Aos 43 anos, Sandra Faleiro está a aproveitar para se reciclar como atriz. Depois de ter acabado de gravar O Beijo do Escorpião, da TVI, a atriz voltou a dar aulas de representação e vai começar a ensaiar uma peça de Tennessee Williams no fim do mês. No resto do tempo livre que tem, aproveita para mimar a família, sobretudo os filhos Beatriz, de 14 anos, e o João, de sete, frutos do casamento que vive com Bruno Bravo, desde 2005.
VIP – Está a dar aulas na Academia do Nicolau Breyner (NBA). Como surgiu a oportunidade?
Sandra Faleiro – Quando fiz a novela O Beijo do Escorpião, da TVI, contracenei com o Nicolau. Nós já tínhamos trabalhado juntos, quando eu era mais novinha, e tínhamo-nos dado muito bem. Agora reencontrámo-nos, fizemos de pai e filha e voltamos a entender-nos muito bem. Como eu já tinha dado aulas e estou habituada a trabalhar com grupos de teatro amador, ele convidou-me para lecionar durante três meses.
Aceitou de imediato?
Sim, porque gosto muito de dar aulas e de ensaiar. Termino o curso no final deste mês e começo a ensaiar uma peça de teatro.
Fale-nos um bocadinho desse projeto.
Começámos a trabalhar em março, mas a peça só vai estrear a 11 de novembro, no São Luiz, em Lisboa. O texto é o Jardim Zoológico de Cristal, de Tenessee Williams. Estou muito entusiasmada.
Ensaiar é uma paixão?
De certa maneira. A uma dada altura, comecei a sentir a necessidade de contar as histórias à minha maneira. Também tive dois anos muito intensos a nível de trabalho em televisão. Tive uma altura em que estava a fazer três personagens ao mesmo tempo.
E não confundia as histórias?
Não, porque felizmente os três papéis eram muito diferentes e era impossível confundir. Mas foi cansativo e estava mesmo a precisar de parar e reciclar-me enquanto atriz, fazer coisas novas e evoluir.
Consegue separar o trabalho da família, ou leva os projetos para casa?
Já consigo desligar e separar o tempo de trabalho do tempo para a família. O que acontece normalmente é que chego a casa muito cansada.
Tem dois filhos. Gostava que eles fossem atores?
Sinceramente, não gostava. Temos um grande problema no nosso país, porque esta profissão, ou melhor, porque a cultura, no geral, não é reconhecida. A cultura é a nossa identidade. É através do acesso à cultura que o povo fica culto, criativo, que tem capacidade para arriscar, para sair da norma, para ser excecional. Mas não se aposta nem se dá crédito a esta área. Portanto, não. Não gostava que eles fossem atores neste país. As pessoas não fazem ideia do trabalho que dá ser ator e dos sacrifícios que às vezes temos de fazer.
Mas continua a ser atriz…
Sim, porque depois há o outro lado. É fantástico ter o feedback do público. O melhor que me pode acontecer é, quando estou a encenar uma peça, alguém vir agradecer-me por ter sentido alguma coisa. Porque as fiz rir, emocionar, pensar. Acho que, cada vez mais, vivemos numa sociedade em que apenas sobrevivemos, não vivemos.
Leia a entrevista completa na edição número 923 da VIP.
Texto: Sónia Salgueiro Silva; Fotos: Bruno Peres; Produção: Nucha; Cabelos e Maquilhagem: A na Coelho com Produtos Maybelline e L'oreal Professionel;
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