Atores fazem denúncia
Elenco de série da RTP com ordenados em atraso

Nacional

Protagonistas de Ministério do Tempo estão descontentes com a falta do vencimento prometido

Ter, 04/07/2017 - 14:39

Vários atores da série Ministério do Tempo, da RTP, mostraram o seu descontentamento salarial através das redes sociais. O elenco reclama que está com ordenados em atraso e quebra de confiança  na direção da empresa que produz a série. Andreia Dinis, mariana Monteiro, Carla Andrino e Ângelo Rodrigues são alguns dos atores que estão nesta situação.

Leia aqui o comunicado na íntegra: 

“Quando, em Maio de 2016, iniciámos a rodagem de O Ministério do Tempo, todos nós o fizemos com a vontade e o profissionalismo que um novo projecto sempre nos merece. Mas muito rapidamente se acrescentou a essa vontade e a esse profissionalismo uma entusiástica alegria que nos tem mantido unidos até agora; não estávamos apenas perante um novo projecto; estávamos convictos que este poderia tornar-se um caso muito sério na história da ficção Nacional: um olhar atento sobre a nossa história colectiva, valorizando o saber e a memória, mas não descurando os aspectos lúdicos, permitindo sentar diante do televisor várias gerações da mesma família, a todos chegando de modo diverso e complementar. E desse modo o entendeu também a Direcção da RTP que lançou o Ministério como ‘a melhor série de todos os tempos’.

Depois de uma primeira temporada com alguns percalços, oriundos de problemas vários – a cargo da Iniziomédia, a RTP decidiu entregar a produção a uma nova empresa – a JustUp/Mauricio Valente Ribeiro e Luis Valente -. Assume a direcção artística o realizador Manuel Pureza e o elenco renova a confiança no projecto, pois o caminho apontado vai no sentido de um investimento muito directo no trabalho dos actores, no fortalecimento das relações entre as personagens e numa mais eficaz abordagem técnica às cenas. Apesar da aparente normalidade, o que sucede no final do mês deixa-nos a todos atônitos: os ordenados não são pagos! Toda a equipa decide parar até o problema estar resolvido; garantem-nos que no prazo de dois/três dias tudo se normalizará; mas só no final de três semanas são finalmente pagos os ordenados e são dadas garantias verbais de que o problema está totalmente resolvido. Por alegada quebra de confiança com a direcção de produção o realizador afasta-se do projecto, levando com ele parte da equipa. É convidado Miguel Guerreiro para assegurar a continuidade das gravações e, perante as garantias que nos são dadas, voltámos mais uma vez ao trabalho, animados pela nossa dedicação ao Ministério. A nova equipa técnica inicia as gravações com o mesmo espírito e seguimos trabalhando arduamente. Mas e mais uma vez, os ordenados não são pagos no final do mês [Maio]. Voltámos a parar e, ao fim de um mês, a situação não está sequer em vias de resolução. Dispensamo-nos de tecer comentários sobre o carácter de cada um dos sócios da JustUp e de eventuais desentendimentos internos na produtora ; mas gostaríamos de deixar um forte alerta a todos os companheiros de profissão sobre o risco que corremos ao aceitar convites para trabalhar com algumas produtoras que, infelizmente não merecem a dedicação dos profissionais que tudo fazem a bem do seu trabalho e, deixar um apelo à direcção da RTP para que não nos deixe à mercê daqueles que, a coberto de uma maior oferta no mercado audiovisual, se apresentam a concurso sem as condições mínimas para exercerem dignamente esta actividade. Só assim criaremos garantias de um resultado que exprima as nossas capacidades técnicas e artísticas e contribua para uma efectiva valorização da ficção Nacional.
Em nome de todos os profissionais lesados:

O elenco do Ministério do Tempo:

António Capelo
Luis Vicente
João Craveiro
Andreia Dinis
Mariana Monteiro
João Vicente 
Samanta Castilho
Carla Andrino 
Ângelo Rodrigues”  

Foto: Impala 

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