O ator Rodrigo Menezes morreu na madrugada do dia 2, vítima de uma paragem cardíaca provocada por um ataque epilético, revela o relatório preliminar da autópsia ao seu corpo. As causas que poderão ter desencadeado o ataque de epilepsia é que ainda estão por determinar e só deverão ser conhecidas no final deste ano, segundo o que a VIP soube através de fontes da Delegação Sul do Instituto Nacional de Medicina Legal (INML), sediada junto ao Hospital de S. José, em Lisboa. Para já, o caso está entregue ao Serviço de Toxicologia, que faz exames de clínica e patologia. Mas a autópsia ao corpo não terá sido pacífica.
Autópsia polémica
Segundo o que a VIP apurou, a autópsia ao corpo de Rodrigo Menezes terá sido realizada antes de ter sido dada a respetiva ordem por parte do Ministério Público, o que terá obrigado, posteriormente, a um compasso de espera: “A autópsia foi feita logo na manhã de segunda-feira (dia 6), dois dias depois de o corpo ter sido levado para o INML. Porém, nessa altura, ainda não existia a ordem necessária do Ministério Público para que a autópsia fosse realizada. Essa ordem só surgiu ao final da manhã, quando a autópsia já estava concluída, e houve necessidade de se dizer que ainda estava a ser realizada para não se criar um problema institucional”, revelou à VIP fonte daquele Instituto, salientando que tal facto “não comprometeu em nada as análises ao corpo” e que “apenas atrasou a liberação do cadáver”.
De acordo com outra fonte daquele Instituto, “agora estão a ser feitas as análises tanatológicas, que são os exames aos tecidos recolhidos no cadáver, vulgarmente conhecidas por biópsias, e à veia femoral, para determinar se houve consumo excessivo de medicamentos, de álcool ou de substâncias psicotrópicas, como cannabis, cocaína ou heroína. Qualquer uma destas substâncias, tal como a falta de medicação adequada, poderia ter provocado o ataque de epilepsia”, explica aquele responsável.
Nu e em adiantado estado de decomposição
O corpo de Rodrigo Menezes foi encontrado pelo seu irmão mais velho, Francisco, que tinha as chaves da casa do ator, e que estava acompanhado por um amigo. O corpo encontrava-se nu, deitado na cama, de barriga para baixo, e já em adiantado estado de decomposição. De tal forma que os dois técnicos do Laboratório de Polícia Científica, bem como os dois inspetores da Brigada de Homicídios da Polícia Judiciária que se deslocaram ao apartamento onde o ator morava, em Porto Salvo, no concelho de Oeiras, tiveram de usar máscaras para conseguirem analisar o local onde ocorreu a morte. Na casa do ator não existiam quaisquer sinais de roubo ou de atos de violência. “Não havia qualquer indício de arrombamento da casa. A porta estava intacta e as janelas fechadas. Tudo aponta para uma morte natural, mas só os exames complementares, a realizar pelo Instituto de Medicina Legal, poderão esclarecer mais alguma coisa”, disse à VIP o oficial do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, que se encontrava de serviço no dia em que o corpo foi encontrado.
Crises de epilepsia
Lourenço Cardoso Menezes, outro dos cinco irmãos de Rodrigo Menezes, disse à VIP que Rodrigo “tinha muitas crises de epilepsia” e que “desta vez, deve ter sido tão forte que nem conseguiu pedir socorro”. E afastou a hipótese de consumo de álcool ou de drogas. Afastada está também, de acordo com o que a VIP apurou junto de fontes da Polícia Judiciária, a hipótese de homicídio. Aliás, as conclusões preliminares da autópsia confirmam a inexistência de traumatismos, ferimentos de bala ou outros, provocados por objetos cortantes. De acordo com o que uma vizinha do ator contou à VIP, há já cerca de duas semanas que Rodrigo Menezes aparentava estar adoentado e “queixava-se de dores de cabeça e de barriga”. Recorde-se que, no dia 10 de março deste ano, dois dias antes de completar 40 anos, Rodrigo Menezes festejou o facto de estar há 20 anos sem consumir álcool ou drogas.
Filho com apoio psicológico
O pequeno Afonso, de cinco anos, filho de Rodrigo Menezes, já sabe que o pai morreu. Porém, a mãe da criança e ex-namorada do ator, Andreia Sampaio, optou por pedir o apoio de um psicólogo para a ajudar a explicar ao filho o que aconteceu, por temer a reação do menino, que durante vários dias permaneceu fechado em casa para, segundo a família, ser protegido do clima emotivo que rodeava a morte do pai. Consternação e dor Helena Forjaz, responsável da TVI, recorda que Rodrigo Menezes era conhecido como o “puto reguila” e um ator “genuíno e profissional”. O perfil do ator no Facebook está inundado de mensagens de consternação pelo seu desaparecimento prematuro. Nas redes sociais, ao longo da semana que se seguiu à sua morte, também se multiplicaram as homenagens. Pedro Lima, que contracenou com Rodrigo Menezes em algumas telenovelas da TVI, limitou- se a escrever “Fazes-me falta”, na sua página de Facebook. Também o humorista Bruno Nogueira recorreu ao Facebook para deixar a sua mensagem: “Conhecia-o mal, mas o suficiente para saber que foi cedo demais. Os meus sentimentos a toda a família do Rodrigo Menezes”. Rui Unas, também através do Facebook, afirmou que Rodrigo Menezes sempre foi “amável e simpático”, enquanto Maria João Bastos mostrou a sua consternação com uma única frase: “Não quero acreditar!”.
Figura em ascensão
Rodrigo Menezes tinha atualmente um contrato de exclusividade com a TVI. Nos últimos anos, o ator tornou-se uma das caras mais conhecidas das telenovelas nacionais. Foi em 1999 que se estreou em A Lenda da Garça, seguindo-se Ganância, Saber Amar, Morangos com Açúcar, Queridas Feras, Mistura Fina, Fala-me de Amor, Doce Fugitiva, A Outra, Flor do Mar, Meu Amor, Remédio Santo e Destinos Cruzados. O último trabalho em que participou foi a novela O Beijo do Escorpião. Ao longo destes anos, teve também algumas participações em programas de entretenimento, como o Dança Com As Estrelas. Atualmente, é possível vê-lo em Remédio Santo, novela que a TVI emitiu entre 2011 e 2012 e que está a exibir novamente. Além da televisão, Rodrigo Menezes teve ainda um percurso na música e chegou mesmo a editar dois discos: Um Amor Não Morre Assim (2002) e Coleção Platina (2009). Nasceu em 1974 e morreu em 2014. “Paz à sua alma”, disse à VIP, muito emocionada, a atriz Alexandra Lencastre.
Texto: Carlos Tomás; Fotos: Impala e DR
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