Pais De Nuno Janeiro
Assistem ao julgamento da morte da filha

Famosos

“É uma ferida que fica para sempre”

Qui, 28/02/2013 - 0:00

Já começou o julgamento de Camélia Burlacu, a condutora romena do veículo que, no dia 22 de setembro de 2011, embateu contra o motociclo de Ana Rita Janeiro. “Tinha de estar presente, nós somos muito unidos e não podia deixar de estar aqui a dar-lhes força”, disse Nuno Janeiro que foi ao tribunal prestar apoio aos pais, Helena Janeiro Silva e Joaquim Guiomar da Silva, visivelmente abalados por ouvirem, na sala de audiências, o que aconteceu. “Foi muito difícil, é muito difícil perder uma filha e estar a ouvir ao pormenor como é que as coisas aconteceram”, realçava a mãe do ator, tentando conter as lágrimas que lhe escorriam pelo rosto.

A condutora, que tem carta há cerca de quatro anos, explicou em tribunal que ouviu “uma pancada debaixo do carro”, mas não percebeu o que tinha acontecido até ouvir carros apitar. “Não vi nada, não a vi”, afirmou, recordando o que aconteceu: “As pessoas diziam-me para olhar debaixo do carro, foi quando vi as pernas. Depois senti-me mal, caí e não me lembro de mais nada.”
Daniel de Matos, a única testemunha ocular, garantiu que a condutora se assustou e terá guinado para a esquerda, embatendo contra a maquilhadora. Depois, terá arrastado o corpo debaixo do veículo até conseguir imobilizá-lo.

“Não consigo perceber como é que alguém arrasta um corpo com um capacete debaixo de um carro 15 ou 20 metros quando nós passamos por cima de uma garrafa e sentimos logo. Não consigo perceber…”, disse à VIP o pai de Nuno Janeiro, lamentando: “Uma mota é uma coisa frágil, eu já fui motociclista, basta um embate, até no corpo dela, para a fazer perder o equilíbrio. A senhora assustou-­-se, desviou para o lado esquerdo e bateu nela, a polícia diz que até podia ser coisa para uns arranhões, mas provocou-lhe a morte, infelizmente.”

Quanto à sentença que irá advir do julgamento, Joaquim Silva diz que não irá fazê-lo sentir-se melhor por ter perdido a filha. “Isto não fecha nada, é uma ferida que fica para sempre em aberto, nós queremos que se faça justiça, mas não há alívio nenhum, isto é para a vida toda, acabou.” Opinião partilhada pelo ator. “Eu não desejo mal a ninguém, estamos a falar de uma pessoa que matou outra, tem de vir à justiça , agora depende da juíza e da conclusão que der a isto.” O que sente quando olha para Camélia Burlacu? “Não sei responder a isso”, diz.

Texto: Elizabete Agostinho; Fotos: Jorge Firmino

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