Desde que foi libertada da prisão de Algeciras, em Espanha, onde cumpriu uma pena de 16 meses por tráfico de droga, Sara Norte tem estado junto da família, que se refugiu no Algarve. Foi no sul de Portugal que Vítor Norte alugou uma casa e foi lá que a jovem atriz, de 28 anos, gozou as suas primeiras horas de liberdade.
“Têm sido momentos muito bons. É um regressar à normalidade junto das pessoas que estiveram comigo este tempo todo”, diz, em exclusivo, à VIP. Desde que está em liberdade, Sara tem dividido o seu tempo entre o convívio com a família e as idas à praia, ou as longas caminhadas, com o irmão Diogo.
A VIP encontrou a filha de Vítor Norte e da falecida Carla Lupi a relaxar à beira-mar, algo que costuma fazer durante a manhã. Num dia em que o sol esteve escondido, Sara Norte aproveitou para caminhar cerca de oito quilómetros ao lado de D iogo, para recuperar dos largos meses que passou com a mobilidade bastante reduzida. Munida de uma garrafa de água, a atriz esteve o tempo todo à conversa com o irmão e ambos aproveitaram o percurso para visitar algumas lojas.
Em conversa com a VIP, Sara Norte recordou o momento em que foi recebida pela família, que a aguardava à saída da prisão. “Foi um momento muito bonito, pois já não via a minha família há algum tempo. Decidi, num certo momento, não ter mais visitas. Foi bom, muito emocionante e simbólico”, diz, explicando ainda o motivo da decisão. “Era doloroso para eles estarem a fazer as viagens. E o momento da despedida era sempre difícil.”
Agora, Sara entende que é chegado o momento de enterrar o passado. “Não quero falar mais sobre a prisão”, afirma. E quando o tema passa a ser o futuro, não existem dúvidas sobre aquilo que mais deseja. “Vamos ver o que acontece. Tenho algumas propostas, que irei analisar antes de decidir o que é melhor para mim, mas gostava de voltar à representação. É aquilo que gostaria mais de fazer”, refere, revelando o sonho de trabalhar ao lado do pai.
“Gostava muito. É uma ideia que nunca foi aproveitada e não é muito comum existirem pais e filhos com a mesma profissão. Seria uma honra trabalhar com ele, pois é o meu ator preferido”, conta. Depois de ter estado presa ao longo de 18 meses, Sara Norte considera-se uma pessoa diferente.
“Sou uma mulher mais calma e tenho uma paciência maior. Aprendi a dar mais valor a coisas a que não dava e agora a família vem em primeiro lugar, à frente dos amigos. Antes não fazia isso. Aquilo que vivi foi uma aprendizagem. E, nesse sentido, acho que me fez muito bem, apesar de não desejar a prisão a ninguém”, conta, realçando também a aproximação entre os familiares.
“Antigamente, existia uma certa distância. E, com isto tudo, os laços tornaram-se mais sólidos e agora já não há segredos entre nós. Conto tudo à minha família”, refere. No entanto, a harmonia familiar não é perfeita. Isto porque Eugénia Gaspar, avó materna da atriz, está revoltada com a neta. “Achei a entrevista descabida”, começa por dizer a mãe de Carla Lupi, numa alusão à conversa que Sara Norte manteve com a jornalista Fátima Campos Ferreira, na RTP.
“Porque é que a Polícia Judiciária não interroga a minha neta? Porque não lhe perguntam quem é que a mandava a Espanha?”, questiona, indignada. Eugénia mostra-se ainda magoada por Sara Norte não ter querido a sua presença no dia em que saiu em liberdade. “Fui convidada por duas publicações para ir a Espanha visitar a minha neta. Aceitei o primeiro convite e fiquei doente. Disse à Sara e ela ficou muito feliz por eu ir lá. Dois dias depois, ligou-me e disse que não me queria lá. Só pode ter sido o Vítor que a influenciou para eu não ir a Espanha”, diz, sem rodeios.
A dor de Eugénia é ainda maior por ter visto a presença de Vânia Machado, mulher de Vítor Norte, junto da neta. “Ver a minha neta abraçada àquela senhora e a chorar no ombro dela…. Uma pessoa que a difamou. Ela disse-me que o pai a ia buscar, mas nunca pensei que aquela senhora fosse. É preciso ter lata, depois de ter batido na mãe da rapariga”, conta a avó de Sara Norte. Eugénia explica ainda o motivo que a leva a falar com os jornalistas.
“Aceito falar em nome da minha filha, que está morta. Estou a fazer as vezes dela”, diz com tristeza. “Porque é que mentiu? Porque não quis a avó à saída da prisão?”, são algumas questões para as quais Eugénia não encontra resposta. E será que a avó está disposta a fazer as pazes com a neta? “Não respondo à pergunta”, diz. Por sua vez, Sara Norte não quer entrar em discussões com a avó.
“Não entendo as declarações da minha avó. Mas é minha avó e irei gostar dela como sempre e para sempre. Respeito o que diz, porque vivemos numa sociedade democrática, mas não vou responder nem alimentar polémicas. Gosto muito da minha avó e quando ela quiser estar comigo, basta telefonar-me”, afirma.
“Sou uma Sara nova. Não quero discussões nem guerras. Tenho de preocupar-me em ser feliz. Em energias positivas, em acordar cedo, aproveitar o sol, ir à praia e estar com a minha família. Não quero discussões. Hoje em dia, tenho uma atitude diferente”, acrescenta.
Por fim, nesta nova etapa da sua vida, Sara Norte não pretende, pelo menos para já, apaixonar-se. “Não tenho vontade nenhuma de me apaixonar. Sei que essas coisas não se controlam, mas estou muito bem sozinha. Tenho de me concentrar na minha carreira”, conclui.
Texto: Bruno Seruca; Fotos: Impala
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