Ana Mesquita
“Consegui surpreender”

 Não desenhava há 20 anos, mas, agora que recomeçou, não entende como conseguiu viver sem a emoção que tem sentido. Incentivada pelo marido, o músico João Gil, Ana Mesquita
voltou à sua arte primeira e inaugurou, na galeria work.ink, em Cascais, a sua exposição. O resultado, conta a jornalista, não podia ser melhor. “Estava muito expectante. No fundo quando se cria há sempre uma certa necessidade de provocar emoção no outro e acho que consegui surpreender”, explica. “Deixei de desenhar porque a escrita e o jornalismo tomaram conta da minha vida há 20 anos. Quando o João Gil viu os meus desenhos pela primeira vez disse-me: ‘se eu desenhasse como tu desenhava todos os dias’. E agora que recomecei, de facto sinto que é como o ar que se respira!”, sublinha.

A jornalista redescobriu a emoção de desenhar com o Ipad, onde utiliza a técnica de touch screen, uma forma inovadora e “muito rápida. É como andar para todo o lado com um cavalete e uma paleta de cores”, diz, realçando que pode pintar em qualquer sítio, a qualquer hora. “O facto de viver com um artista, que cria todos os dias, é um estímulo. Vive-se em minha casa um ambiente artístico inspirador”, afirma. Há cerca de um ano começou a sentir que fazia sentido expor e andou à procura do espaço certo, em Cascais, onde vive e de onde emana uma “energia especial”.

Naturalmente, vai criando expectativas, mas não faz futurologia. “Não estou muito interessada agora em saber onde é que isto me vai levar, mas uma coisa é certa: a energia que pus nesta mostra deu-me um retorno extraordinário”, diz, referindo-se não só ao sucesso da inauguração, onde vendeu algumas obras, mas também ao facto de estar rodeada de quem mais ama: o filho, Vicente, os irmãos, a família, os amigos mais próximos e claro, o marido. “Somos uma unidade e alimentamos isso”, remata.

Texto: Elizabete Agostinho; Fotos: Helena Morais

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