Eduardo Beauté E Luís Borges
Gozam férias com os filhos depois de um tempo de reflexão

Famosos

O Bernardo e a Lurdes
são muito diferentes
nas brincadeiras, mas
muito cúmplices, dizem
os pais babados

Qua, 10/09/2014 - 23:00

Eduardo Beauté acredita no destino, e acredita que o casamento com Luís Borges, que se concretizou a 20 de maio de 2011, fez dele uma pessoa melhor. Já o manequim, de 26 anos, prefere pisar o chão da casa onde estão Bernardo, de quatro anos, e Lurdes, de dois, à sua espera de braços abertos, do que as passerelles internacionais onde tem conquistado o seu espaço próprio.

O cabeleireiro e o modelo passaram por um momento de reflexão no casamento, mas chegaram à conclusão de que, quando se ama, vale a pena lutar por uma família feliz. Reconciliados, fizeram alguns ajustes para que a relação seja cada vez melhor e para dar um lar harmonioso aos dois filhos. Em Albufeira, no Algarve, a VIP presenciou momentos de descontração em família, e a iniciação de Lu ao mar.

VIP – Já deu para perceber que o Bernardo gosta mais de água do que a Lu…
Eduardo Beauté –
Foi precisamente em Santa Eulália que fizemos praia com o Bernardo pela primeira vez, e que se tornou público que tínhamos uma criança connosco e, três anos depois, foi também aqui que a Lu teve contacto com o mar. Foi um bocado difícil no início, ela assustava-se muito, desde maio que estamos a tentar este namoro com o mar. Agora já entra, mas fica muito aborrecida com a temperatura da água.
Luís Borges – Já passámos alguns momentos a quatro, mas é o primeiro verão que a Lu está connosco, e a primeira vez que está de férias connosco no Algarve. É sempre bom termos estes momentos com os nossos filhos, noutro ambiente sem ser o caos da cidade. A Lu tem mais medo, é mais coquete, a água, o frio, a areia, qualquer coisa lhe faz impressão. O Bernardo também tinha pavor a água e agora adora. Temos de lidar com cada um de forma diferente porque são duas crianças completamente diferentes.

Como se foi desenvolvendo a relação entre eles?
EB –
O Bernardo já tinha a perceção de que mais alguém vinha viver connosco. Fomos-lhe transmitindo, nas capacidades de entendimento dele, que iria chegar uma mana. Eles são muito diferentes, ele é muito rapagão, entusiasma-se mais com um jogo de futebol do que com desenhos animados, ela é muito feminina, portanto não partilham muito os momentos de brincadeira, mas são muito unidos, e muito cúmplices. A Lu, sendo mais nova dois anos, está a tornar-se protetora. Talvez ache que o irmão é mais novo, já percebeu que fala menos, tenta ensiná-lo.
LB – A Lu é capricórnio, como o Eduardo, já se nota uma personalidade vincada. Acho o máximo. Já sabe o que quer, sei que nos vai trazer umas dores de cabeça. Antes de sermos pais dizemos uma coisa, mas depois acabamos por ceder. Acho que têm de ter algumas coisas, não demasiadas senão não ligam, e também para saberem dar valor. A Lu é bocadinho egoísta em relação ao irmão, e tentamos mostrar-lhe que o mundo não é todo dela, que a casa não é toda dela.

E a relação deles com cada um de vocês? São pais muito diferentes?
EB –
O Bernardo tem uma ligação muito próxima a mim, talvez porque é touro como o Luís e a Lu é capricórnio como eu. O Bernardo foi batizado no dia do meu aniversário, a 8 de janeiro, e nesse preciso momento estava a Lu a nascer na Guiné, ainda não sabíamos da existência desta menina. Por isso acredito no destino, não há coincidências. Acho que temos um livre arbítrio, mas algo nos foi predestinado, e eu nunca fugi ao que me foi predestinado, o Luís, o Bernardo, a Lu, e confesso que gostava muito de ter o terceiro filho com que sempre sonhei. Tive um filho biológico, era muito jovem, infelizmente não está entre nós, mas sinto que há mais uma menina que virá fazer parte da nossa família.
LB – Confesso que sou mais permissivo e o Eduardo é mais autoritário. Custa-me ouvi-los chorar. Sei que é bom para o crescimento deles, eles têm que ter regras, mas às vezes gosto de quebrar um bocadinho. Mas também sei ser duro, até porque senão o trabalho do Eduardo vai por água abaixo.

Passaram por uma breve separação, isso ajudou a fortalecer a vossa relação?
EB –
Foi um arrufo familiar, não lhe podemos chamar separação. Foi uma fase de reflexão. Precisávamos porque não estávamos a perceber que não estávamos a olhar para nós enquanto casal e estávamos a deixar para trás os nossos momentos para nos dedicarmos a 100% aos nossos filhos. Mas não pode ser. Para eles estarem sempre felizes, temos de ter disponibilidade para lhes dar atenção, carinho, e se nós estivermos saturados não vamos ser capazes de os fazer felizes. Estávamos concentrados só na nossa vida enquanto pais, isso criou um desgaste, e houve este momento de reflexão. Resolveu-se e estamos muito felizes.

O arrufo fez-vos repensar a vossa forma de estar enquanto casal. É fundamental não perder a individualidade e o espaço a dois?
LB –
Sim, os nossos filhos são importantes, mas a nossa relação enquanto casal também é importante e se isso se perder o casamento acaba. Como viajo muito, antes o Eduardo vinha ter comigo muitas vezes, agora não dá para fazer isso, por isso temos de ter mais momentos a dois para cimentar a relação. Gostamos um do outro, seria ridículo isto acabar assim. Quando temos a certeza vale a pena investir. Todos os casamentos têm arrufos, é normal. Se não houvesse discussões não era um casamento feliz, aqueles casais muito perfeitos um dia explodem. Estas coisas fazem parte da vida de casal.

EB – Chegámos à conclusão de que tínhamos de limar algumas arestas. Isso acontece com muitos casais, por isso existem tantos divórcios. Acho que a pior coisa que pode acontecer a uma criança é a separação dos pais. As crianças ficam marcadas. Eu sou filho de pais divorciados e recordo esses momentos. Para mim foi um sentimento de perda muito grande quando o meu pai saiu de casa. Adoraria ter sido criado com os meus pais, assim eles fossem felizes, claro. Às vezes esta saturação acontece porque não há diálogo, e depois acaba em divórcio, mas a verdade é que quando se muda de relação só se muda de parceiro, fundamentalmente. O amor de um casal pode ser eterno, mas nunca será a mesma coisa que era no começo. Normalmente começa com paixão, e depois há uma habituação e temos de estar preparados para isso. Claro que quando mudamos de parceiro parece que há maior paixão, mas depois tudo volta ao mesmo. Por isso há pessoas que casam três, quatro vezes, porque andam sempre à procura do que não existe, são insatisfeitas por natureza. Idealizam sempre algo que não existe. É importante investir enquanto casal, pelos filhos, para aproveitar os momentos de felicidade.

Texto: Elizabete Agostinho; Fotos: Impala

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