Pedro Carvalho
“Não há tempo para pensar numa relação”

Nacional

A trabalhar no Brasil, o ator partilha com a VIP a nova vida ao serviço da TV Record como protagonista de uma novela

Sáb, 09/01/2016 - 14:08

É com o samba no pé que o ator português fala com a VIP sobre a nova fase da sua vida. Aos 30 anos, Pedro Carvalho trocou Lisboa por São Paulo e está a trabalhar no Brasil como protagonista da próxima novela, Escrava Mãe, com estreia marcada já para este mês. O ator confessa que nunca imaginou conseguir chegar ao país encantado das novelas.  

VIP – Está há quase um ano a viver em São Paulo, entrou bem na rotina brasileira?
Pedro Carvalho – Sim, muito bem. Adoro este país. Receberam-me muitíssimo bem. 

Como é o seu dia-a-dia?
Como protagonista gravo muitas horas em muitos cenários, de segunda a sábado. O tempo que sobra é para fazer desporto, conhecer um pouco mais o país e sair com amigos.

Já fala com sotaque…
Passo o dia inteiro rodeado de pessoas que falam português do Brasil e embora a minha personagem seja português e fale português de Portugal, faço aulas de fonoaudiologia para atenuar um pouco o sotaque português, então já falo com algum sotaque brasileiro.

Era um sonho chegar ao país das novelas?
Para ser sincero, nunca tinha pensado muito nisso, pensava ser algo muito pouco provável de acontecer. Pensei em vir estudar sim, no intervalo de algum projeto para outro, mas nunca pensei numa oportunidade gigante como esta surgisse diante de mim. E é claro que agora estou a viver um verdadeiro sonho.

Como tem sido trabalhar com os “craques” das novelas? 
Tem sido maravilhoso. Estou numa megaprodução de época, onde nenhum pormenor é deixado ao acaso. O Brasil é “o rei das novelas”.

Agora, que viu como trabalham os “reis”, acha que Portugal está num bom caminho?
Existem algumas diferenças sim. Aqui nota-se que têm uma verba muito maior para fazer o projeto, mas nós, em Portugal, somos muitíssimo bons a fazer ficção e a prova disso é que já ganhámos dois Emmy e estivemos nomeados para um terceiro! Não ficamos, de todo, atrás dos brasileiros no que toca a atores e às equipas técnicas. O que acontece é que no Brasil, a novela é vista quase como um ato cultura! E, por isso, existe um investimento muito grande. Portugal vai no bom caminho, mas o Brasil leva uns bons anos de avanço…

A estreia de Escrava Mãe acontece já em janeiro. Está nervoso? 
Estou ansioso, sim, estamos todos! É um projeto muito especial e vão perceber isso pelas imagens que vão ver! E eu, como protagonista e como  sendo o meu primeiro trabalho aqui no Brasil, é claro que estou ansioso pela reação do público…

Os brasileiros são muito calorosos… Preparado para esse “namoro”?
Tento não pensar muito nisso.

Já o conhecem na rua?
Curiosamente já… por causa da novela O Beijo do Escorpião. Já várias pessoas assistiram às minhas cenas no Youtube. 

O Pedro assume-se “um menino da mamã”, como lida com as despedidas?
Já me sinto completamente em casa, por isso não há grande tempo para saudades.

Sobre a família, já muito se escreveu sobre a sua relação com o seu irmão. Quer colocar os pontos nos “is”?  
Não gosto de falar sobre a minha vida privada, ela não interfere no meu trabalho nem na minha prestação enquanto ator. Acerca desse assunto só vou dizer que a minha família é o meu pilar e que a minha relação com o meu irmão é ótima.

Apesar de ter sido convidado a trabalhar no estrangeiro, acha-se uma vítima do estado caótico dos números do desemprego em Portugal?
Não me sinto uma vítima, sinto-me um privilegiado por poder trabalhar na área que gosto dado os dias que correm. 

Mas acha que há um lugar para si, em Portugal?
Eu tinha trabalho, ia integrar o elenco da novela da TVI Santa Bárbara, mas este convite falou mais alto. 

Como reagiu a TVI?
A TVI reagiu muito bem e apoiou. 

Tinha contrato de exclusividade?
Sim, até ao final do O Beijo do Escorpião. 

Perder a exclusividade com uma estação é um grande risco. Não o assusta?
Não, não me assusta, prefiro acreditar que o meu trabalho e tudo aquilo que já fiz até agora no meu percurso profissional é visto com bons olhos dos diretores que me queiram contratar. 

Depois de Paulo em O Beijo do Escorpião está pronto para tudo? Quebrou tabus?
Tenho sido um privilegiado com todos as personagens que me têm dado. O que se pretendia era passar a mensagem de que o amor não escolhe sexos, idades ou raças, o que importa é ser feliz. E penso que essa mensagem foi passada.

Já que fala em amor, o Pedro nunca assumiu uma relação. Espera encontrar a pessoa certa no calor do Brasil?
Estou muito focado na minha carreira, não há tempo para pensar numa relação.

Recordo-me que já tinha partilhado o sonho de ser pai, continua a querer?
Continuo a sonhar com isso sim, embora seja um projeto a longo prazo.

Para terminar, aos 17 anos trocou o Fundão por Lisboa, aos 30 Lisboa por São Paulo, o que se segue, Hollywood? 
[Risos] Quem sabe… prefiro que a vida me continue a surpreender de forma tão positiva como tem feito até agora. 

Texto: Teresa de Oliveira Martins; Fotos: André Giorgi e Impala

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