da sua vida, Paulo Nuno Frazão, de 34 anos, realizador da Plural.

Marlene contou à VIP que ainda não regressou ao trabalho e que o fará “aos poucos, quando sentir que é o momento certo”. Confessou ainda, dez dias depois da grande perda, que “um turbilhão de sentimentos é aquilo que se consegue sentir neste momento. Há uma saudade gigantesca. Essa vai ficar para sempre”. Porém, não consegue deixar de elogiar o marido e a forma como sempre enfrentou a doença: “Sinto um orgulho gigante no Paulo, no ser humano em que ele se transformou ao longo deste processo, um privilégio gigante em tudo o que vivemos, nas conquistas e até nos momentos menos bons. Sim, porque foram apenas isso, momentos menos bons.

Depois de tudo o que vivemos, seria uma ingratidão pedir ainda melhor. Fomos tão felizes. Relembro com tanto carinho o seu olhar sarcástico no dia em que nos conhecemos, o momento em que nos beijámos pela primeira vez, quando juntos descobrimoso diagnóstico de glioblastoma e o Mundo desabou e foi ele que, com as suas calmas palavras, me deu apoio: ‘Calma, vai correr tudo bem.’ Lembro-me do dia em saímos daquele consultório e a forma como o Paulo decidiu deitar fora (no sentido figurado) informações sobre prognósticos para sermos apenas felizes. O Paulo, com a sua personalidade, ensinou-me tanto a relativizar os problemas.”

A atriz conta que já tem alguns planos na forja. “A seu tempo, no tempo que o meu coração permitir… gostava de usar a arte de contar histórias como forma útil a tantas outras pessoas que diariamente passam pelo mesmo e que sentem, na pele, os medos, os preconceitos, angústias, necessidades…. Penso tanto nisso. Certamente dar continuidade a um projeto audiovisual que foca muitas destas questões e vivências que já tínhamos em mente e no papel e tornar-nos úteis de alguma forma.”

Recorde aqui a mensagem emocionante que dedicou ao marido.

Texto: Carla Vidal Dias; Fotos: Impala e D.R.

Siga a Revista VIP no Instagram