Luís Represas
Fala sobre o novo disco

Seis anos depois de Olhos nos Olhos, lançado em 2008, Luís Represas volta a editar um disco a solo, intitulado Cores. O cantor explica à VIP a escolha deste nome: “Tem a ver com uma observação exterior depois de o disco estar pronto. Por sentir que este disco trazia uma contra força em relação a uma padronização e a um cinzentismo que existe cada vez mais, numa falsa tentativa de nos dar conforto em relação a uma vida, mas que nos vai tornando a vida cada vez mais desconfortável. Isso também leva a que nós sejamos tomados como números e é muito mau, porque somos muito mais manipuláveis.” As cores transmitem emoções, mas quando questionado sobre que cor era a sua, Luís Represas diz não ter nenhuma.

“Se eu estivesse a dizer que tinha uma cor, estaria a entrar naquilo com que não estou de acordo, que é essa falta de opção. As cores que sinto estão de acordo com o meu estado de espírito, os momentos que atravesso, e que podem ser vários ao longo do dia”, explica, acrescentando que a poucas horas de apresentar o seu disco publicamente, estava “a entrar pelo arco-íris dentro”.

Carolina, a filha mais velha do cantor, participa no disco como autora de duas letras – O Aprendiz e Tipo –, assim como a ex-mulher, Margarida Pinto Correia, que escreveu a letra do tema Imensidão.

“A minha filha é totalmente estreante. Ter observado as coisas soltas que ela escrevia, levou-me a pensar que seria capaz de escrever canções e desafiei-a a escrever para este disco”, conta Represas, mostrando-se orgulhoso.

“Se me pergunta se fico muito contente por ter uma filha que mexe tão bem na sua própria língua, numa geração que está tão voltada para o inglês, alguém com 18 anos que consegue pôr numa canção a sua própria língua, deixa-me particularmente feliz e, obviamente, por ser minha filha é muito bom”, diz o cantor, referindo que não lhe facilitou a vida. Represas também recuperou um poema antigo de Margarida Pinto Correia e salienta que, apesar de separados, têm “uma relação ótima”.

Texto: Helena Magna Costa; Fotos: Tito Calado

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