Iva Domingues
Conta como lida com a psoríase

Famosos

“Se o cansaço for já no limite, o meu corpo cede”, diz a apresentadora

Sex, 09/11/2012 - 0:00

Sofre de psoríase desde os 14 anos. Apesar de desvalorizar a doença, Iva Domingues admite que em alturas mais esgotantes, teme que volte a atacar. Apesar de, na maioria dos doentes, ser o stress que espoleta as crises agudas, no caso da apresentadora é o cansaço físico. Por isso, em alturas como esta, da Casa dos Segredos, previne-se o melhor que consegue. “No meu caso não é o stress, é o cansaço físico extremo. Posso estar muito bem emocionalmente, mas se andar com um ritmo de trabalho intenso, e o cansaço físico for já no limite, o meu corpo cede”, admite.

A psoríase é uma doença autoimune que se caracteriza pelo aparecimento de lesões vermelhas e descamativas na pele que afetam sobretudo os cotovelos, joelhos, couro cabeludo e unhas, sendo que cerca de dez por cento dos doentes desenvolvem artrite psoriática. Por isso, nestas alturas, não facilita. “Não sofro por antecipação, mas nesta altura da Casa dos Segredos, o meu horário é muito intenso porque levanto-me às 6h30 da manhã, deito-me às 3h30, nestas alturas trato mais de mim.” Diariamente, são obrigatórias as rotinas diárias de qualquer portador da doença e descanso.

“Tento dormir bem, fazer ginásio para relaxar, no meu caso é fundamental”, diz a apresentadora, que garante que sempre viveu bem com a doença, que se manifestou por volta dos 14 anos. “Comecei a ter manchas vermelhas. Quando o médico me disse, eu não sabia o que era e portanto fui tentar perceber, mas sempre lidei com isso com muita naturalidade”, afiança. ”No meu caso é com uma rotina diária de cuidados. Tenho essencialmente nos cotovelos e nos joelhos. Só vou mudando o creme quando há alguma habituação, o meu dermatologista vai recomendando, diz-me para não fazer automedicação.” Segundo estudos clínicos, um dos principais problemas no tratamento da psoríase é a má adesão às terapêuticas atualmente disponíveis e o pouco cumprimento da prescrição médica. Estudos internacionais referem que 39 a 73% dos doentes não cumprem a terapêutica porque o seu uso é desagradável, por causa da demora na aplicação e a pouca eficácia dos tratamentos.

Apesar de cumprir rigorosamente as indicações médicas, Iva nunca deixou de fazer a vida normal. “Nunca deixei de fazer alguma coisa por causa da psoríase, cheguei a apresentar o programa com o braço todo sarapintado, fiz questão de fazer na mesma para as pessoas perceberem que é um problema de pele. Quero passar a mensagem que há problemas bem mais graves, desdramatizar.”

Por isso, sempre ignorou os olhares indiscretos que, há uns anos, quando a doença era ainda desconhecida, escrutinavam as manchas na pele. “As pessoas achavam que era contagioso, na altura olhavam mais, hoje em dia há mais informação”, diz, sublinhando que nunca deixou de vestir um fato de banho por causa da psoríase. “Sempre fiz praia, ainda para mais ajuda imenso, quanto mais ao ar andar, mais fácil é tratar, portanto nunca me fechei. Não ia deixar de viver ou esconder-me por causa disso.”

Quanto ao Ângelo Rodrigues, com quem namora há dois anos, “lidou com naturalidade”, tal como a própria faz. “Já faz parte de mim há tanto tempo que às vezes nem me lembro”, desvaloriza. 

 Texto: Elizabete Agostinho; Fotos: Impala

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