Nasceu em Moçambique e é de lá que guarda muitas das boas memórias que tem da sua vida. “O mar, a terra, o cheiro, a cor, as festas e a dedicação de quem tratava de mim”, recorda Carlos Gil, de 43 anos, um dos mais conhecidos estilistas da atualidade e presença assídua nos mais badalados desfiles de moda portugueses. Seria aos sete anos que viria para Portugal e abraçaria o Fundão como sua terra de adoção. ”É aqui que tenho passado alguns anos da minha vida, parte da minha adolescência, o início da minha carreira e foi aqui que casei“, diz.
Após terminar o curso de Design de Moda, pela Escola de Moda do Porto, o designer ainda desenhou para uma fábrica de comércio externo e passou pelo ensino, mas a ambição de chegar mais longe foi crucial para a conquista de um lugar mais vincado no mundo da moda. Em 1998, Carlos Gil decide abrir o seu próprio atelier no Fundão. “Todos os dias enfrento obstáculos e desafios, encaro-os como uma motivação para a minha realização profissional “, refere. E tem sido a sua mulher, Carla Neto, com quem se casou há 12 anos, o seu braço direito nesta caminhada para o sucesso. “Vivemos em função da felicidade e do bem-estar de cada um. A Carla conhece-me como ninguém. Sabe o que eu quero e o que não quero. Tem a tarefa difícil de gerir toda a parte comercial que é muito importante e fundamental para o sucesso de uma empresa.” Sucesso, esse, que tem vindo a crescer de dia para dia, fruto da dedicação e de muito afinco. “Estamos a trabalhar neste momento na expansão e internacionalização da marca. No próximo ano penso poder ter a marca em várias cidades, tanto em Portugal como no estrangeiro.”
O gosto pela moda nasceu há muito tempo e, embora a família tivesse ideias predefinidas quanto ao seu futuro e bem distantes das suas, Carlos não desistiu. “Sinto que a moda sempre esteve dentro de mim e procuro dar-lhe vida em tudo o que faço. É o meu projeto de vida. Quando iniciei foi difícil, pois a família gostava que tivesse seguido outro rumo. Agora sou apoiado e sinto-me realizado. Tenho lutado muito para alcançar os meus objetivos e, de certo modo, tenho-os alcançado.” Uma das suas últimas conquistas foi a criação da linha Carlos Gil Home. “Este ano, no Portugal Fashion, lancei a vela perfumada, que deu início ao projeto. Esta irá associar-se ao difusor, spray, sabonete e perfume. Possui um aroma quente que evoca imagens e sensações do Oriente, captando os cheiros amadeirados, combinados com especiarias e flores. Uma vela que simboliza o conceito moderno transmitindo um toque sofisticado para qualquer casa”, revela.
É o designer oficial da primeira-dama. O convite surgiu de um encontro que o criador teve com Maria Cavaco Silva. “Já lá vão alguns anos. Pediu-me um fato que aprovou e depois desse vieram outros”, conta. E será mais difícil agradar a tão emblemática cliente? “Todas as clientes são especiais e emblemáticas, uma vez que cada uma tem o seu gosto e um estilo próprio. E é isso que as torna únicas. Quando estou a criar algo tenho sempre a preocupação em aliar o bom gosto ao conforto e bem-estar da pessoa.” Uma preocupação que faz nascer elogios de todas as partes, inclusivamente da mulher do Presidente da República. “Recebo os elogios suficientes para me sentir realizado e orgulhoso. Tal como das minhas outras clientes. Todas são importantes.” Mas para criar é preciso inspiração e essa é a palavra mágica que não tem faltado na imaginação contínua do estilista. “Tudo me serve de inspiração, mesmo até as coisas mais simples e singulares. Contudo, são as viagens que despertam o meu sentido criativo, pois estou mais atento aos pormenores.” No entanto, há uma mulher que irá sempre ser uma musa para Carlos Gil. “Jacqueline Kennedy é, sem dúvida, como tantas outras mulheres, uma imagem de inspiração. Na minha perspetiva de mulher e elegância, ela tem a imagem perfeita!”, assume.
Mas nem tudo é fácil na vida de um criador de moda e, quanto a isso, o estilista sempre teve os pés bem assentes na terra. “Como em todos os trabalhos e ofícios existe o lado bom e o menos bom. Tento caminhar pelo lado que me realiza. Trabalhar de forma honesta e com sinceridade tanto para os outros como para mim próprio. Sair do meu mundo e viver sem rumo não faz parte na minha história da moda (…) Orgulho¬–me do meu percurso, do meu trabalho e das conquistas pessoais. Sinto-me realizado e orgulhoso, mas não deslumbrado, este é um dos principais segredos para que me sinta feliz e saiba viver neste mundo real”, confessa.
No que se refere à moda portuguesa no geral, Carlos Gil sente-se otimista e encara-a como uma mais-valia para o País. “Existem grandes valores na moda portuguesa, por vezes mais reconhecidos no estrangeiro que em Portugal. Considero que o mundo da moda no nosso país tem um grande peso, envolvendo uma crescente complexidade de pessoas e recursos e está a tornar-se muito competitivo e agressivo.” No entanto, essa competitividade cada vez mais evidente não o assusta. “Conheço-me bem e sei quem sou. Gosto de lutar pelos meus objetivos sem grandes sonhos e viver no mundo real. Os obstáculos enfrento-os como um desafio para alcançar o sucesso. O reconhecimento do meu trabalho é a recompensa do meu esforço.” Dos 14 anos de carreira na moda, Carlos Gil faz um balanço positivo. “Tenho concretizado os meus objetivos e recordo os primeiros anos como alicerces do percurso da minha carreira (…) Claro que me saí muito bem nesta aventura. Hoje os meus pais sentem-se orgulhosos por me verem realizado”, conclui.
Prestes a completar 44 anos, Carlos Gil não vê limites na sua soma de conquistas tanto em Portugal, como no mundo inteiro.
Texto: Cátia Matos; Fotos: Paulo Lopes; Produção: Nucha; Maquilhagem e cabelo: Ana Coelho com produtos Maybelline e L’Oréal Professionnel
Siga a Revista VIP no Instagram
TOP VIP
-
1Nacional
Cristiano Ronaldo
Desiludido com Georgina Rodríguez e tudo por causa dos filhos: “Tinha a obrigação…”
-
2Nacional
Fernando Daniel
Volta a ser arrasado no The Voice Kids: “ Tamanha arrogância “
-
3Nacional
Marco Paulo
Eis o motivo para a família não herdar um cêntimo
-
4Nacional
Marco Paulo
Família ‘impedida’ de lutar por herança: “A menos que…”