Sandra Felgueiras
“Tenho na Sara a minha prioridade para tudo”

Nacional

A pivô de Sexta às Onze mudou a vida em função da filha, de quase dois anos

Seg, 15/06/2015 - 14:33

Alterou a rotina desde que foi mãe e já não se imagina de outra forma. Sandra Felgueiras, jornalista da RTP e pivô do programa Sexta às Onze, assume que pela filha, Sara, de quase dois anos, passou a fazer uma gestão rigorosa do seu tempo. Aliás, tinha mesmo de ser assim, visto que ainda a amamenta. Sandra diz que vive o dia-a-dia e tenta não pensar nos problemas que hoje atingem os jovens e que as redes sociais tornam visíveis, como os casos de bullying que se têm tornado públicos, mas admite, entre risos, que prefere que a filha seja uma adolescente mais calma do que ela foi…

VIP – Desde que a Sara nasceu, o que mudou em si?

Sandra Felgueiras – Não sou a mesma mulher. Tenho na Sara a minha prioridade para tudo. Antes era uma workaholic que vivia obstinada com o trabalho. Queria ter tempo para mim, mas o trabalho estava acima de tudo. Agora, com a Sara, tenho de encaixar um trabalho que quero que saia o melhor possível, e sou muito perfeccionista, com o facto de ela estar primeiro, e sei que o dia não tem 48 horas…

Ela alterou rotinas, portanto…

Completamente. Vou de manhã para o trabalho e tento vir à hora de almoço porque ainda lhe dou de mamar. Volto para a RTP a seguir. Faço esta gestão muito minuciosa. Não quero estar mais de quatro ou cinco horas sem ela. Não consigo.

Passou há pouco tempo a primeira noite sem ela. Como foi?

Nunca tinha estado sem a Sara e foi horrível. Fartei-me de chorar. Sabia que ela estava bem, mas mesmo assim foi difícil.

Quando pensa ter outro filho? Consegue imaginar-se a sentir esse apego com outro filho?

Não me imagino a ter outro filho agora, nem antes de a Sara ter uns três, quatro anos. A maternidade mudou-me porque sou exigente. Dou o que tenho e não tenho para sentir que a Sara é uma criança feliz, que cresce com a mãe por perto. E imaginar-me agora a dividir…

… não seria dividir, seria multiplicar…

Percebo que me digam isso, aliás, a minha mãe é uma dessas pessoas, mas para mim, nesta altura, ainda não consigo entender como isso seria. Embora acredite que o amor por filhos se multiplique.

Também há casos de pais que têm preferências por um dos filhos. Acha que isso vai acontecer consigo?

Acho que não. Até porque tenho uma enteada e não a sinto diferente, e quando estou com ambas, quero dar-lhes atenção de igual modo.

Sara vai fazer dois anos em julho e ainda a amamenta. Tenciona fazê-lo até quando?

Não faço essas previsões, nem penso nisso. Vou dar de mamar até a Sara querer e precisar. A Sara precisa mesmo. Ela adora a maminha no sentido do aconchego e não só. Ainda tenho bastante leite e ela, depois de mamar, não quer comer porque está cheia. Às vezes perguntam-me: “Como é que tens leite?” Digo que tenho porque amamento muitas vezes. Sinto que a amamentação modificou a relação que tenho com a minha filha.

Como assim?

A minha ligação com a Sara advém muito da relação “de carne”, de amamentação, que tenho com ela. Ela procura-me porque precisa de mim e gosta de dormir comigo. Mas se o Tiago [marido de Sandra e pai de Sara] lhe explicar que fui trabalhar, ela entende e não chora.

Sente que há pessoas que criticam e acham isso estranho?

Sim, não sei se criticam, mas sinto que acham estranho, e muitas vezes retraem-se em fazer comentários apenas porque sou eu.

Se não fosse famosa, comentavam, é isso?

Acho que não tem a ver com o ser ou não famoso. Reparo nos olhares estranhos e talvez pensem: “Aquela é da televisão e está ali com as mamas de fora”, porque nunca me escondi ou tapei quando amamento. Não sei bem o que lhes passa pela cabeça, mas talvez achem que não é normal por ela já ser muito crescida. E sinto nos olhares alguma reprovação…

Nas fotografias é visível essa relação intensa que tem com a Sara. Nota que há quem ache que devia ser menos apegada?

As pessoas que me abordam ficam é surpreendidas por eu trabalhar na televisão tantas horas e ainda ter tempo para ela. Porém, era inaceitável que, como mãe, não fizesse isso. E ficaria ofendida comigo própria se não conseguisse dar de mim o que dou à Sara.

A sua mãe mudou-se de Felgueiras para Lisboa para a ajudar?

Sim, a minha mãe praticamente mudou-se para cá. Está quase sempre aqui, embora vá quase todos os fins de semana a Felgueiras, e regressa à terça-feira. Sem ela não seria possível, porque o Tiago tem uns horários iguais aos meus, ele na área técnica, eu na informação. Sem a minha mãe, neste momento, não há infantário que nos resolva a nossa vida, à noite sobretudo.

Leia a entrevista completa na edição número 933 da VIP.

Texto: Magda Penas; Fotos: Luís Baltazar; Produção: Romão Correia; Cabelos e maquilhagem: Ana Coelho com produtos Maybelline e L’Oréal Professionnel

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