Adrien Silva
“O Santiago juntou-nos ainda mais”

Pela primeira vez, Adrien Silva, jogador do Sporting, vai celebrar o Dia do Pai na qualidade de progenitor. O médio do clube leonino apresenta o filho, Santiago, que nasceu a 26 de maio de 2014, fruto da relação de quase quatro anos com Margarida Neuparth, de 26 anos. A VIP conversou com o futebolista dias antes do seu aniversário.

 

VIP – Faz 26 anos no dia 15 e quatro dias depois celebra o seu primeiro Dia do Pai como pai. São muitas emoções para uma semana só?

Adrien Silva – Não. Acima de tudo, é mais a primeira vez do Dia do Pai. É uma sensação muito boa poder partilhar este dia com ele e com a família. Espero que seja um dia que possamos repetir muito mais vezes e com muitos mais filhos.

 

Era algo que desejava muito?

AS – Sim. Queria ser pai muito cedo, era algo que já tínhamos falado e era um desejo bem presente na nossa mente e, felizmente, conseguimos no timing certo. Estamos muito felizes por isso.

 

Mas não podemos deixar passar o aniversário ao lado. Como é que vai celebrar? 

AS – Vamos tentar, porque tenho jogo no domingo. Vai ser mais do mesmo, com os meus colegas destes anos todos. Durante o meu tempo da Academia, sempre festejei com os meus colegas que viviam lá. Este ano, espero festejar com as pessoas que me acompanham todos os dias, a minha família e os meus amigos mais próximos. 

 

Marcar um golo era um bom presente? 

AS – Sim, mas acima de tudo a vitória é que era mais importante. 

Quando o Santiago nasceu o Adrien disse: “Ser pai era um dos maiores sonhos da minha vida, por isso, ver o Santiago pela primeira vez foi um sonho tornado realidade.” Como se tem saído no papel de pai? 

AS – Foi um sonho que sempre desejei muito e é uma sensação fantástica que só dá para explicar quando se vive. Em relação a como me tenho saído como pai, tem de perguntar à mãe (risos), mas acho que não me tenho saído mal.

Margarida Neuparth – Tem-se saído muito bem como pai e superado as expectativas. Tem jeito para mudar as fraldas, dá biberão, ajuda-me em tudo e sempre ajudou desde que o Santiago nasceu. Foi ele o primeiro a dar banho ao Santiago na maternidade, porque eu não conseguia levantar-me logo da cama depois do Santiago nascer, e teve de ser ele a mudar as fraldas nas primeiras horas de vida e saiu-se muito bem. Estive com quebras de tensão nos dois primeiros dias, que podem ter sido motivadas por uma dose muito forte de epidural ou então devido a complicações que tive no final da gravidez. 

 

Que complicações teve?

MN – Tive uma infeção que começou nos rins e alastrou-se para outros órgãos e tive de tomar antibióticos. Não se soube bem a origem da infeção. O nascimento do Santiago estava previsto para 23 de junho, mas acabou por acontecer a 26 de maio. Nasceu de parto natural. Apesar do Santiago ter nascido prematuro, não precisou de incubadora. Acabou por correr tudo bem para os dois e o Santiago é um bebé saudável.

 

O que é o melhor de serem pais?

MN – Acho que é o amor incondicional que temos e que também nos juntou mais aos dois, neste caso aos três, é a família que começámos a construir. Acho que isso é a melhor sensação. 

AS – Era isso que eu ia dizer também. O Santiago juntou-nos ainda mais e fez-nos ver a nossa relação num passo ainda mais à frente. 

 

A Margarida sonhava com uma menina e até chamava Matilde à sua barriga. Já descobriu os encantos de ser mãe de um menino? 

MN – Sim e estou a adorar, mas continuo à espera de uma menina (risos). Mas já percebi que os meninos são muito mais ligados às mães.

 

Adrien, o que é mais difícil: ser responsável pela educação de uma criança ou defrontar o Benfica, o principal clube rival do Sporting?

AS – Já estamos habituados à nossa profissão, é o nosso dia-a-dia há muitos anos, mas ser pai é um mundo novo. É mais difícil ser pai. 

 

Qual foi a principal dificuldade que sentiu? 

AS – Não sei… Talvez manter a calma quando ele chora ou precisa de alguma coisa, porque não sabemos o que precisa. Temos de ter a calma suficiente para poder pensar e tentar as várias opções que existem, até conseguirmos perceber. Acho que é o mais difícil. 

Em casa de “leões”, porque são os dois do Sporting, só poderíamos ter um “leãozinho”. O que foi que o 

 

Santiago teve primeiro: o cartão de sócio do Sporting ou o nome no registo?

AS – Foi o registo, porque era lá no hospital. Mas já tem o cartão de sócio do Sporting.

Gostava que o Santiago pudesse seguir as suas pisadas e ser jogador de futebol? 

AS – Claro que seria uma alegria vê-lo praticar aquilo que pratico, mas não será obrigado ou empurrado. Fará aquilo que mais gostar e o fizer feliz.

 

Mas aguarda ansioso pelos momentos em que vão poder jogar à bola juntos?

AS – Sim. Quando ele começar a crescer, espero ainda estar a fazer aquilo de que mais gosto. Nessa altura, ele vai ver os jogos e os treinos e tenho a certeza que o gosto pelo futebol irá aparecer. Foi o que aconteceu comigo, com o meu pai e o meu irmão.

MN – Já joga futebol e tem nove meses. Já chuta na bola (risos)… 

É filho de pai português e mãe francesa e nasceu em França. O Santiago também tem dupla nacionalidade? Fala com ele em francês? 

AS – Ainda não tem, ainda não pensámos muito sobre isso. Eu tento falar com ele em francês. Os meus pais e o meu irmão falam em francês.

MN – Já tem brinquedos e livros em francês, porque queremos que ele fale as duas línguas. É benéfico para o futuro, mas também para entender os bisavós que não falam português.

O que mudou nas vossas vidas com a chegada do bebé?

MN – Tanta coisa… Mudaram os horários, as rotinas que tínhamos… Quando tivermos o segundo a diferença será menor, mas mudou mesmo 

muita coisa, para melhor, sem dúvida. Não me importo de ter de arrumar brinquedos 50 vezes por dia, há aquela compensação de olhar para ele. 

AS – Ainda por cima ele é tão sorridente que, por favor,  ajuda a passar o mau humor. 

 

Leia a entrevista completa na edição número 922 da VIP. 

 

 

Texto: Helena Magna Costa; Fotos: José Manuel Marques; Produção: Zita Lopes; Cabelo e maquilhagem: Ana Coelho com produtos Maybelline e L'Oréal Professionnel