Aos 32 anos, sente-se já uma mulher, apesar de ainda ter o rosto de menina que se tornou conhecido na série Morangos com Açúcar. Foi essa uma das razões que levou Patrícia Candoso a aceitar, pela primeira vez, posar para uma revista masculina, em junho. Em entrevista à VIP, a atriz tem uma conversa aberta sobre o que espera da vida e o momento de felicidade que está a viver.
VIP – Está em cena com o musical Branca de Neve no Gelo, como está a correr?
Patrícia Candoso – Acima das nossas expectativas. Ficámos bastante surpreendidos com a adesão do público. É um musical com patins de gelo e acho que cativa tanto o público adulto como o infantil e tanto os meninos como as meninas. Vamos reiniciar a peça em outubro e continuar até dezembro. O espetáculo tem bons atores, tem bons patinadores. A Palco Partilhado apostou num espetáculo em grande, que mexe com uma logística enorme.
É um desafio conciliar a representação, a música, a patinagem…
Já tinha feito alguns musicais, onde tinha de cantar e representar. Aqui, temos de fazer tudo isso em cima de uns patins, no gelo. A dificuldade é conseguir cantar com as marcações e com os pequenos imprevistos que acontecem. Basta cair um gancho no chão para podermos tropeçar, mas temos bastantes ensaios e vamos ficando cada vez melhor preparados. Ao fim de quatro anos faço coisas que antes nem imaginava. Como artistas temos de procurar coisas que nos desafiem, para podermos crescer, e o mundo imaginário das crianças é algo que gosto imenso, portanto é algo que procuro quando não estou a fazer televisão.
É atriz, cantora, apresentadora… sempre procurou estas várias vertentes da profissão ou aconteceu inesperadamente?
As coisas foram surgindo, apesar de saber que tinha bases para conseguir. Por exemplo nos Morangos com Açúcar, participava em grupos corais, já cantava, portanto sabia que o conseguia fazer. Apresentei o Destinos.pt e Coisas Curiosas e nunca o tinha feito, mas acabei por aceitar porque sabia que tinha essas bases, porque tinha tirado o curso de Ciências da Comunicação.
Quando soube que este era o seu caminho?
Fui fazendo as coisas de forma amadora e foram acontecendo. Entrei na faculdade, o meu intuito era o audiovisual ou fazer rádio, depois fiz o casting para os Sonhos Traídos por piada, porque na altura era uma coisa quase inatingível. Não estava sequer ansiosa, porque não tinha quaisquer expectativas, só depois é que comecei a perceber a responsabilidade. Foi a partir daí que comecei a pensar nisso como uma possível profissão e como objetivo profissional. Acabei o curso, ainda fiz alguns estágios e depois comecei a apostar em cursos de teatro e mais direcionados para televisão. Foi nessa altura que surgiu o convite para fazer Morangos com Açúcar.
Depois há ali um período em que ficou mais afastada da televisão… foi opção?
Nessa altura fiz três musicais seguidos, pontualmente fiz uma ou outra participação, mas quase parece que estive anos afastada. No início foi um bocado por opção e depois foi uma mistura de circunstâncias. Foi também na altura em que a NBP passou para Plural, houve muitas mudanças e muita gente nova, foram várias circunstâncias. Era muito jovem em termos profissionais, comecei a minha carreira aos 20 anos, foi bom porque fazer trabalhos noutras vertentes artísticas ajudou-me a crescer.
Não sente a necessidade de conquistar tudo de imediato?
Não. Sou feliz com o que tenho, se puder ter algo mais melhor ainda, mas consigo ser feliz com o que consigo alcançar. Tenho ambição, mas não tenho aquela ambição de que parece que nunca chega. Acho que temos de aprender a gostar daquilo que fazemos. E acho que até ao momento todos os trabalhos que fiz, fiz porque quis fazê-los, tirando o melhor proveito de cada um.
Sempre foi muito reservada, no entanto, este ano fez uma produção para uma revista masculina.O que a fez decidir-se?
Já tinha sido convidada várias vezes, mas nunca achei que fosse o momento ideal, ou que tivesse a maturidade de lidar com o que isso provoca de positivo e de negativo. Tive uma conversa com o meu agente, a minha família, o meu namorado, as pessoas de quem considero a opinião importante, e depois ponderei e decidi fazer. Aceitei dentro de certas condições: que não parecesse outra pessoa que não eu, sabia que teria de ter uma certa ousadia, mas queria que fosse uma ousadia controlada, não imposta. Ao longo destes anos sempre fiz personagens que davam uma ideia de adolescente ou de menina e apesar de saber que tenho um aspecto jovem, tenho 32 anos e acho que já tenho maturidade para fazer personagens com outra força. De um modo geral foi positivo.
Diz que pediu opinião aos pais e ao namorado. Como é que ele lida com este lado?
Não falamos sobre isso, a pessoa que ele conhece, sou eu, Patrícia, namorada, filha, irmã… é uma questão natural. Acho que nunca falámos sobre isso como se fosse um problema.
Foi a primeira vez que assumiu um relacionamento desde o fim do casamento com o João Catarré. Isso significa que é sério?
Nunca fui pessoa de ter relacionamentos fugazes e nas relações anteriores sempre fui reservada naquilo que podia e conseguia, mas neste momento é inevitável. Não me vou privar de ir com a pessoa com quem estou, de quem gosto e que faz parte da minha vida a um concerto, um teatro ou uma festa. Mas também tenho de respeitar o facto de ele não ser figura pública, porque eu é que escolhi esta vida.
A sua família aprovou as suas opções profissionais?
Acho que foi uma questão de hábito, de me verem feliz. Na altura dos Morangos com Açúcar a minha irmã era muito nova e não lidava muito bem com o excesso de mediatismo, a minha mãe lidou melhor, o meu pai foi-se habituando, mas se calhar na altura se lhe perguntassem, sonhava outra coisa para mim. Mas acho que não temos de ser aquilo que os pais sonham para nós, temos de ser o que queremos ser, tendo o apoio dos pais, perfeito. Eles sempre respeitaram as minhas decisões, apesar de opinarem bastante e de eu às vezes tomar decisões que não estavam de acordo com as deles, mas que eram debatidas e aceites. Sempre tive o cuidado de os consultar, porque são as pessoas que me querem melhor.
Pensa no casamento, ou o facto de ter vivido uma experiência que não correu bem apagou um pouco essa aura?
Quando gostamos de uma pessoa e essa pessoa nos faz feliz, pensamos sempre em tudo, mas viver o dia-a-dia é sempre a melhor opção. Se não fizéssemos planos é porque o amor não é assim tão verdadeiro, mas não sou pessoa de sair de casa e gritar ao mundo que sou feliz, acho que essa felicidade tem de ser só nossa, partilhando com peso e medida o que quisermos partilhar. O casamento faz sentido, acho que é um passo que se dá ou não, mas que não passa de uma formalidade. Não é pelo facto de ter uma experiência menos boa que vou dizer que não. Isso não significa que não posso voltar a viver uma experiência que corra bem. Nunca fui de desistir, senão nunca mais me tinha voltado a apaixonar. Nem sequer penso nisso, acho que cada situação é uma situação, cada pessoa é uma pessoa.
Mas essa primeira experiência fê-la crescer, emocionalmente?
Sim, mas tal e qual como cresci com outras experiências, tudo faz parte de uma aprendizagem. Se calhar há uns anos lidava de outra forma com as coisas, comecei a ser mais positiva. Quando as coisas não têm de ser, não têm de ser e mais vale algo correr mal, para aprendermos com os erros. Falei poucas vezes sobre isto, porque apesar de ser de conhecimento público é um assunto pessoal. Na altura pensei, levei o meu tempo a resolver essas situações, mas hoje em dia e de algum tempo para cá não penso mais nisso. Não tenho qualquer rancor nem mágoa.
Faz parte dos seu planos ser mãe, ter uma família?
Faz. Eu tenho uma família grande, primos, tios, a minha afilhada de ano e meio e acho que faz todo o sentido. Gosto de crianças e é lógico que quando estamos com alguém de quem gostamos isso vem mais ao pensamento. Mas não me assusta o facto de ter 32 anos. Os meus pais foram pais muito cedo, a minha mãe fez agora 50 anos, para ela já era tempo há muito tempo! Mas acho que tudo acontece de forma natural. Sou ponderada, não penso que tenho de ter as condições ideais, porque as condições ideais nunca chegam, mas sou conscienciosa, tenho de ponderar algumas coisas, sei que tem de haver ali um tempo de pausa… Essencialmente, sou muito feliz. Ainda agora fiz anos e em cada aniversário vejo que tenho os melhores amigos e família que se pode ter, porque passam semanas a conspirar para eu ter um ótimo dia e ter amigos e família que se preocupam realmente deixam-me feliz.
Texto: Elizabete Agostinho; Fotografia: Bruno Peres, Produção: Nucha, Maquilhagem e cabelos: Vanda Pimentel com produtos Maybelline e L’Oréal Professionnel
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