Os portugueses pararam muitas vezes para a ouvir cantar quando, em 2002, participou na Operação Triunfo. Nessa altura, Fábia Rebordão dava início à concretização do sonho de se lançar na música, mas vivia uma infelicidade escondida: não se sentia bem no seu corpo de 120 quilos. Passados 13 anos, os portugueses voltam a parar para escutá-la, mas também para terem a certeza de que é mesmo ela. Numa missão estoica, perdeu 45 quilos, e mantém o peso atual há dois anos, com muito empenho e rigor. Irreconhecível, mas à vontade para usar um biquíni na praia, a fadista fala-nos de todo este processo de transformação interior e exterior e de como vive o sonho de um dia ser mãe.
VIP – Ainda é muito associada à Operação Triunfo, o programa onde participou em 2002?
Fábia Rebordão – Na altura em que estava gordinha, sim. Reconheciam-me facilmente na rua. Hoje em dia, não. Ficam na dúvida se serei eu ou não, porque já mudei muito.
As diferenças são notórias. Já passaram 13 anos e está com menos 45 quilos. Como se sente depois de ter perdido tanto peso?
A qualidade de vida melhorou imenso, a autoestima… é tudo muito diferente, para melhor. Antigamente, refugiava-me muito no meu rosto, porque toda a gente me dizia que eu tinha uma cara muito bonita. As pessoas não faziam por mal, mas frisavam sempre a cara, dava-me um desconforto muito grande. Não tinha muita perceção de como estava tão forte, só percebia quando via fotografias, vídeos… e ficava triste.
Já tinha feito várias dietas. Agora, já está há dois anos com o mesmo peso. Passou dos 120 quilos para os 75. Como conseguiu?
Comecei a dieta LEV a 6 de dezembro de 2012. Perdi cinco quilos em dez dias, vinte em dois meses, e 40 quilos em seis meses. Os outros cinco quilos perdi ao longo de um ano. Foram os mais difíceis.
As pessoas deixaram de a conhecer?
Sim, até porque as minhas feições mudaram. Tinha a boca mais pequena, os olhos mais pequenos e mais rasgados.
Já está habituada a esta nova imagem?
Semanalmente, descia um número de calças, mas via-me todos os dias e não notei uma mudança drástica. Agora, comparando fotografias, consigo ver o quanto me transformei.
Dentro daquilo que se permite a comer para manter o seu peso, o que lhe sabe muito bem?
A minha refeição preferida é o pequeno-almoço. Como uma fatia de pão, queijo, fiambre, leite de soja ou chá, uma fruta… sabe-me muito bem. Há coisas que obviamente deixei de comer, não como doces, fritos, gorduras, tenho muita atenção aos hidratos de carbono. E não estou obcecada. Tenho muito cuidado quando tempero a comida, na quantidade de azeite, de sal, não uso manteigas há três ou quatro anos, nada de maioneses, o iogurte faço eu. Agora, sinto muitas saudades de comer muitas coisas.
Diz que nunca mais vai ficar gorda…
Digo. Até dei a minha roupa toda, só fiquei com umas calças. Agora não existe essa possibilidade.
Há muitas pessoas a perguntar se colocou uma banda gástrica…
Pensei em pôr, mas não o fiz. Podia trazer-me problemas no futuro por estar a fazê-lo muito nova. Então, optei pela dieta LEV. Escolhi a dieta com doces, só doces. Foi o que me ajudou. Nem fiz quaisquer operações estéticas.
Que tipo de acompanhamento mantém?
Sou acompanhada no Espaço Vida, onde tenho uma nutricionista, Daniela Duarte, e um treinador pessoal, António Canudo. Treino quatro vezes por semana durante uma hora. Ele puxa imenso por mim, para ganhar massa muscular e tonificar o corpo. Acho que não fiquei mal para o peso que perdi. Uso biquíni na praia e sinto-me bem. Não fiquei com peles nenhumas, mas quero ficar com o corpo mais definido.
Falava, no início, da sua autoestima. A Fábia tem namorado?
Tenho uma relação, mas não é pública. Ele acompanhou todo este processo e ficou muito orgulhoso.
Depois deste esforço, assusta-a a ideia de ver o seu corpo transformar-se por querer ser mãe?
Tenho pensado um bocado nisso, mas eu quero muito ser mãe. Acho que quando engravidar, se mantiver uma alimentação equilibrada, e com treinos, não vou engordar. Estes receios não me vão travar o desejo de ser mãe, mas não vou comer por dois. Tenho tendência para engordar, isto é uma luta diária.
Entretanto, a sua voz também mudou.
Sim, e gosto mais dela agora. O processo de adaptação foi um bocadinho complicado, sobretudo ao nível da respiração, porque perdi a sustentação que tinha. Agora, já estou a voltar a ter mais, e estou a reaprender a usar o meu corpo. O meu produtor, o Jorge Fernando, diz que a minha voz perdeu gordura e é isso que eu sinto também. Perdi muito peso em pouco tempo, mas não me arrependo.
Leia a entrevista completa na edição número 946 da VIP.
Texto: Ana Gomes Oliveira; Fotos: Bruno Peres; Produção: Romão Correia; Maquilhagem e cabelo: Ana Coelho, com produtos Kioma e L’Oréal Professionnel;
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