A entrega às causas ligadas à proteção de animais e ao ambiente fez com que Sandra Cóias fosse convidada pelo canal Odisseia para protagonizar uma peça (associada à estreia da série Years of Living Dangerously) que tem por objetivo consciencializar as pessoas para questões relacionadas com a proteção ambiental. Este foi também o ponto de partida para uma conversa em que Sandra Cóias, uma ecocidadã de paixões, falou ainda dos quase 20 anos que passaram desde que se estreou em televisão.
VIP – Foi uma das figuras públicas convidadas para a série Years of Living Dangerously. O que representa, para si, este convite, tendo em conta que poucas pessoas têm o privilégio de estar na mesma posição?
Sandra Cóias – Foi com grande prazer que recebi este convite, pois está relacionado com os temas e as causas que defendo e com os quais me preocupo. Foi, de alguma forma, um reconhecimento da minha ligação à defesa destes temas, ao quererem que fizesse parte desta apresentação.
Sempre foi assim ou houve algum acontecimento na sua vida que a levou a olhar para estes temas com outros olhos?
Não houve nenhum acontecimento especial. Tive, desde sempre, uma enorme admiração pela Natureza – é nela que me sinto bem, onde recupero energias e é ela que me fascina com a sua simplicidade e, ao mesmo tempo, grandiosidade – e, claro, pelos animais, que sempre fizeram parte da minha vida, pelos quais tenho um enorme respeito, amor e que tanto me ensinam e dão.
As pessoas estão a dar mais atenção a aspectos importantes que ignoravam, ou ainda há muito a fazer?
Penso que ainda temos muito a fazer. Existe alguma falta de informação, mas também vontade de aderir às boas práticas ambientais. As pessoas ainda têm dúvidas sobre a reciclagem, outras ainda nem sequer a fazem. Atirar lixo para o chão é algo bem frequente, o uso de sacos de plástico ainda é uma prática diária, e isto é o básico! As pessoas precisam de ser mais ativas, mudando os hábitos diários, repensando o consumo e também a alimentação.
É moda dizer que se é amigo do ambiente ou as pessoas sentem mesmo as palavras que apregoam?
Não posso falar pelos outros, posso falar apenas por mim. Acho que a nossa vida deve ser a nossa mensagem e o que fazemos é o mais importante: é a mensagem que passamos aos outros, com as nossas ações. Se o sentirmos, devemos agir em conformidade e com coerência. Só faz sentido que seja assim.
Foi o seu encanto pelos animais que a levou a ser vegetariana?
Foi o respeito que tenho por eles, por todos sem exceção. Quando percebi, há quase 19 anos, que poderia agir em conformidade com esse respeito, excluindo-os da minha alimentação. Esse era o único caminho a seguir, sem dúvida. Não poderia excluir espécies, pois todos os animais devem ser respeitados sem exceção. Não poderia opor-me à morte de cães e gatos para consumo, como é prática em certos países, e aceitar incluir no meu menu porcos, vacas, etc. Todos temos direito à vida.
E foi por isso que criou uma marca de sapatos vegan que tem o selo de qualidade da PETA?
Sim, claro. Porque só assim fazia sentido para mim. A coerência é importante em tudo na vida.
Ecocidadã é um rótulo que lhe fica bem?
Não gosto de rótulos, mas sinto-me uma ecocidadã com todo o gosto.
Em 2015, assinalam-se 18 anos desde a sua estreia enquanto atriz, na telenovela A Grande Aposta, da RTP. Estes anos passaram muito depressa?
Passaram muito rápido, mas com muitas – e boas – recordações. É bom quando temos tanta coisa boa no nosso percurso para recordarmos.
Tem a carreira com que sonhou?
Nunca pensei exatamente dessa forma. Neste meio, fazemos, ou não, os trabalhos que nos são propostos e podemos ter mais ou menos sorte, mas tenho, no meu percurso, trabalhos que adorei fazer. Mais de 40 trabalhos feitos em 18 anos é bom.
Que memórias guarda da menina daquela altura?
Vivi grandes aventuras, sempre. Viajei muito, aprendi muito, conheci pessoas fantásticas e sempre fiz o melhor que sabia na altura.
Que balanço faz do seu percurso profissional?
Positivo. Mas aguardamos sempre pelo próximo desafio. Gostei de todos os trabalhos que aceitei fazer, mas o primeiro marca-nos sempre, como é óbvio, e as séries de época que fiz também deixam saudades. Mas ter o privilégio de fazer cinema neste país é algo que me deixa muito feliz.
Leia a entrevista completa na edição número 916.
Texto: Bruno Seruca; Fotos: Luís Baltazar; Produção: Nucha
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