Estão juntos há duas décadas, mas garantem que parece que foi ontem. Ana Rita Rocha e Celso Martins fizeram, juntos, o seu percurso na moda e fazem, juntos, o seu percurso de vida. Pais de Estrela, de sete anos, preparam-se para receber Gabriel, no início de fevereiro, e acreditam que esta nova etapa irá reforçar o seu amor. Depois, a manequim espera encontrar um novo caminho na moda. Mas antes disso, antecipam o último Natal a três e pretendem mimar a filha.
VIP – Antes de mais, como está a correr esta gravidez… a barriguinha já cresce?
Ana Rita Rocha – Sim, agora já se nota. Tem corrido muito bem, entrei no terceiro trimestre, portanto já começo a sentir algum cansaço. Comecei com boa energia, conseguia ir ao ginásio, agora já estou a sentir aquela quebra, que é normal, mas tem corrido muito bem.
Está a ser diferente da primeira vez?
ARR – Sim, não sei se tem a ver com o facto de ser um rapaz, mas tem sido muito diferente. Da gravidez da Estrela engordei logo muito e acho que custou mais, talvez porque era a primeira vez.
Celso Martins – Fiquei feliz por ser um rapaz. Sempre disse que queria ter no mínimo dois filhos, a primeira vez foi uma menina e agora ansiava que fosse um menino, está tudo certo.
Percebo que não queriam que a Estrela fosse filha única.
ARR – Sempre dissemos que queríamos acima de tudo dar um irmão ou uma irmã à Estrela. E aconteceu numa fase profissional da minha vida em que fazia sentido, se calhar se fosse noutra altura iria adiar mais. Ainda sofremos um bocadinho porque demorou mais que a Estrela, mas aconteceu quando tinha de acontecer.
CM – Eu sou apologista, se tivermos essa possibilidade, de ter mais filhos. Não é tanto a opinião da Ana, é sempre mais complicado para a mulher, mas o nosso objetivo era que a Estrela não fosse filha única e isso foi conseguido. Esperámos sete anos depois do nascimento da Estrela e acho que vem na melhor altura. A nível profissional as coisas estão melhores, o nosso objetivo é dar tudo o que podemos, tanto à Estrela como ao Gabriel, e se eventualmente quisermos ir ao terceiro ainda temos tempo.
Passaram um momento mais complicado em termos profissionais?
CM – O meu processo na moda foi sempre como um complemento a outras coisas. Tenho a minha formação na área de desporto e sempre consegui conciliar as duas áreas. A Ana Rita esteve sempre ligada à moda, é mais complicado, para mim a transição foi fácil, e estou com muito trabalho, começo o dia muito cedo, saio tarde.
ARR – Passei por uma fase complicada. Eu sempre fui manequim e decidi aceitar um convite para ser booker, que era uma coisa que queria bastante e acho que tem tudo a ver comigo, não tive foi sorte com as pessoas com quem trabalhei, não me envolvi com as pessoas certas. Nas situações de injustiça fico muito mal e fui-me um bocado abaixo. Tive de parar, senti que estava a precisar de me reencontrar. O Celso deu-me muito apoio. Foi uma fase e acho que deu para crescer.
E depois do Gabriel nascer, quais são os seus planos? Recomeçar como manequim?
ARR – Como manequim, penso que já fechei a minha carreira, já estava na altura. Se surgir um convite é diferente, mas acho que com a minha idade já não tem assim tanta lógica. Gosto muito de moda, mas agora acho que faz mais sentido trabalhar com novos manequins, acho que tem mais a ver comigo neste momento. A ideia seria essa, até porque gosto de estar no ativo.
Para além de percorrerem esse caminho juntos na moda também o percorreram a nível pessoal. Estão juntos há mais de 20 anos, qual é o vosso segredo?
ARR – Fizemos 19 anos dia 5 de novembro e continuamos a festejar. É engraçado, eu sinto que é como se fosse ontem, não sinto nada esse peso. Qualquer dia festejamos as bodas de ouro e eu nem percebo. É engraçado, sentimos que tivemos várias fases na nossa vida, esta vai ser mais uma etapa e cada uma delas nos fortalece.
CM – Acho que tem muito a ver com o facto de nos termos conhecido muito novos. Fomos crescendo juntos, ganhámos hábitos juntos, damo-nos muito bem. Dá-nos segurança eu saber o que ela está a pensar e vice-versa. Acho que nos complementamos bastante.
Mas não é necessário reinventar a relação constantemente?
ARR – Gostamos da companhia um do outro, gostamos das mesmas coisas, e acabamos por conseguir moldar-nos, e é engraçado porque somos muito diferentes um do outro. Ele é muito calmo, muito positivo, eu sou mais negativa, mais explosiva, e nunca tivemos uma relação monótona. Sinto que vem muita força dele, não me deixa ir abaixo, e a amizade é o pilar de tudo. Temos uma grande amizade, somos muito cúmplices. A nossa vida também não permite que haja rotinas.
CM – Sempre viajámos, trabalhámos muitas vezes juntos, e depois há todo um processo. Na melhor altura fomos viver juntos, na melhor altura tivemos a Estrela, e o Gabriel vem agora na altura certa, vamos mudar de casa novamente. Há sempre muita coisa a acontecer, acabamos por não estagnar e por não entrar na monotonia, que é o que acaba com qualquer relação.
Decidiram ser pais depois de uma década juntos. Fez sentido, a determinada altura, construir uma família?
ARR – Acho que fizemos tudo certinho, divertimo-nos imenso, viajámos, trabalhámos bastante, quando a Estrela aconteceu já namorávamos há 12 anos, fazia todo o sentido. E a Estrela ainda veio fortalecer muito mais uma relação que já era ótima. Daí talvez a vontade de termos outro filho.
A Estrela pedia um irmão?
CM – Acho que ela vai ficar um bocadinho ciumenta. Fazemos-lhe sentir que é o mano, que também é o bebé dela. Ela sente que vai ser a mana mais velha e que vai ter de proteger o irmão, portanto acho que vai correr tudo bem.
ARR – Ainda não percebeu muito bem o que aí vem e não estava lá muito convencida com a ideia, queria exclusividade, mas vamos ver como correm as coisas… e acho que lhe vai fazer bem.
Este é o último Natal dela como filha única.
ARR – É verdade! Vamos ter de a mimar muito. Já percebeu que vai deixar de alguma forma de ser o centro das atenções, mas vamos seguramente ter amor a dobrar.
E como costuma ser o vosso Natal?
ARR – É sempre em casa da minha mãe, com a família toda reunida. O bacalhau não pode faltar, a minha mãe adora fazer os sonhos, as rabanadas, e eu vou ver se consigo resistir à tentação, porque estou cada vez mais gulosa. Depois do Gabriel nascer volto para o ginásio. Até porque com um marido personal trainer não podia estar melhor servida. É ele que me acompanha e me incentiva, faz questão de me acompanhar.
Texto: Elizabete Agostinho; Fotos: José Manuel Marques; Produção: Nucha
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