Alimentação no tempo frio
Descida de temperatura muda hábitos

A chegada do frio influência vários fatores da nossa vida saudável: temos tendência para cometer mais pecados numa dieta que até agora tinha sido mais ou menos equilibrada, deixamos de ter tanta vontade para praticar exercício físico e os nossos corpos começam a estar mais escondidos pela roupa. É mais fácil aumentar de peso e é mais provável que isso passe despercebido, ou que não nos incomode grandemente, porque o tipo de roupa que usamos disfarça os quilos a mais.
O inverno vem a caminho, trazendo uma época de excessos por excelência: o Natal e o Fim de Ano. Novembro já traz consigo algum frio e uma alteração das rotinas alimentares, em que já se procuram refeições mais quentes e pesadas. Por um lado, pelo próprio paladar, por outro, porque o corpo gasta mais energia para se manter aquecido. O nosso organismo começa gradualmente a pedir que lhe forneçamos mais calorias, o que pode dar um péssimo resultado se não soubermos onde as ir buscar. 

Chocolates, doces e gorduras são muitas vezes as fontes calóricas preferidas, mas o grande segredo está mesmo na pura e tradicional alimentação mediterrânica. Se fizer um bom pequeno-almoço, com pão ou cereais integrais e um iogurte ou leite de aveia, por exemplo, seguido de um bom almoço de bacalhau cozido com grelos e regado com azeite virgem, e rematado ao jantar com uma excelente sopa de legumes, terá todas as calorias de que necessita, sem recorrer a alimentos refinados e cheios de açúcar e gorduras saturadas.

Regressar ao tipo de alimentação dos nossos avós é um bom caminho a seguir. Mesmo com a evolução do conhecimento sobre nutrição, a verdade é que hoje muitas vezes se come pior do há 30 ou 40 anos, quando não havia hambúrgueres industriais e mil marcas de refrigerantes – algo que para os nossos avós, habituados a uma dieta saudável e natural, seria francamente impensável.
São os hidratos de carbono que fornecem “combustível” ao nosso corpo, necessário para a atividade física e o funcionamento adequado dos nossos órgãos, tendo um papel muito importante numa dieta saudável. Mais ainda, diversos estudos referem que uma alimentação equilibrada, com os hidratos de carbono adequados e em quantidade suficiente, atua favoravelmente no bom humor e nas capacidades mentais.

As melhores fontes de hidratos de carbono são os cereais integrais, os vegetais em geral, onde se inclui a fruta e as leguminosas, como o feijão, lentilha e grão. Estes produtos promovem uma boa saúde porque fornecem vitaminas, minerais, fibras e vários fitonutrientes importantes.
Dentro dos cereais integrais consta o arroz e as massas, boas fontes de hidratos de carbono complexos. No entanto, se não forem integrais, e sim refinados, perdem esse valor, tornando-se açúcares rápidos. Os hidratos de carbono de digestão fácil (considerados de índice glicémico elevado ou açúcares de absorção rápida) encontram-se no pão branco, no arroz branco, nos produtos de pastelaria, refrescos doces e outros alimentos processados. É este tipo de comida que leva ao aumento de peso e ao acumular de gordura no organismo, tal como interfere nos regimes de emagrecimento e favorece o aparecimento de doenças cardíacas e de diabetes.
Portanto, não há nada como um bom equilíbrio alimentar. Muitos vegetais de todas as cores, cereais integrais e muita moderação no açúcar e alimentos refinados.

Humberto Barbosa – Especialista em Nutrição e Longevidade*

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