Ao Serviço De Sua Majestade
O livro que assustou o príncipe Carlos

Famosos

Dickie Arbiter conta
pormenores do casamento
dos príncipes de Gales

Sex, 21/11/2014 - 0:00

A publicação desta obra inquietou de tal forma o príncipe Carlos que a casa real tentou impedi-la.

Dickie Arbiter foi assessor de imprensa e porta-voz da família real entre 1988 e 2000 e agora lançou Ao serviço de Sua Majestade: Memórias, segredos e revelações, um livro que traz a público pormenores amargos da deterioração da relação de Carlos e Diana durante esse período, mas também o lado menos dourado da coroação de Isabel II , do casamento dos princípes de Gales, da educação dos seus herdeiros, das disputas entre os membros da família real, do divórcio do futuro rei ou da morte e funeral de Diana, altura em que Arbiter esteve encarregue da relação com a imprensa e da gestão de informação.

“Carlos está furioso. Ele considerava-o um amigo, isto é desleal”, disse uma fonte do palácio antes do lançamento do livro. É que o antigo assessor assinou um acordo de confidencialidade quando entrou ao serviço da família real e a equipa jurídica do Palácio de Buckingham terá mesmo tentado usar essa cláusula para impedir a publicação. Mas a verdade é que o livro saiu para as bancas, com o autor a alegar que não está a quebrar o acordo uma vez que estas são as suas memórias.

No livro, Arbiter, que tem agora 73 anos, conta por exemplo que, em 1990, quando o príncipe Carlos sofreu uma lesão no braço num jogo de polo, foi para o hospital e, antes mesmo de Diana chegar, recebeu a visita de Camilla Parker Bowles, algo que o fez perceber que a relação do casal estava pior do que tinha até então percebido. “Era o meu primeiro vislumbre da realidade sombria da situação conjugal dos príncipes de Gales”, escreve.

Também em 1992 viveu uma crise diplomática quando percebeu que Diana poderia ter dado informações ao jornalista Andrew Morton para este escrever o livro que entrava na intimidade da família. Arbiter descreve a crescente tensão entre o casal, principalmente à medida que Diana se apercebia de que a relação do marido com Camilla era visível aos olhos de todos. “Quase se queriam fuzilar”, diz o antigo assessor sobre uma visita à Coreia do Sul em 1992, quando percebeu que o divórcio seria a única saída, porque Diana já dizia sem filtro que a infidelidade do marido a fazia parecer “uma idiota”.

Ela teria a sua vingança na viagem à Índia, depois de o príncipe a deixar visitar sozinha o Taj Mahal. Na entrega do prémio de um jogo de polo no Rajastão ele esquece-se de dar um beijo à sua mulher e, quando volta para trás para retificar o erro, ela vira a cara. “Se ele me quer fazer de parva com aquela mulher, é o que merece”, justificou-se ela depois.

O autor realça que, se gerir a relação conjugal dos príncipes era penoso, ver a evolução da rainha e a sua capacidade de liderança depois da morte da rainha-mãe, em 2002, foi algo de que gostou particularmente. “Está muito mais colorida, mais descontraída”, diz, acrescentando que ela nunca teria aceite abrir os Jogos Olímpicos com “James Bond”, em 2012, se a rainha-mãe ainda fosse viva.

Amigo e confidente de Diana, Arbiter admite que a notícia da sua morte foi um choque e que o deixou devastado. “Eu tinha um grande fraquinho por ela e sim, gostava muito dela. Como lhe disse, sentiria a sua falta. Ainda sinto”, remata. Deixaria o palácio três anos depois, em 2000.

Texto: Elisabete Agostinho; Fotos: Impala e DR

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