Ana Stilwell
Mãe de gémeas, a cantora diz que não deixa a família para segundo plano

Famosos

Aos 28 anos, Ana Stilwell realizou
dois sonhos: lançou o primeiro álbum
e está grávida pela segunda vez

Qui, 13/11/2014 - 0:00

Ana Stilwell é o novo talento da música portuguesa. Filha da jornalista Isabel Stilwell, a jovem de 28 anos fez uma breve incursão pelo jornalismo e escreveu dois livros com a mãe, mas é na composição de canções que se realiza. O primeiro álbum Take my Coat é um sonho tornado realidade. Mas não é o único a concretizar-se. É que a cantora está grávida pela segunda vez e não podia estar mais satisfeita por aumentar a família e dar às gémeas Madalena e Carminho, de quatro anos, um novo “Nenuco” para brincarem.

VIP – Fale-me do seu álbum Take my Coat. Como o caracteriza?
Ana Stilwell –
Em termos musicais, tem uma sonoridade folk-country-pop. É um trabalho genuíno porque as músicas que lá estão foram compostas sem pensar que algum dia pudessem estar num disco. Todas contam histórias e possibilitam às pessoas identificarem-se com as emoções.

Quais as influências musicais que a movem?
Como estudei jazz, é óbvio que isso me influenciou nalgumas escolhas. Mas na verdade há músicos que foram surgindo na minha vida e que ficaram como grandes referências. Falo de Leonard Cohen, Simon e Garfunkel, Rod Stewart.

Canta em inglês. Porquê?
Estudei numa escola inglesa e por isso sempre que entro num registo emocional faço-o em inglês. Também porque dentro da minha sonoridade as minhas referências são em inglês.

Com filhos, acredita que a educação também se faz pela música?
Sem dúvida. Sou educadora de infância de formação e acho que a música é uma mais-valia gigantesca na educação de alguém, não só para ajudar a aprender outras coisas mas como arte em si mesma. É pena que muitas vezes seja posta em “segundo plano” em relação às matemáticas e ciências.

Tendo uma mãe jornalista, o jornalismo também fez parte dos sonhos da sua infância, chegando mesmo a estudar jornalismo. Mas não concluiu o curso. Porquê?
Eu adoro escrever e sempre escrevi imenso, inclusive com a minha mãe. Não querendo “permitir- me” sonhar ser cantora, ser jornalista era a escolha mais óbvia. Mas achei o curso muito teórico e percebi que não tinha vocação. Adorei os professores, fiz alguns bons amigos, mas, na verdade, ansiava pela música. Como disse, gosta de escrever.

Todas as letras são composta por si. O que a inspira?
Inspiram-me as emoções, as histórias. Todas as músicas do álbum foram escritas para alguém, como forma de presente – quando sentia que tinha encontrado as palavras certas para aquilo que a outra pessoa estava a sentir – ou como forma de carta, porque sentia que a melhor forma de explicar o que eu estava a sentir era através da música.

É mãe de gémeas. Como está a ser?
Está a ser uma grande aventura! Com os momentos de maior felicidade que alguma vez senti, e com os momentos de maior cansaço que alguma vez vivi! Acho que é uma mistura de tudo. Não consigo imaginar a minha vida sem elas, e acho que descobri mesmo uma parte de mim que não conhecia e que me fazia falta.

O que salienta da maternidade?
Da gravidez, os enjoos! E a dificuldade que é geri-los durante tanto tempo continuando o trabalho. De ser mãe, saliento o amor e a gratidão que sentimos, com uma intensidade inimaginável. Também o medo, porque ao percebermos o valor daquilo que temos fica sempre uma sensação vertiginosa de o perder e de não as conseguirmos proteger. Mas ser mãe é também andar numa montanha russa de emoções, cansaço, confusão, exigências, alegrias, momentos mágicos. Sendo um cliché, é mesmo a melhor coisa do mundo!

Gostava de voltar a ser mãe?
Gostava tanto que já estou grávida!

Parabéns! Isso é uma grande novidade!
Sim, estou grávida! Estou agora de quatro meses e meio. Ainda não sei se é rapaz ou “De ser mãe, saliento o amor e a gratidão que sentimos. E também o medo” rapariga, e, tirando os enjoos horríveis, está tudo a correr bem.

Que diferenças sente nesta gravidez para a das gémeas?
Sinto imensa diferença! Estou mais confiante, menos ansiosa. Como não são gémeas é uma gravidez muito menos acompanhada em termos médicos, o que é bom porque me permite viver tudo com mais calma. Para além disso, acho que ter as gémeas e a música me deixa menos tempo para me focar na gravidez, o que me torna mais descontraída e menos obcecada com o tema.

Qual das gémeas é mais parecida consigo?
Fisicamente, a Madalena é mais parecida comigo (embora sejam gémeas verdadeiras há diferenças para quem as conhece). Em termos de feitio, acho que as duas têm coisas minhas, pelo menos quando estão a fazer birras…

O que mais gosta de fazer com elas?
Se estivermos bem dispostas podemos não estar a fazer nada e é ótimo e se estivermos mal dispostas até a Disney pode ser um pesadelo. Adoro cantar com elas, adoro ler-lhes histórias, e adoro ficar com elas na cama, agarradinhas.

Sendo artista, a vida pessoal não fica sempre um bocadinho em segundo plano?
Não. É verdade que não tenho (ainda) uma agenda muito, muito preenchida. Mas não consigo imaginar a minha família como segundo plano. Acho que é óbvio que há alturas em que é preciso puxar um bocadinho mais para o lado profissional, porque tenho concertos ou gravações. Mas o ideal é ir equilibrando as coisas.

Que sonhos lhe faltam ainda concretizar?
Graças a Deus, ainda tenho muitos. Gostava que o meu álbum chegasse ainda a mais pessoas. Adorava participar num teatro musical. Adorava fazer mais dobragens.

Texto: Sónia Salgueiro Silva; Fotos: Bruno Peres; Produção: Nucha;
Cabelos e Maquilhagem: Vanda Pimentel com Produtos Maybelline e L'Oréal Professional

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