Luciana Abreu
“Aquilo que me aconteceu não foi uma desgraça, foi uma aprendizagem”

Famosos

Yannick Djaló faz parte do passado para a cantora

Qui, 23/08/2012 - 23:00

Na primeira entrevista após a separação de Yannick Djaló, Luciana Abreu revela­-se uma mulher diferente. “Já me sentia forte, mas com isto descobri que não passava de um gatinho. Agora sou um tigre!”, garante a cantora, de 27 anos, que não lamenta o final do casamento com o jogador. “Agradeço a Deus isto ter acontecido agora e não mais tarde.”

VIP – Como recebeu o convite para participar em Aladino, o Musical no Gelo?
Luciana Abreu – Fiquei muito feliz. É um projeto que tem tudo a ver comigo e que me dá a oportunidade de fazer algo que nunca fiz, patinar no gelo. Quando recebi o convite, fiquei entusiasmada, pois é um musical da Disney e incuto nas minhas filhas o espírito destes clássicos maravilhosos. Sei que vai ser complicado, mas vou conseguir. Não quero fazer coisas simples. Vou trabalhar muito e enriquecer profissionalmente.

Patinar no gelo vai ser o grande desafio?
Sim. Trabalhar com crianças é o meu bombom, como costumo dizer. Sempre gostei de trabalhar com elas. Tenho projetos escritos por mim que espero vir a realizar. Vai ser bom porque até vamos ter sessões para escolas.

Além de patinar, junta a representação e o canto. É o melhor que lhe podem dar?
Sim! É um desafio grande.

Está nervosa?
Nada! Estou muito ansiosa. Já estou a treinar os patins de quatro rodas e esta semana começo a treinar no gelo. Vou munida de cotoveleiras e joelheiras, mas tenho um bom professor (risos).

E é boa aluna?
Sou. Sempre tive sede de aprender e isso faz com que aprenda depressa.

O espetáculo vai estar em cena no Porto, no Teatro Rivoli, o que lhe permite trabalhar no Norte pela primeira vez.
É muito especial. Tenho muitas saudades do Porto, das pessoas e do carinho. Vou matar saudades da família, dos amigos e da comidinha.

Vai dar corpo a uma princesa. O que podemos esperar?
Moral! Uma boa lição de vida, magia, encanto e muito, mas mesmo muito trabalho. A perfeição não existe, mas vou lutar para alcançá­-la. Estou rodeada de pessoas magníficas que reconhecem o meu talento e que me querem proteger. Conhecem a minha essência e os meus princípios. Isto faz com que seja tudo muito bom.

Vai ter as filhas por perto?
Sim. Vou andar com as minhas filhinhas. Vou ter a oportunidade de estar com elas nos ensaios.

Custa­-lhe estar longe das filhas?
Sim. Vivo para elas. São o meu tesouro! A Yellow Star Company, produtora do espetáculo, proporcionou que me possam acompanhar.

Não foi uma exigência sua?
Não. Vou ensaiar para Viseu, onde está a pista de gelo, e elas vão comigo. E a minha mãe, para cuidar delas enquanto me dedico ao trabalho.

Apesar de pequenas, faz questão de explicar às suas filhas os trabalhos que faz?
Quando saio de casa, a Lyonce fica a chorar. Ela é muito agarrada a mim. Digo­-lhe sempre que a mamã vai ganhar tostão para comprar coisas lindas para a Lyonce e para a maninha (risos). Ela acena com a cabeça, sorri, mas, mesmo assim, tenho que sair escondida. Ela não entende, porque só tem um ano e meio, mas reconhece­-me na televisão, mesmo que esteja caracterizada. Além de me reconhecer, tenta imitar­-me.

Também era assim?
Eu era um terror. Espero que não saia a mim nesse aspecto. Era muito irrequieta e falava pelos cotovelos, mas nisto acho que ela vai ser igual. Estava sempre em frente à televisão, a imitar.

Tinha saudades deste tipo de protagonismo?
Prefiro falar em ter trabalho contínuo. Não tenho sede de protagonismo. Quero é trabalhar e construir a minha carreira. Estive muito tempo parada devido às minhas duas bebés e ao estilo de vida que adotei na altura.

Porque seguiu esse caminho?
Porque a família é o pilar de tudo. Mas tomei esta decisão sempre com a ânsia e o desejo de fazer o que mais queria. O programa A Tua Cara Não Me É Estranha fez­-me voltar à ribalta e isso fez com que pudesse trabalhar sem fazer um compasso de espera. E não vou ficar por aqui.

É elogiada em tudo. Porque não fez mais trabalhos na televisão e porque não tem um álbum em nome próprio, por exemplo?
De certa forma, foi algo que não se proporcionou, exceto em relação ao álbum. Já tive propostas para gravar, mas é algo que quero tanto fazer e desejo que seja bem feito. Não quero que seja mau para a minha imagem. O meu instinto disse­-me para aguardar pela pessoa certa e pela altura ideal. Tenho aguardado…

Está para breve?
Sim.

E que outras ambições profissionais tem?
Quero muito fazer cinema. Quero muito voltar a fazer uma telenovela. Quem sabe apresentar um programa. Acredito que são coisas que se vão proporcionar.

Quais as diferenças entre a menina de 14 anos que apareceu no Cantigas da Rua e a mulher que é hoje, com duas filhas?
São diferenças muito grandes. A vida tem outro peso. Além de não ter tido adolescência, há coisas que achava importantes e que deixaram de ter valor. Mas continuo a ter essa menina dentro de mim. Tenho é uma maior responsabilidade, diferentes ambições e duas filhas lindíssimas que são o melhor que me aconteceu na vida.

Ao longo da relação com Yannick Djaló dedicou­-se à família. Numa nova relação vai reagir da mesma forma?
A partir de agora, as minhas prioridade são as minhas filhas, em primeiro lugar, e depois o trabalho. São as únicas prioridades que tenho.

O resto terá que se adaptar?
O resto é secundário.

Como conseguiu lidar com o que se passou ao longo dos últimos quatro meses, estando a trabalhar em televisão e não deixando transparecer o que se passava?
Tive a sorte de ser bem aconselhada desde que entrei no mundo da televisão. Fui rodeada de pessoas muito importantes na minha vida, uma delas a Teresa Guilherme, que sempre me aconselhou a não falar da minha vida pessoal. Há muita coisa que se escreve que não depende de mim. Muitas pessoas aparecem à custa da minha imagem para ter protagonismo e fazem da minha vida uma novela. A verdade é que raramente falo e dou poucas entrevistas.

Mas foram meses complicados…
O que se passou nestes quatro meses foi muito importante para mim. De certa forma, até agradeço a Deus isto ter acontecido agora e não mais tarde. Foi algo que me fortaleceu muito. Sempre fui uma guerreira. Idolatro a minha mãe e sempre quis ser como ela. Já me sentia forte, mas com isto descobri que não passava de um gatinho. Agora sou um tigre! Nunca pensei ter a capacidade que tive para conseguir separar o pessoal do profissional. Estar em direto aos domingos, com a novela que fizeram da minha vida, foi muito complicado. Foi preciso estar rodeada de bons amigos, de pessoas com cultura, classe e dignidade. Pessoas que me passaram valores.

Foi acusada de esvaziar uma casa, de partir objetos dessa casa, de proibir um pai de estar com o filho, entre muitas outras coisas…
Tornei­-me uma pessoa muito forte. Não me posso responsabilizar pelos atos das outras pessoas. Cada qual é livre de pensar e fazer o que quiser. Agora, as acusações são muito graves e vão ter que responder em tribunal. A minha vida pessoal vai continuar privada e já disse o que tinha a dizer nos dois comunicados que divulguei.

Quer explicar o que se passou?
Tudo o que tinha a dizer está lá. Mas vão ter de provar tudo aquilo que dizem.

Chegou a colocar­-se em causa a sua mãe e irmã. Como é que as protegeu disto? Ou acabou por ser protegida por elas?
O lema das Abreu é “uma por todas e todas por uma”. Até as minhas filhas já aprenderam isso.

Acredita ser possível manter uma boa relação com o pai das suas filhas?
Tudo será feito dentro da normalidade e legalidade. As minhas filhas vão ser muito protegidas e muito felizes, acima de tudo. São fenómenos devido à popularidade que têm desde que nasceram, têm nomes especiais, apesar de haver mais esquisitos, mas são meninas normais. Quero que cresçam da forma mais saudável possível, porque acima de tudo está a felicidade delas.

O sofrimento dos últimos meses mudou­-a?
É claro que não fiquei indiferente ao que aconteceu. Tornei­-me uma pessoa muito mais forte.

Consegue manter um sorriso contagiante…
Considero que a minha vida é para guerreiros. Tenho duas opções: ou desisto e fico para trás, ou luto e vou em frente. E este é o meu lema. Podem colocar­-me obstáculos, posso cair, mas levanto­-me e cada vez com mais força. Posso chorar, mas não vou perder o sorriso.

Chora muito?
Sim. Sofri muito e chorei muito de tristeza, chorei e choro muito de alegria por emocionar­-me com o crescimento das minhas filhas. Aquilo que me aconteceu não foi uma desgraça, foi uma aprendizagem, um amadurecimento. É viver!

Ainda acredita no amor?
Claro que acredito. Amo muito as minhas filhas e a minha família. Não há nada mais precioso do que o amor.

Numa nova relação vai lidar de forma diferente, tentando resguardar­-se mais?
Isso é futuro e algo que não me passa pela cabeça. A minha relação tornou­-se pública porque tenho direito a viver como qualquer pessoa. Depois fui notícia porque fui mãe. Os meus princípios são estes. A vida vai levar o seu rumo e na altura certa talvez pense de forma diferente. Não sei.

Quer ter mais filhos?
É algo que não me passa pela cabeça. Sinto­-me preenchida e feliz com as minhas filhas. Não sei o futuro, não digo nunca e não sei o que me está reservado. Sinto­-me tão feliz que não penso nisso.

Não teve adolescência. Tem medo que acontecer o mesmo com as suas filhas?
Não vou deixar! Luto por um futuro seguro para elas. No que depender de mim, nem pensar.

Quando olha para a Lyonce e para a Lyannii, o que vê seu fisicamente e na forma de ser?
Na Lyannii ainda não dá para ver. É uma bebé muito simpática que ri muito. Tem um olhar muito especial e raramente chora. A Lyonce não para quieta. Vejo o meu corpo nela, a pele e o cabelo. É muito divertida e brincalhona. Tenho filhas muito felizes, cheias de vida, inteligentes e com saúde, o que é muito importante. Sou muito abençoada.

Se daqui a uns anos disserem que querem uma carreira igual à da mãe, como vai reagir?
São livres de escolher aquilo que querem. Enquanto não tiverem poder de decisão, serei eu a decidir. Vou querer que dancem, pratiquem desporto e que estudem, acima de tudo. Vou apoiá­-las, mas acho que a Lyonce vai seguir os meus passos (risos).

Gostava de trabalhar com as suas filhas?
Faz parte dos meus planos, desde que seja benéfico para elas. É algo de que gostava e até já tive alguns convites para a Lyonce. Achei que não era a altura certa, mas é algo que quero muito. Ela é muito fotogénica.

As pessoas têm a ideia de que a vida das figuras públicas é muito fácil…
A única diferença é que a minha profissão expõe­-me muito. Entro na casa das pessoas sem pedir licença. Umas vezes somos amados, noutras odiados. Mas é muito difícil ter oportunidade de entrar neste mundo. Mais difícil do que entrar é manter. E eu atingi esse objetivo. Posso estar sem trabalhar, que as pessoas reconhecem o meu talento. Óbvio que isto não me garante que vou trabalhar o resto da vida na música ou televisão, mas sem trabalhar nunca ficarei. Sou uma mulher de armas e se tiver que trabalhar noutra área qualquer, assim o farei.

Tem medo de ser esquecida?
Ainda não aconteceu, mas pode vir a acontecer. Se acontecer, só tenho duas coisas a fazer: deixar­-me levar por isso ou lutar para não ser esquecida. E vou sempre pelo lado positivo.

Tem a vida que sempre sonhou?
Tenho muitas coisas que sonhei ter. Há muitos objetivos que atingi depois de sonhar com eles, mas ainda tenho muitas coisas por realizar.

Texto: Bruno Seruca; Fotos: José Manuel Marques; Produção: Manuel Medeiro; Maquilhagem e cabelo: Ana Coelho com produtos Maybelline e L´Oréal Professionnel

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