Canela
faz bem à diabetes

Saúde e Beleza

Benefícios de uma especiaria milenar

Qui, 28/05/2015 - 14:45

O estudo é do Imperial College de Londres e refere que tomar “dois gramas de canela durante 12 semanas pode ajudar a melhorar os valores da pressão sanguínea e os níveis de açúcar no sangue em pessoas com diabetes tipo 2”. Sabe-se hoje que a canela, uma especiaria velhinha e já usada pelos antigos egípcios para efeitos medicinais, tem propriedades antimicrobianas e efeito anti-inflamatório, devido ao elevado teor de polifenóis (reconhecidos pelas propriedades antioxidantes, retardando a oxidação do organismo). As potencialidades terapêuticas da canela têm suscitado diversas investigações e levantado muitas hipóteses. As evidências apontam para efeitos benéficos na prevenção de doenças cardiovasculares, bem como na modulação do sistema imunitário e até de atividade antitumoral, atuando contra tumores e entrando no campo oncológico. O estudo inglês vai além das hipóteses e apresenta conclusões específicas sobre o seu potencial efeito antidiabético, a juntar à redução já verificada dos níveis de colesterol e de tensão arterial. A canela tem a habilidade de imitar os efeitos da insulina no organismo e mesmo potenciar a atividade da insulina em circulação, o que leva a uma diminuição dos níveis de açúcar no sangue depois das refeições. O facto de a canela ser usada principalmente em sobremesas e doces pode parecer um contrassenso, mas realmente esta utilização faz sentido e muito para além do sabor aromático que dá às receitas. 
A associação de uma especiaria que controla os níveis de açúcar no sangue a pratos doces e com açúcar parece fazer todo o sentido, reduzindo o potencial negativo das sobremesas. Porém, devem ser bem escolhidas as sobremesas, evitando os fritos, como sonhos e rabanadas, e preferindo sempre pratos como as farófias, o leite-creme, arroz-doce ou aletria. A canela é usada desde os tempos bíblicos, tanto para fins culinários como medicinais. Os princípios ativos da canela são reconhecidos pelas suas propriedades antioxidantes, antidiabéticas, antisséticas, anti-inflamatórias, de anestesia local, rubefacientes (aquecimento e calmante), antiflatulentas e carminativas, ou seja, que combatem a formação de gases no intestino. Quanto aos seus efeitos antioxidantes, a canela é aquela que possui o mais elevado poder antioxidante de todos os alimentos, com valor de ORAC (Oxygen Radical Absorbance Capacity, isto é, capacidade de absorção de radicais de oxigénio) na ordem dos 2,67,536 equivalentes trolox (TE: uma escala de medição de poder antioxidante), centenas de vezes superior à da maçã e da arónia, uma baga parecida com o mirtilo de elevado poder antioxidante. Esta especiaria contém o óleo essencial eugenol, que além de lhe dar o aroma agradável tem poderes anestésicos e antisséticos, pelo que é usado em intervenções dentárias e nas gengivas.
 
A canela é uma excelente fonte de minerais como o cálcio, potássio, ferro, manganês e magnésio, contendo também bons níveis de vitamina A, ácido pantoténico, niacina (B3) e piridoxina (B6). Esta aromática especiaria é ainda rica em antioxidantes flavonoides fenólicos, como a luteína, carotenos, zeaxantina e criptoxantina. Uma maneira saudável e terapêutica de dar sabor e aroma a sobremesas, café, chocolates, iogurtes, batidos e cereais, por exemplo.
 
Humberto Barbosa – Especialista em Nutrição e Longevidade*

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