O olhar doce de Oceana Basílio esconde a mulher insegura que a atriz diz ser. Aos 33 anos, Oceana assume que é nessa insegurança que vai buscar a força para lutar e, assim, atingir o seu grande objetivo: vingar no mundo da representação, onde diz que ainda tem muito para fazer.
Nesta produção fotográfica para a marca de calçado Egídio Alves, a atriz mostra o seu lado de mulher sensual e recusa a conotação de sex symbol. Pelo contrário, é no seu lado mais simples e na tarefa de mãe que mais gosta de se encontrar, esclarece.
VIP – A Oceana assume publicamente que é uma mulher insegura. Porém, não transmite essa imagem. Nesta produção manteve uma postura extremamente segura.
Oceana Basílio – Sou decidida e determinada, essa é a minha forma de encarar a vida. Lutar hoje, sempre por bons momentos. Claro que tenho as minhas inseguranças, todos temos. Essa insegurança revela-se mais em certos momentos e é proveniente do respeito que tenho por determinadas situações ou por pessoas que acho válidas e por algo que fuja completamente do meu controlo.
De que forma consegue superar este sentimento?
A minha insegurança só me faz ser lutadora, por ter medo de perder o que já conquistei. Acho que uso este sentimento para fazer com que tudo seja melhor, mas não acho que seja a minha base para seguir em frente. Seguir em frente faz parte da vida, nunca faria sentido estagnar.
Gosto de ser totalmente independente, é uma das coisas mais importante da minha vida e que me dá poder de decisão e liberdade de expressão.
“Tudo mudou aos 25 anos”
Tem 33 anos. Como encara o passar dos anos?
Tudo mudou aos 25 anos, depois do nascimento da minha filha. Perceber que a prioridade do meu mundo já não era só eu. A passagem dos 30 trouxe a experiência natural das vivências e ajudou-me a aceitar-me como pessoa de uma forma mais segura. Não penso no processo do envelhecimento pelo lado físico, simplesmente pelo facto de ainda ter muitos sonhos por realizar.
A nível psicológico, sente que se tem moldado com o passar dos anos?
Aprendi a saber dizer “não”, pois era uma coisa que até então era difícil para mim. A minha forma de ver a vida foi mudando, fez parte do meu processo de crescimento e isso contribui muito para qualquer mudança. Não noto que tenha alterado muito os traços de personalidade, apenas vou aprendendo a conhecer-me, a ponderar as minhas atitudes e a minha forma de estar.
A aprender a ser mulher?
Sou uma mulher simples. Gosto da minha vida no papel de mãe e de se ser dona de casa e gosto muito das minhas rotinas simples, comuns às de qualquer mulher. Tento gerir o meu lado pessoal, como o profissional, da melhor forma. Sou uma mulher feliz quando em casa está tudo bem, quando os amigos estão próximos e quando trabalho naquilo que gosto.
Gosto de ir à praia e de ler; procurar novas peças de teatro, novos desafios. Amo dançar. Por vezes, preciso mesmo de dançar e de ouvir música. É uma boa forma de me desligar da correria do mundo. Adoro observar a minha filha, perceber as mudanças da idade que, por vezes, na pressa do dia-a-dia é difícil observar.
“Hoje gosto mais da pessoa que sou”
Diz que atualmente gosta mais de si. Como foi esta aprendizagem?
Hoje valorizo mais a vida e gosto mais da pessoa que sou, com os meus defeitos e as minhas virtudes. Conseguir aceitar isto faz com que goste mais de mim enquanto pessoa.
E em relação às outras pessoas, está mais exigente?
Estou mais exigente, sim. Adoro conhecer pessoas novas, mas não tenho paciência para pessoas que não me dizem nada. Gosto de proporcionar bons momentos aos meus amigos, de os fazer sorrir, e sou muito benevolente com eles. Considero que é muito importante o respeito entre as pessoas e quando isso se quebra já não há retorno. Felizmente, tenho bons amigos na minha vida.
Namora há um ano com Abel Xavier. Sente-se realizada?
A nível sentimental, sim. A nível geral acho que nunca me vou sentir completamente realizada e vejo isso como um bom motivo para seguir em frente.
Gostava de voltar a casar-se ou desvaloriza completamente este ato?
Não penso nisso. Vejo o casamento apenas como um momento de felicidade partilhado com as pessoas de quem gostamos.
E voltar a ser mãe, faz parte dos seus projetos?
Gostava muito, mas não para já.
Estipula objetivos ou vive um dia de cada vez?
Sou ansiosa por natureza, mas ponderada. Tenho muitos sonhos e acredito que serão metas, se tiverem de o ser. Sinto sempre que tenho de fazer a minha parte para que possa ser possível realizá-los e, assim, consigo aceitar caso não aconteçam. Pelo menos tentei, se não acontecerem é porque algo melhor se irá passar. Gosto de pensar assim.
“Gosto da tarefa de educar”
Disse que gosta de observar o crescimento da sua filha. Como é a vossa relação?
Muito saudável. Sou apaixonada por ela e muito exigente. Gosto de impor regras, sou a mãe e não a amiga. Gosto da tarefa de educar, é muito gratificante e a tarefa mais difícil de uma vida. Depois, gosto de amar a minha filha e de receber os mimos dela de uma forma incondicional.
Revê-se nela?
Muito. Principalmente na personalidade. É muito difícil não ceder aos seus caprichos se não achar importante. Revejo-me nos truques dela, que eu também usava quando tinha oito anos (risos). Sorrio, mas não cedo.
Como se sente quando lhe diz “não”?
Dizer-lhe “não” é estar consciente daquilo em que acredito que é o melhor para ela.
Como é que a Francisca reage à sua exposição mediática?
Temos uma vida perfeitamente normal tirando, às vezes, os meus horários. Ela ainda não dá importância, encara apenas como um trabalho que tem uma exposição maior.
E a Oceana, como tem sido lidar com a sua exposição mediática ao longo dos anos? Acha que é fácil criar ilusões?
É muito fácil. E depois, cair na realidade é duro. A melhor forma é mesmo encarar isto como realmente é, um trabalho. A exposição mediática não é sinónimo de respeito, credibilidade ou de muito trabalho. Temos de nos focar no que é importante, mas claro que isso também depende do que cada um quer deste trabalho.
“Não posso contar mais”
Já se sente em condições de fazer um balanço da sua carreira?
Tenho a ambição de trabalhar nesta área por muitos anos. É um trabalho de constante evolução, por isso é preciso muita formação. Tantas peças que ainda quero fazer, tantos personagens…
O seu futuro profissional passa por um projeto fora de Portugal. Que desafio é esse?
É um trabalho com duração de aproximadamente um mês. Vai dar para conciliar perfeitamente com a minha vida cá e… não posso contar mais.
Texto: Micaela Neves; Fotos do making of: Luís Baltazar;
Foto do editorial: Carlos Teixeira, assistido por Diogo; Produção: Romão Correia; Maquilhagem e Cabelos: Vânia Freitas
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