Lídia Franco
Orgulha-se de nunca ter feito nenhuma plástica

Famosos

Além disso, acredita que, com a idade, volta a aproximar-se da sua essência

Qui, 27/03/2014 - 0:00

Na scida no dia 23 de março de 1944, Lídia Franco faz um balanço positivo da sua vida, apesar de admitir que o “tempo passa a correr”. Orgulhosa dos seus 70 anos, a atriz explica que ser avó a rejuvenesce, bem como o trabalho, que espera fazer até morrer.

Com a VIP, a Madalena de O Beijo do Escorpião, da TVI, recorda os melhores e os piores momentos que viveu, numa conversa sempre pautada pelo sentido de humor.

VIP – Faz 70 anos. Quer fazer um balanço?
Lídia Franco
– A sensação é que a vida passa a correr e não consegui fazer tudo o que queria, porque, infelizmente, nasci em Portugal.

É difícil ser atriz em Portugal?
Não. É difícil ser português em Portugal. Portugal não é bem um país, é um sítio onde, por acaso, há uma série de pessoas que lá nasceram. Não temos uma noção de pátria, é uma questão cultural. É difícil ser qualquer coisa em Portugal.

A Lídia saiu de Portugal antes do 25 de abril, mas acabou por regressar…
Saí por razões políticas, na altura. Não conseguia respirar em Portugal. O meu filho também teve de sair do País para ir estudar, porque cá temos a ditadura das médias e não se privilegia o gosto ou a competência.

Então, se tivesse nascido noutro país, o que é que tinha feito da sua vida?
A questão nem é essa, acho eu. Houve uma altura da minha vida em que pus a mochila às costas e fui por aí fora e, sem conhecer nada nem ninguém, tanto em França como em Espanha, fuime apresentar a várias produtoras e agentes, e fiz vários castings com realizadores de cinema. Fui escolhida para alguns projetos, mas tinha de ficar a morar por lá. Nessa altura, optei voltar para Portugal, porque tinha cá o meu filho.

Que idade tinha nessa altura?
Eu comecei no teatro relativamente tarde, porque antes fui bailarina. Portanto, já tinha mais de 30 anos, mas precisei de fazer essa roadtrip nessa idade. Depois, quando regressei, não deixei de lutar para ser atriz, porque o problema não era meu. Eu optei, e não me arrependo, por ficar em Portugal, pelo meu filho.

Se tivesse nascido, por exemplo, nos Estados Unidos, se calhar nem atriz tinha sido.
Claro que fico contente, porque tive sempre o privilégio de fazer o que amo.

Ainda é apaixonada pelo que faz?
Seja que profissão for, o que interessa é saber o que queremos fazer e fazê-lo de forma a conhecermo- nos cada vez melhor.

Não desistir de viver é o segredo para, aos 70 anos, ter esse aspeto tão jovem?
Eu, há uns anos, pensava que, aos 70, as mulheres eram velhinhas. Eu sou do tempo em que as mulheres, a partir dos 40 anos, eram arrumadas a um canto, porque se pensava que eram velhas. Eu não me sinto assim. De resto, tenho aqueles cuidados, como hidratar bem a pele, limpá-la bem, maquilhar-me muito pouco. Hoje, sou muito mais descontraída do que era quando era jovem, que usava sempre saltos altos. Agora, já não preciso de corresponder à imagem da bonita. Portanto, cheguei aqui sem plásticas.

Nunca pensou fazer nenhuma?
Há muitos anos pensei reduzir a anca, mas nunca cheguei a fazê-lo. Acho que as anestesias se devem guardar para as situações de saúde.

Como é que vai festejar este aniversário?
Espero que me surpreendam, porque eu quero muito festejar, mas preparar a minha própria festa é chato.

Leia toda a entrevista na VIP nº871

Texto: Sónia Salgueiro Silva; Fotos: Bruno Peres; Produção: Romão Correia; Cabelos e maquilhagem: Vanda Pimentel, com produtos Maybelline e L’Oréal Professionnel

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