Luís Vinhas
“Montar a cavalo é uma sensação de liberdade”

 Era rapaz novo quando montou pela primeira vez a cavalo. Fê-lo na companhia do avô, quando ainda mal caminhava.

Luís Vinhas, Presidente da Associação Portuguesa de Criadores do Cavalo Puro Sangue Lusitano (APSL) – filho do atual patriarca da família, Mário Vinhas –, recorda esse momento marcante na sua vida. “Desde que me lembro que ia para a lida do campo a cavalo, com o meu avô e alguns trabalhadores. Não sei dizer que idade tinha porque era muito novinho, mas foi assim que ganhei entusiasmo por estes nobres animais.”

Esta é uma paixão que faz parte da tradição familiar. Primeiro, com o seu avô e, depois, com a mãe, Titá Vinhas, a matriarca da família, que foi uma cavaleira exímia e que, por isso mesmo, esteve ligada à competição. “Ela montava muito e bem”, confirma Luís Vinhas. E como quem sai aos seus não degenera, a tradição familiar conta já com novos talentos, como faz questão de salientar. “A minha filha é também uma ótima cavaleira e, neste momento, monta a cavalo exemplarmente”, garante, referindo-se a Teresa Vinhas Soares, casada com António Soares, administrador da Herdade do Zambujal, onde se situam a Ganadaria e a Coudelaria da família. Porém, há já uma nova promessa em ascensão: a neta mais velha, Luísa Paula Soares, de quatro anos. “Sim! Ela já monta um pequeno pónei, o Zaca, com grande habilidade”, refere orgulhosamente Luís Vinhas.
O presidente da APSL revela ainda que é comum fazerem passeios a cavalo em família. Atualmente, apesar de já não montar tanto devido a alguns problemas de saúde, é com a filha com quem costuma cavalgar mais vezes. “Neste momento, é ela quem anda mais a cavalo e vai puxando por mim. É uma evolução natural, com o passar dos anos”, constata.

A importância da família neste género de atividade é fundamental, já que há uma necessidade de passar os conhecimentos de geração em geração de forma a corrigir os defeitos e potenciar os pontos fortes dos cavalos. “Eu conheci os pais, as mães e até os avós dos cavalos que estão a procriar agora. Isto é importante para que possamos melhorar a funcionalidade dos equídeos, quer para o seu uso no desporto como para lazer”, esclarece Luís Vinhas.

Fã confesso do cavalo Puro Sangue Lusitano (PSL), diz que é um animal extremamente dócil e com uma grande capacidade de concentração, o que facilita a adaptação do cavaleiro. “Este equídeo tem características notáveis. Tem uma tendência natural para a concentração, com grande predisposição para exercícios de Alta Escola, mas também grande coragem e entusiasmo no combate, caça ou touradas, entre tantas outras atividades. As suas aptidões funcionais, a agilidade, flexibilidade e inteligência são de realçar”, explica.

Para quem nunca montou a cavalo, Luís Vinhas diz que o Puro Sangue Lusitano é ideal para se começar. “Com andamentos ágeis, suaves e de grande comodidade para o cavaleiro, o PSL facilita a montada, ajustando-se a qualquer pessoa. É um cavalo generoso. Todas as pessoas deviam experienciar a sensação de liberdade que é cavalgar. Passear ao sabor do vento provoca sensações únicas”, acrescenta.

Para dar a conhecer melhor o Lusitano, considerado o mais antigo equídeo de sela do mundo, a APSL vai organizar nos dias 20 a 23 de junho, na Quinta da Marinha em Cascais, o XXV Festival Internacional do Cavalo Puro Sangue Lusitano, que contará com a presença dos mais importantes criadores nacionais e estrangeiros, cavaleiros e especialistas que vêm dos mais variados pontos do mundo. Os cavalos participantes competirão no Concurso de Modelo e Andamentos, em provas de Equitação de Trabalho, Salto de Obstáculos e de Dressage. “São estes eventos que nos permitem mostrar os melhores produtos da raça e valorizar ainda mais o nosso cavalo”, conclui Luís Vinhas.

Texto: Nuno Manuel Dias; Fotos: José Manuel Marques; Produção: Elisabete Guerreiro; Cabelos e maquilhagem: Ana Coelho com produtos Maybelline e L,Oréal Professionnel

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