Dânia Neto
“Gostava muito de ser mãe”

Aos 32 anos, Dânia Neto não poderia estar mais feliz e orgulhosa com o seu primeiro papel enquanto protagonista, em cinema, com O Pátio das Cantigas. É neste pátio que mora Rosa, uma bonita balconista com dois pretendentes que não a largam: Narciso (César Mourão), um guia turístico, e Evaristo (Miguel Guilherme), proprietário de uma mercearia gourmet. 

A estrela e protagonista do filme português mais visto de sempre (ultrapassou a fasquia dos 550 mil espetadores), que também dá vida a Bruna, na novela da SIC, Poderosas, fala à VIP sobre como está a viver este grande sucesso, da sua personagem e dos piropos que ouve na rua.

VIP – Como é fazer parte do elenco do filme português mais visto de sempre? Foi a sua (grande) estreia no cinema… 

Dânia Neto – O Pátio das Cantigas foi um projeto que aceitei fazer sem sentir a pressão de trabalhar num filme que transporta os portugueses para uma memória afetiva ainda tão viva. Diverti-me muito, tive oportunidade de contracenar com excelentes atores, e num registo de personagem muito diferente daquilo que costumo fazer. Foi um grande desafio. Dizem que o cinema eterniza o trabalho do ator, nesse sentido este projeto será sempre especial porque é a minha estreia.

Na sua opinião a que se deve este estrondoso sucesso de O Pátio das Cantigas do século XXI?

Este filme conta com um elenco de peso, teve uma ótima promoção e é realizado por um respeitado realizador e produtor Leonel Vieira, além de carregar o nome de um clássico português que, por si, tem uma memória emotiva muito grande nos portugueses.

Onde foi buscar a inspiração para a Rosa? 

Esta personagem tem carisma, muita luz. É uma mulher doce, tranquila, trabalhadora, discreta e muito desejada mesmo não fazendo nada para ter as atenções sobre si. Ela passa e todos reparam nela sem que para isso seja necessário ela falar. A única personagem que tenho memória de ser assim, mesmo sendo num universo completamente diferente desta menina Rosa, é a Malena interpretada pela Mónica Bellucci. 

A menina Rosa é sexy, bonita, trabalhadora, mas também discreta. Tem alguma coisa em comum com a menina Rosa?

Talvez tenha um pouco disso tudo. Não sou muito boa a descrever-me, prefiro que sejam os outros a fazê-lo.

De certeza que também ouve muitos piropos…

Ultimamente, oiço muito “Bom dia, menina Rosa“, “é um prazer olhar para si“… É muito engraçado ouvir isto todos os dias de pessoas diferentes, que se vão cruzando comigo. 

Estreou-se como atriz nos Morangos com Açúcar, fez algumas séries, novelas e agora está sétima arte. Que balanço faz do seu percurso profissional? 

Sempre acreditei num percurso sério, respeitado e honesto e é assim com estas três palavras que encaro o meu trabalho. Trabalhei muito ao longo destes 12 anos, com muita dedicação, com muito empenho, com muita sede de aprender e experimentar. De fazer sempre diferente, de nunca me deixar ficar na ilusão que já sabia como fazer, desafiei-me sempre. Vivo esta profissão com muita paixão e coloco nos meus personagens toda a intensidade que me move. Sinto-me orgulhosa e feliz do percurso que tive até aqui, com a consciência de que ainda quero evoluir muito. 

Sei que gosta de manter a sua vida privada longe da ribalta, mas não pergunto-lhe se é uma mulher de paixões? Está apaixonada? 

Estou bem e muito feliz.

A maioria das mulheres sonha casar-se. O casamento está nos seus planos? 

Não tenho planos, por enquanto.
 
Ser mãe também é algo que deseja concretizar?

Gostava muito de ser mãe, mas ainda não sei quando será.

Com o sucesso que alcançou com O Pátio das Cantigas, decerto vão surgir muitas propostas de trabalhos. Tem sido convidada/sondada para novos projetos?

É prematuro falar de novos projetos porque estou a gravar a novela Poderosas até ao final do ano. Mas sim, tenho sido sondada para trabalhos futuros.

Como se vê daqui a 20 anos? O que deseja ainda concretizar na sua vida?

Vejo-me feliz e a representar, que é o que mais gosto de fazer. Rodeada de pessoas que respeito e admiro. Desejo realizar muita coisa, tenho muito para viver, mas prefiro guardar esses desejos só para mim.

Texto: Vírginia Esteves; Fotos: Bruno Peres

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