Helena Laureano
“Se tiver de fazer uma plástica, farei”

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Aos 48 anos, a atriz revela como lida com o passar do tempo

Sáb, 16/01/2016 - 13:51

Tem um cabelo branco e brinca com isso. “Assim não tenho de ir ao cabeleireiro pintar as raízes! Sou uma abençoada”, diz, entre risos. Depois de ter chegado ao fim a peça Cinderela no Gelo, que esteve em cena no Porto desde 26 de novembro, e onde Helena Laureano deu vida a Serpina, a madrasta da história, a atriz conta à VIP como se sente quando se olha ao espelho. Uma conversa animada, interrompida por muitas gargalhadas.

 

VIP – Como foi fazer de Serpina, a madrasta má?

Helena Laureano – Foi muito bom! Foi um processo diferente daquele que estou habituada porque teve canto, dança e interpretação, teve de haver uma grande gestão, mas foi uma aprendizagem muito gratificante e acho que fui boa aluna. Claro que ainda demorei a encontrar a minha personagem, porque não é uma história baseada, é uma história original. Foram-se buscar coisas do clássico, mas do que se fala é do tempo – do tempo avançar e do tempo recuar. A Serpina tem a possibilidade de pôr o tempo a avançar e a fada madrinha de pôr o tempo a recuar. E foi isso que andei à procura para haver alguma credibilidade na maldade desta mulher. Ela é má mesmo, é má porque a sua juventude está a padecer e tem a Cinderela que é linda e isso causa- -lhe inveja. A madrasta era uma mulher bonita quando era nova, mas está a perder essa beleza com o tempo. Até parece a Helena Laureano, as rugas estão a vencer! (Risos) A idade é uma coisa muito chata.

 

Não gosta que o tempo avance? Como é que lida com o passar dos anos?

Tenho de lidar! Há um ou dois anos é que comecei a lidar com isso, sempre tive um ar mais jovem do que aquilo que aparento e os cabelos brancos começaram a aparecer agora. Tenho aqui um! (Risos) Lidar com isso claro que é complicado. As rugas não gosto de todo, mas tenho de saber gerir da melhor maneira. Estou com 48 anos e dizem que é com esta idade que a mulher começa com algumas crises, por isso tenho de resolver, é a vida.

 

Já recorreu a cirurgias estéticas para combater esses “males” da passagem do tempo?

Não, mas se tiver de o fazer, farei sem qualquer tipo de problema. Temos de nos sentir bem connosco para estarmos bem com os outros, mas mais do que isso é ter saúde mental e física. Quando estamos bem com a vida, conseguimos olhar ao espelho e gostarmos de nós, isso é que importa. Estive um ano mais fortezinha, agora estou impecável (risos). Rejuvenesci.

 

Porquê?

Porque estou bem, estou contente, a vida continua e temos é de sorrir. Isso da idade faz-me confusão, claro. Perder a autonomia e ficar dependente de alguém assusta-me, isso sim. Agora, mais uma ruga menos uma, faz-se qualquer coisa, usam-se uns cremes, faz-se qualquer coisa. Mas não é ficar toda esticada que nem consiga falar!

 

Em 1988 participou no concurso Miss Portugal e foi Primeira Dama de Honor e Miss Fotogenia. Foi a beleza que lhe abriu as portas da representação?

A beleza foi um caminho. Eu era muito pequenina, foi a primeira vez que uma mulher com menos de 1,70 metros entrou num concurso destes. Foi o nosso querido e saudoso José Carlos que me quis ali e disse “nem que seja para animar o grupo!” (Risos). Eu comentava com a minha mãe: “Elas são tão grandes” e eu tão pequenina. Mas as coisas foram acontecendo, estava escrito. Depois da Miss Portugal, representei o País no Miss Mundo e ganhei a Miss Personalidade. Quando regressei e fui entregar os prémios às minhas sucessoras, o Tozé Martinho convidou-me para participar num projeto e eu, completamente ingénua e leiga, disse que sim. Fui protagonista da Caixa Alta, a seguir fiz a Grande Mentira e depois comecei a pensar que era aquilo que queria e fui fazer o curso de formação teatral. No meu ano era eu, a Anabela Teixeira, a Gracinda Nave, uma boa fornada de atores que neste momento estão todos a trabalhar, portanto foi um ano muito bom.

 

Ainda hoje se sente bonita?

As pessoas dizem que sou bonita, acho que sim, há momentos na vida que nem vale a pena olhar-nos ao espelho, na vida há esses altos e baixos. Já não tenho a jovialidade, mas sou jovem por dentro e tenho muita energia. 

 

Veja a produção fotográfica completa na galeria!

 

Texto: Mónica Menezes; Fotos: Luís Baltazar e Impala; Produção: Manuel Medeiro; Cabelos e Maquilhagem: Atelier Paula Lage

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