Catarina Furtado
Recorda histórias fortes que a marcaram

Depois de ter passado por vários países, chegou a Portugal a exposição Too Young to Wed (Novas Demais Para Casar) que pre tende alertar para os casamentos infantis precoces e forçados que todos os anos afetam milhões de crianças pelo Mundo.

A apresentação oficial contou com a presença de várias personalidades ilustres, como Alanna Armitage, presidente do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA). Na qualidade de Embaixadora da Boa Vontade do UNFPA e de presidente da associação Corações com Coroa, Catarina Furtado também não faltou, tendo revelado que já conviveu de perto com este drama.

“Tive o privilégio de constatar esta realidade olhos nos olhos, digo ‘privilégio’ porque a partir daí transformou-se em ação. A minha inevitável maneira de combater é informar, ajudar a que as pessoas tenham acesso a esta informação, pressionar os governos, as pessoas que podem mudar alguma coisa”, contou.

“Estas meninas ficam sem poder estudar, morrem ao dar à luz quando têm 10/11 anos. Ficam sem contar para a sociedade e muitas contraem HIV. São 142 mil, 39 mil por dia […] Estas realidades existem em países onde se fala português: São Tomé e Príncipe, Brasil e Moçambique”, alerta.

“Já estou a fazer os Príncipes do Nada [programa da RTP] há quase nove anos e há muitos casos que me estão na memória, não só de casamentos infantis. Vi tantas meninas pequeninas na rua, que não iam à escola para se prostituírem no Sudão do Sul a troco de rebuçados para sobreviver. Marcou-me muito. Vi muita coisa, mas também vi uma série de boa gente, boa no sentido de empenhada em resgatar estas meninas nesses sítios. Vi casos muito felizes e é isso que me move”.

A apresentadora faz questão de contar estas histórias dramáticas aos filhos. “Faço uma espécie de adaptação à idade deles. Não podia não contar, é uma obrigação”. Por isso mesmo, tenciona trazer os filhos a visitar esta exposição.

Texto: Ricardina Batista; Fotos: Jorge Firmino

Siga a Revista VIP no Instagram