Catarina e Bárbara Feio
“(O nosso pai) iria adorar mimar os netos, mas não teve tempo”

Nacional

O testemunho emocionado de Catarina e Bárbara, cinco anos passados desde a morte do pai, o ator António Feio

Sáb, 08/08/2015 - 15:30

O legado que o ator António Feio deixou junto do público que o seguia e de quem convivia com ele, após ter morrido prematuramente com um cancro no pâncreas, é inegável. Esta é a convicção de duas das filhas do ator, Catarina, de 35 anos, e Bárbara, de 38, fruto do casamento com Lurdes Feio – há ainda Filipe, de 23, e Sara, de 31, da relação com  Cláudia Cádima –, que em  entrevista à VIP relatam com muita emoção como têm sido estes cinco anos de ausência do homem que para elas era um génio e um anjo na terra.

Os quatro irmãos continuam a jantar juntos semanalmente, como faziam quando o pai era vivo?
Bárbara Feio –
Não temos conseguido. Continuamos uma família muito unida, mas temos cada vez menos tempo. E tenho muita pena… o pai era um polo muito agregador.

Como têm sido estes cinco anos sem ele?
BF –
Têm sido de muita saudade, a reaprender a viver sem uma figura que era incontornável. Mas sinto-o muito presente, não sei explicar… ainda lhe peço conselhos. Tentei começar a aproveitar mais a vida. Sempre sofri um bocadinho por antecipação e passei a tentar relativizar algumas coisas. Passei também a dar um valor extra à saúde, a adotar uma alimentação mais saudável. O pai trazia imensa alegria à nossa vida. Um telefonema dele era sempre para dar uma novidade espetacular.
Catarina Feio – Respeitava imenso a nossa privacidade e tinha um feitio que nos fazia também não querer ter com ele segredos ou contemplações em relação ao que lhe dizíamos. E isso era natural, o partilharmos todo o tipo de assuntos.

Os cinco anos passaram depressa ou não?
CF –
A noção que tenho é que nestes cinco anos passaram-se muitas coisas a que ele não assistiu. Penso que, no geral, passaram depressa. E muita coisa mudou, mesmo em relação à minha visão da morte dele. Nos primeiros tempos não tinha interiorizado ainda muito bem que ele não estava cá, e esse é um processo que ainda não acabou… mas a maneira como já consigo falar dele sem chorar, ver fotografias, os programas gravados, tem havido uma evolução para lidar melhor com essas situações.

Entretanto, tinham a ideia de reunir o espólio de António Feio num espaço. Como está esse projeto?
BF –
Tenho a certeza de que vai acontecer. A Sandra Faria, mais do que agente do meu pai, era muito amiga, o seu braço direito, e é em conjunto com ela que avançaremos com a ideia. Agora, precisamos de encontrar o espaço perfeito para dignificar ao máximo o espólio do meu pai,também por respeito ao público, que tanto o adorava.

Continuam a receber do público essas demonstrações de carinho?
BF –
Sim. As pessoas, timidamente, vêm ter comigo para manifestarem a admiração que tinham por ele. É das melhores coisas que me podem fazer. O assunto não é tabu e é gratificante. Respondo com um sorriso rasgado. Enche-me de orgulho. 
CF – E no fundo é a forma de validarem aquilo que queremos: que é saber que ele ainda está presente, ainda é lembrado. Sempre que nos falam dele temos a confirmação que não é só a nós, família, que ele faz falta.

E por parte dos amigos atores, figuras públicas, do vosso pai, houve surpresas?
BF –
Houve algumas desilusões, mas com as quais já contávamos. Mas a maioria dos amigos do meu pai têm continuado connosco. No dia do meu aniversário, que coincide com o dia em que o meu pai morreu, recebi mensagens de muitos amigos dele.

 

Texto: Ana Gomes Oliveira; Fotos: Bruno Peres

 

Leia a entrevista na íntegra na revista VIP n.º 942, nas bancas
 

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