A manequim, atriz e apresentadora festeja o 33.º aniversário na próxima segunda-feira (21) e gostava de receber como prenda o regresso à televisão, porque, de resto, tem tudo. Numa viagem que percorre a sua vida, Isabel Figueira conta que aprendeu com os erros do passado e que vive cada dia intensamente ao lado dos filhos, Rodrigo, de quase sete anos, e Francisco, de seis meses. Espera ainda estar ao lado de João Sotto Mayor muitos anos, até porque vê nele “a pessoa por quem esperava há muito tempo”.
VIP – Que memórias guarda dos tempos de menina?
Isabel Figueira – Quando somos pequenos temos a ideia de que a vida é cor-de-rosa. Com o passar do tempo percebemos que não é. Existem momentos menos bons pelos quais todos passamos. Mas guardo excelentes recordações da minha infância. Tenho a noção de que foi a melhor infância que os meus pais me podiam ter dado. Tenho orgulho em dizer que tive uma infância muito feliz.
Os seus pais ainda são muito importantes para si…
São. Sempre foram e vão ser sempre. Muitas das vezes não compreendia a minha mãe, mas hoje, que tenho dois filhos, dou-lhe razão. E quero que os meus filhos venham a ter as memórias que tenho dos meus pais.
Que balanço faz destes 33 anos de vida?
Passou-se muita coisa. Não me sinto velha, como muitas pessoas dizem. Já vivi muita coisa que me ajudou a amadurecer e agora vejo as coisas de outra maneira. Aproveito mais o presente, sem ligar muito ao passado e sem pensar muito no futuro. É o que tenho feito nos últimos anos da minha vida. Tenho muito orgulho em mim própria.
Consegue eleger um momento alto da carreira?
A campanha da Maxmen. Foi crucial na minha carreira. Foi um momento maravilhoso, porque nunca mais deixei de trabalhar. Tive mais anúncios muito bons e é um orgulho ser a imagem da Just Cavalli aos 33 anos. Tenho orgulho do que fiz e de ainda estar a trabalhar.
Foi fácil não se deslumbrar nessa altura, quando tinha apenas 20 anos?
Deslumbrei-me um pouco. Mas tive sempre pessoas que me chamaram à terra, como é o caso dos meus pais e dos meus amigos. Todas as pessoas se deslumbram. Tive a sorte de isso me ter acontecido na altura certa. Porque hoje, qualquer pessoa que trabalhe comigo sabe que sou humilde, respeitadora e que trato as pessoas todas da mesma maneira. Com a fama veio a exposição mediática.
É complicado lidar com isso?
Essa parte não foi tão fácil. Quando surgiu a fama ainda não existia uma grande estrutura à minha volta. Era uma menina que acreditava em toda a gente. Muitas vezes distorciam aquilo que dizia e eu chorava. Sofri um pouco com mentiras. Tal como a minha família. Hoje em dia, já tenho essa estrutura. Não quer dizer que me revolte contra a Imprensa, porque existem bons e maus jornalistas. É como em todas as áreas. Apenas mudei a minha postura.
As suas relações também foram sempre mediáticas. Aquilo que viveu fez de si a mulher forte que é hoje?
O casamento é o sonho de quase todas as mulheres. Para mim, um casamento de longa data continua a ser um sonho. Aprendi aquilo que quero e não quero na minha vida. Aprendi que as relações falhadas não fazem de mim uma pessoa falhada, mas uma pessoa que procura a felicidade. A vida é demasiado curta para não sermos felizes. Não estou em nenhuma relação em que sinta que os valores que me foram incutidos não sejam respeitados. Sempre procurei a felicidade. Gosto de ser mãe e de ter os meus filhos. Adorava ser mãe de uma menina. E adoro estar noiva. Vou adorar ser uma mulher casada. E isto é algo que irei procurar afincadamente durante o resto da minha vida. Luto para ser feliz. E mereço isso. Sinto que a pessoa que conheci é maravilhosa. Fazia todo o sentido ter um filho com o João e sinto que é a pessoa por quem esperava há muito tempo. Sinto-me uma mulher importante na vida de alguém. Isto torna-me uma mulher mais forte.
Imagina-se ao lado do João aos 80 anos?
Imagino. Mas aprendi a viver sempre no presente. Todos os dias. Aproveitar o dia sem pensar no que estarei a fazer no futuro. Isso impede-me de gozar o presente. Prefiro viver assim e chegar aos 80 anos ao lado do João e dizer: “Chegámos aqui. Foi difícil, mas valeu a pena porque aproveitámos intensamente cada dia.” Acho que isto faz falta a muitas pessoas que se preocupam com coisas mesquinhas.
Vocês estão noivos. Para quando o casamento?
Estamos noivos há um ano. Não deverá ser para o ano. Não temos pressa porque já fazemos vida de casados. O casamento é dentro do coração. O casamento será uma festa para unir família e amigos. Talvez em 2015. Queremos muito essa festa, mas sem grandes pressas.
Aos 33 anos tem dois filhos. É a mãe que sempre sonhou?
Sou! Com todas as falhas que possa ter tido, porque não sou perfeita, mas sinto que faço o melhor pelos meus filhos. Sei que sou uma ótima mãe e orgulho-me disso. E quem está perto de mim reconhece isso. Ainda hoje, o João me disse que era a melhor mãe que podia ter escolhido para o nosso filho. E isso sabe muito bem. Sou super apaixonada pelos meus filhos.
O que tem vivido agora com o Francisco, que tem seis meses, é recordar o que viveu com o Rodrigo, que está a fazer sete anos?
É diferente. Até porque a minha idade é outra. Nos primeiros seis meses de vida do Rodrigo estive sozinha e nem estava em Portugal. Senti que aprendi a ser mãe sozinha. Era tudo muito novo e ficava ansiosa. O Rodrigo ensinou-me a ser mãe e agora estou muito mais relaxada com o Francisco. Aproveita-se muito mais numa segunda vez por causa dessa descontração. É diferente, mas é bom reviver a experiência.
A sua profissão vive da imagem. Tem receio do passar dos anos?
Não. Tenho o meu registo. Sou o que sou. E o que está destinado para nós acaba por acontecer. Se o meu futuro não passar pela televisão, terei de arranjar outro plano. Sem trabalhar é que não fico. Por exemplo, agora vou tirar um curso de maquilhagem com a Antónia Rosa. Quem me diz que daqui a alguns anos não estarei a fazer da maquilhagem profissão ou algo do género. Felizmente, preparei a minha vida para me poder concentrar na minha família.
O que pode dizer sobre o futuro profissional?
Sinto que ainda não chegou a minha altura. Já fiz muita coisa. Já apresentei, já representei, mas sinto que ainda falta aquela oportunidade. Tenho muitas saudades de voltar a representar.
Tem em mãos um projeto que envolve crianças e escolas…
Trabalho há muitos anos com o Instituto Português de Cardiologia. Este ano dei uma palestra a falar sobre hábitos de alimentação e fui convidava para dar uma palestra numa escola. A partir disto surgiram convites de outras escolas e já são mais de 20. Vou ter um médico ao meu lado e vai ser muito giro, até porque as taxas de obesidade e sedentarismo são assustadoras e é necessário alertar os jovens. Estou muito contente por fazer parte deste projeto.
Qual a melhor prenda de aniversário que podia receber?
Voltar à televisão. É o melhor presente que me podiam dar, porque tenho tudo.
Texto: Bruno Seruca; Fotos: Liliana Silva; Produção: Manuel Medeiro e Sónia Reis; Maquilhagem e cabelos: Vanda Pimentel com produtos Maybelline e L’Oréal Professionnel
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