Estão casados há cinco anos, mas este último foi essencialmente dedicado à superação de desafios profissionais. Lara Afonso, no programa 'A + Bela' e 'Flash Vidas', da CMTV, e Paulo Fernandes, em 'Dança com as Estrelas', da TVI, regressavam diariamente a casa sabendo que, à sua espera, estava um fã e um crítico. À VIP contam como se constrói um casamento estável e falam daquele que será, quiçá, o seu próximo projeto: construir uma família.
VIP – Este foi um ano de trabalho intenso, cada um com novos projetos. Tiveram tempo para férias?
Lara Afonso – Foi, essencialmente, trabalho. Eu tive uns dias de férias e aproveitei para cantar, mas deu para descansar um bocadinho. Paulo Fernandes – Somos uns privilegiados porque temos trabalho, temos alguma margem de manobra e todos os anos fazemos uma grande viagem. Este ano deverá ser em novembro, dezembro, e será para um sítio quente. Um safari, as praias de Moçambique… espero que a Lara concorde.
A Lara esteve, este ano, no arranque de um novo canal de televisão. Foi um desafio?
LA – É gratificante, porque estamos todos com a mesma energia, supermotivados. Tive a oportunidade de estar no nascimento de dois canais importantes para mim – o Benfica TV, porque sou benfiquista ferrenha, e a CMTV – e sinto-me bem porque estão a proporcionar-me oportunidades que nunca tinha tido. Sou muito acarinhada e isso tem-me permitido crescer. Nunca vou com ideias preconcebidas para os projetos que abraço, vou sempre de coração aberto para aprender, para absorver, e é isso que tem acontecido.
O que é que gostaria muito de fazer? Qual é o seu sonho profissional?
LA – Gostava de juntar o melhor dos meus dois dois mundos: gostava de ter um programa relacionado com música.
Cantar, para si, não é trabalho?
LA – Cantar é um escape, faz parte de mim. Quando me pagam para cantar é um bónus. Tenho cantado mais por hobby, ainda não tive oportunidade de cantar em trabalho. Fui agarrando as oportunidades que foram surgindo na apresentação ou no jornalismo, apesar de não estar a exercer jornalismo, propriamente dito. Tirei o curso, cantava antes do curso, cantei durante e espero continuar a cantar. As oportunidades falaram mais alto e acabei por passar a música para segundo plano, mas cantar vai fazer sempre parte da minha vida.
E o Paulo voltou à televisão no 'Dança com as Estrelas'. Que balanço faz do programa?
PF – Sinceramente, e humildemente, acho que o 'Dança com as Estrelas' devia ganhar o troféu de melhor programa do ano e não digo isso por ter feito parte do projeto. Com um grupo de pessoas fantásticas – a apresentadora, o júri, os dançarinos… –, acho que resultou um programa fantástico.
Em termos pessoais, como foi participar neste projeto?
PF – Foi muito giro, principalmente por olhar para trás e perceber que fiz parte de um projeto que, este ano, marcou o audiovisual. Fico muito contente por ter estado lá, ter aprendido muito com a Cristina, com a equipa de produção, por ter voltado a fazer televisão… gostei mesmo muito!
A adrenalina do direto é diferente em televisão e em rádio?
PF – É mais ou menos a mesma coisa. Acho que nas duas ou três primeiras galas toda a gente estava um pouco nervosa, por vários motivos. Há uma adrenalina brutal, o que é normal, é um direto, sem rede, está tudo a acontecer no momento. Depois, à medida que as galas foram passado, o stress diminuiu.
Como surgiu este convite?
PF – Sou locutor da Media Capital Rádios, que faz parte do mesmo grupo, e isto funcionou como uma sinergia dentro do grupo, o que faz todo o sentido. Eu já tinha trabalhado em televisão e fiquei muito feliz por ter a sorte de ter ido parar a este programa. Houve alturas em que já fui muito mais “pés na terra”, mas agora, se calhar, vou ser mais sonhador: gostava de fazer televisão, sim, mas continuando sempre a fazer rádio.
E trabalhar com a Cristina Ferreira, intimidou-o?
PF – Ela é a apresentadora do momento, aprendi muito com ela. Tentei dar o meu melhor, para não me desiludir, para não desiludir quem estava em casa e para não desiludir quem apostou em mim. Se calhar, no início, estava um bocado inibido, mas isso passa. Houve um acidente trágico logo na estreia do programa.
Sente que o que aconteceu ao José Luís Gonçalves ensombrou, de alguma forma, o programa ou tentaram, na medida do possível, ultrapassar isso e gerir a situação?
PF – Cada um ultrapassou como pôde o que aconteceu na primeira gala e cada um geriu como pôde essa ocorrência. A Cristina fez questão de mencionar isso agora na última gala, nunca, por um minuto, esse incidente foi esquecido e continuamos todos a torcer pelo José Luís Gonçalves.
Segundo consta, tem “dois pés esquerdos”… fazer este programa ajudou?
PF – Na última gala, ganhei coragem, fiz-me um homem e fui dançar um bocadinho de kizomba com a Mónica, mas sou um péssimo dançarino, é um desgosto. Tenho plena consciência de que sou o pior dançarino do mundo. Felizmente, tenho uma bela cantora lá em casa.
Aconselharam-se um com o outro, nesta fase em que estavam os dois a trabalhar em televisão?
LA – Claro, somos os dois da mesma área e, mesmo que não fossemos, o papel de um casal é apoiar-se mutuamente, procurar apoio um no outro e estarmos lá, tanto quando as coisas correm bem, como quando correm mal.
PF – A Lara é o meu barómetro profissional porque vê as coisas na perspetiva da espectadora e nós sabemos, para o bem e para o mal, que temos de dizer a verdade um ao outro porque só assim é que conseguimos evoluir.
Com tanto trabalho, têm arranjado tempo para namorar?
PF – Temos sempre. Ainda há pouco tempo tivemos um dia fantástico na Comporta e também tivemos uns dias ótimos na Figueira da Foz. Como acordo muito cedo para fazer o programa da M80, tenho de me deitar obrigatoriamente muito cedo. Depois, aos domingos, tinha de estar na Venda do Pinheiro… claro que foi cansativo, mas há sempre um tempinho para namorar. Mesmo que sejam só dez minutos, o que interessa é a qualidade.
Aproximaram-se durante o reality show 'Cantando e Dançando por um Casamento de Sonho'. Foi premonitório?
LA – Sim, eu já estava no Você na TV, da TVI, e, entretanto, surgiu a oportunidade de apresentar os diários do reality show, com o Paulo, a Marina Santiago e a Teresa Peres. Entre os dois houve logo uma química… Tivemos, mais tarde, o Cantando e Dançando por um Casamento de Sonho e talvez o espírito do programa tenha ajudado… olhe, já lá vão cinco anos!
Pois, completaram cinco anos de casamento em julho. Estão apaixonados como no primeiro dia?
LA – Sim, com mais maturidade. Tivemos, obviamente, as nossas divergências e ainda bem porque, hoje em dia, com cinco anos de casamento, temos uma relação estável e respeitamo-nos nas qualidade e nos defeitos. São divergências naturais de um relacionamento, quando as pessoas estão a aprender a lidar uma com a outra. Temos os dois personalidades muito fortes, o que é engraçado… as nossas discussões, por vezes, terminam numa grande gargalhada, porque já nem sabemos o que estamos a discutir, já estamos a falar da mesma coisa! Um casamento tem que se alimentar. Eu faço questão de lhe lembrar isso porque sou uma romântica incurável e ele não é assim tanto. Ou, melhor dizendo, é à maneira dele. Agora, já sabe como me cativar. É engraçado todo o processo de adaptação ao casamento…
Ter filhos é o passo seguinte?
LA – É o passo natural, para nós. Mas confesso que, por motivos profissionais, quero esperar, afirmar-me um pouco, perceber se vou ter margem para evoluir…
PF – A Lara quer ser mãe há muito tempo e eu sempre adiei um pouco mais, porque sempre achei que devíamos estabelecer-nos muito bem a nível profissional, estabelecer-nos bem enquanto casal, porque vamos ser a base da nossa família. Depois, daremos um passo em frente e vamos ter uns sete ou oito filhos! Vá, uns três!
LA – Claro que a família, os futuros avós, pressionam praticamente desde o dia em que casámos, mas isso é natural. Temos o privilégio de ter uma família grande! Tenho uma família maior do que a do Paulo, tenho muitos irmãos, primos, tenho avós… No Natal, juntamos ainda a família do Paulo, fica a família completa e toda a gente se dá bem. Tenho uma sogra maravilhosa e um sogro idem. Portanto, a ideia de ter mais umas crianças à volta da mesa é entusiasmante.
O Paulo é o mais ponderado?
PF – Se calhar a Lara diz que não, mas acho que sou muito mais ponderado. Em todos os casais há discussões e, às vezes, esta minha vertente mais terra a terra entra em conflito com o lado mais emocional da Lara. Há alturas em que acaba por ser bom porque, a médio prazo, ela acaba por me dar razão em algumas decisões que tomo, porque são coisas pensadas mais racionalmente. Viveram um momento difícil com a Leonor, a sobrinha da Lara, quando lhe foi diagnosticado um cancro renal.
Isso veio reforçar a vossa relação? É nos momentos difíceis que um casal se constrói?
LA – Não colocaria a questão dessa forma. Acho que, a partir do momento em que temos uma relação sólida, venha o que vier, conseguimos aguentar enquanto casal. Para nós, o conceito de família implica o bom e o mau, não é algo pensado. Nós temos um casamento sólido, um conceito de família bem definido e estamos sempre presentes.
Texto: Elizabete Agostinho; Fotos: Bruno Peres; Produção: Romão Correia; Maquilhagem e Cabelos: Ana Coelho com produtos Maybelline e L’Oréal Professionnel
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