Acaba de regressar de outro campeonato de vela, mais concretamente o Campeonato do Mundo, em Omã. Aos 36 anos, Gustavo Lima admite que lhe custa passar muito tempo longe da família, principalmente desde que, há um ano, foi pai de Lourenço.
No entanto, a paixão pelo mar faz com que enfrente tempestades longe de Luiza Pacheco, por quem se apaixonou há quase três anos. Em sua casa, o casal conta à VIP como vai ser o Natal e o que esperam do próximo ano. O velejador, que este ano foi campeão da Europa na classe dragão, aposta na classe laser para os Jogos Olímpicos de 2016, que se realizam no país que o viu nascer.
VIP – Antes de mais, participar nos Jogos Olímpicos do Brasil é um sonho?
Gustavo Lima – Estou a competir na classe laser, que é um barco só para uma pessoa e que é uma classe olímpica. Os treinos são diários, em Cascais, e temos várias provas internacionais. Em junho, propus-me voltar à classe laser e apontar baterias para o Rio de Janeiro, que é a cidade onde nasci e que tem uma mística positiva, porque é a minha quinta campanha olímpica e porque o que fiz em Londres não me satisfez, comparativamente aos resultados que tenho tido. Voltei para a classe laser em janeiro de 2012 por imposição da lesão do meu exproa, não fiquei satisfeito e propus-me estar presente no Rio de Janeiro, desta vez por opção.
Na altura dos Jogos de Pequim, em 2008, ficou chateado e disse que estava prestes a abandonar a vela. Foi um desabafo do momento ou foi mau perder?
GL – Às vezes, com o stress, não conseguimos passar a mensagem que realmente queremos transmitir. Eu estava a reivindicar condições para os atletas olímpicos. Não queria fazer mais quatro anos, passando pelo mesmo. Não foi pelo resultado, porque o resultado foi excelente, fiquei em quarto. Obviamente, fiquei muito próximo da medalha que é ambição de qualquer atleta, mas estava orgulhoso. Tive várias reuniões após esse momento e, realmente, as coisas mudaram.
Do Rio de Janeiro, gostava de voltar com uma medalha?
GL – Eu sou um atleta realista e claro que ambiciono ganhar uma medalha. Nesta fase, a idade não perdoa, vou começando a sofrer no corpo coisas que não sofria antigamente e, portanto, tenho de me adaptar, mas tenho muita ambição.
Serão os seus últimos Jogos Olímpicos, depois das campanhas de Sydney, Atenas, Pequim e Londres?
GL – Eu já aprendi a não dizer nunca. Acho que é uma certeza que não vou continuar na classe laser. Tudo depende de como estiver o projeto olímpico na altura, de como estiver a minha cabeça, o meu corpo e a minha vontade. A vela tem outras oportunidades, já estou a velejar em vários barcos, na classe dragão, no soto40… mas a minha posição é sempre a mesma – ou tático ou ir ao leme – e não vai fugir muito daí. Tenho vários convites, mas, neste momento, quero honrar o meu país, a minha família, os meus amigos, os meus patrocinadores.
A primeira vez que pôs os pés no clube naval de Cascais, aos nove anos, com o seu pai, ficou fascinado. Decidiu nessa altura que o seu futuro passaria pelo mar?
GL – Não foi nessa altura, mas foi marcante. A vela tem algo de especial porque, além do contacto direto que temos com o mar, com o vento, com a natureza, com a emoção, tem esses valores da disciplina, do espírito de grupo. Decidi, aos 17 anos, ser velejador profissional.
Os seus pais apoiaram a decisão?
GL – No início, não. O meu pai queria claramente que eu optasse por uma carreira universitária. Obviamente que, quando percebeu que era a minha paixão – e a minha proposta foi: já que abandonei os estudos, vou ter de ser profissional e ter muito sucesso –, soube que não valia a pena contrariar-me e acho que sente o maior orgulho.
E a Luiza, já gostava de vela ou começou a gostar com o Gustavo?
Luiza Pacheco – Sempre gostei de vela, mas claro que comecei a gostar mais, a conhecer mais, e a vibrar com os campeonatos. Acompanho as regatas e vibro com ele, parece que estou lá.
GL – É uma experiência nova para ela, estar com alguém que tem uma vida deste género, e obviamente teve de se adaptar. Quando gostamos da pessoa, temos de aceitar. Nos primeiros seis meses do Lourenço não trabalhou, mas agora voltou ao seu ritmo. A parte mais difícil é quando saio daqui. O Martim passa a ser o homem da casa! Ele está uma semana connosco, uma semana com o pai e desempenha um papel fantástico de irmão mais velho. Desde que nasceu o Lourenço, claro que me custa mais ir para fora. Mas, quando estou cá, tento compensar. Há essa vantagem: passamos algum tempo fora, mas, quando estou cá passo mais tempo em casado que a Lu.
LP – Acho que, com o Lourenço, custa mais do que antigamente. Quando está fora, parece que falta qualquer coisa. Nós somos muito dependentes e, quando ele está fora, falamos de duas em duas horas. Mas já estivemos a fazer planos, 2014 não vai ser tão puxado e estamos a pensar viajar. Como o Lourenço está mais crescido, já pode acompanhar-nos.
O Natal sabe ainda melhor com o Lourenço?
LP – Sim, o Natal é principalmente para as crianças, é uma noite especial. O Martim desde novo que vibra muito com a noite de Natal.
Que tipo de irmão é?
É muito protetor, adora dar beijinhos… Foi uma surpresa para mim porque achava que ia ter ciúmes, mas não, tem uma paixão enorme pelo irmão, está sempre agarrado a ele, e também adora o Gustavo. Passam a vida juntos, os três.
Ser mãe do Lourenço, 12 anos depois de ter sido mãe do Martim, foi muito diferente?
LP – É recomeçar tudo do zero, dormir menos, voltar às preocupações, é uma nova experiência. Mas claro que o primeiro filho nos deixa sempre mais preocupadas; no segundo já estamos mais treinadas. O Gustavo é um pai fantástico, quando está cá é um pai a cem por cento e até os estraga… Está sempre com colo, com brincadeiras, mima-os bastante. O Gustavo foi pai pela primeira vez com o nascimento do Lourenço.
Como está a viver a paternidade?
GL – No ano passado, ele foi o nosso presente! Nasceu em outubro e é mesmo tudo como as pessoas dizem. A nossa vida muda, começa-se a viver em função da criança, das suas rotinas. Estou muito feliz. O Lourenço fez agora um ano, o tempo passa muito rápido. É engraçado porque continuo a ter os mesmos rituais, a mesma disciplina, mas agora tenho o Lourenço incluído na minha vida. Acordo muito mais cedo, deito-me muito mais cedo porque ele obriga-me a ter outro tipo de horários. Mas veio preencher muito as nossas vidas, os avós estão completamente “babados”.
Já tinha adquirido alguma experiência com o Martim?
GL – Sim, o Martim vai fazer 14 anos e tinha dez quando conheci a Lu. E também tenho o exemplo dos meus irmãos mais novos, porque o meu pai teve um segundo casamento, nasceu a Joana e o Bernardo e eu acompanhei-os, porque são muito mais novos do que eu. Eram bebés quando saí de casa do meu pai, mas acompanhei o crescimento deles e vivi um bocadinho o facto de ter crianças em casa. Portanto, sou um pai com alguma experiência! Os primeiros meses foram vividos intensamente e, quando comecei a dormir a noite inteira, passou a ser magnífico! Como atleta é muito importante, para estar a cem por cento. Agora são três homens cá em casa.
Não pensam repor o equilíbrio?
LP – Quem sabe para o ano! O problema é se vem mais um menino… Mas sempre tive o sonho de ter uma menina e vou tentar concretizá- lo.
Voltando ao Natal… é uma ocasião para reunir a família?
GL – O Natal é isso mesmo, ter a família toda unida. Não deve ser só no Natal que as famílias se unem, e não é o caso, porque nós vibramos muito uns com os outros. O meu irmão Jorge também faz vela e os meus pais apoiam-no muito. Agora, com o nascimento do Lourenço, vibram ainda mais com tudo, connosco… a mãe da Lu também vive aqui perto e é uma ajuda preciosa. Passamos momentos muito agradáveis em família.
LP – Vai ser como todos os anos. Reunimos família e também amigos. Acaba por ser uma festa onde podemos reunir as pessoas de quem gostamos e este ano vai ser ainda mais especial porque o Lourenço já percebe algumas coisas. Há sempre muita gente à volta da mesa, entre ambas as famílias, alguns amigos meus que estão cá sozinhos… no ano passado, éramos 30. Acaba por ser uma grande festa, tenho muitos amigos com filhos e é tradição juntarmo-nos na altura de Natal. Este não vai ser exceção.
Texto: Elizabete Agostinho; Fotos: Luís Baltazar; Produção: Elisabete Guerreiro e Manuel Medeiro; Maquilhagem e cabelos: Vanda Pimentel com produtos Maybelline e L’Oréal Professionnel
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