Habituada a transformar-se nas mais variadas personagens, a atriz de 46 anos “vestiu,” para esta produção da VIP, a pele da trapezista do filme Asas do Desejo, que se apaixona por um anjo. Tal como ela, Cristina Areia confessou que é o amor que a move e que, apesar de estar solteira, deseja ter alguém na sua vida. Ansiosa por ter mais um filho – desta vez, um rapaz – foi do cimo do trapézio que “voou” pelo amor incondicional pela filha Catarina (nove anos), pela infância passada no teatro e, sem perder o equilíbrio, pelas divergências com o pai, Carlos Areia, e pela péssima experiência profissional com Camilo de Oliveira.
Porque quis esta produção inspirada nas Asas do Desejo, de Wim Wenders?
Porque é um dos filmes de que mais gostei, que mais estimulou a minha imaginação e lembro-me de ter desejado fazer o papel da trapezista por quem o anjo “cai”…
Que recordação tem da primeira vez que viu a película?
Foi em 1987, quando estreou. Fui com o Luís Aleluia e uns amigos ao Quarteto. No fim, todos falavam sobre o filme, mas eu não tinha percebido nada. Tive vergonha de confessar e voltei lá, sozinha. Dessa vez, fez-se luz e ainda hoje adoro o filme.
Como correu a sua Isabel Garcia, em Morangos com Açúcar?
Adorei ir para o estúdio “ser” a Isabel. Já sinto saudades da série. Foi uma das personagens mais divertidas que já fiz.
Está com alguma peça atualmente?
Faço parte do elenco do espetáculo com o Fernando Mendes. Acabámos a temporada do Mendes.come em Lisboa e agora estamos no Teatro Sá da Bandeira, no Porto. Depois iremos a Paris, ao mítico Olympia!
A televisão paga as contas e o teatro enche-lhe a alma…
É um pouco assim, se bem que um ator é sempre um ator em qualquer chão. Por vezes é o teatro, e só ele, que paga as contas, porque a televisão não tem sido contínua na minha vida. Fazer televisão é extremamente importante, divulga-nos e leva as pessoas a desejarem ver-nos no palco.
A par da televisão, também dá aulas na escola Fame.
Foi uma descoberta recente. Neste momento tenho um curso de introdução à representação com 24 alunos e estou a participar na disciplina de expressão corporal do curso de moda do Pedro Crispim. Adoro partilhar o que sei.
Gostava de fazer cinema? Que papel?
Sou apaixonada por cinema. Qualquer papel de uma mulher intensa, com vários contornos, histórias fortes, tudo isso me fascina. Neste momento estou a preparar uma curta metragem com o realizador António Azevedo e já estou a sonhar.
Ser atriz foi uma escolha natural ou era incontornável sendo filha de um ator?
Era impossível não ser atriz. Vivi no meio dos palcos, atrás das cortinas, apaixonada pelo meu pai e por tudo o que ele fazia… Só podia ser este o meu caminho, a minha estrada. Foi assim que comecei, aos cinco anos, a representar com o meu pai.
Que recordações tem de infância?
As minhas recordações são quase todas ligadas ao teatro. Era lá que passava o meu tempo quase por inteiro. Até na escola gostava de encenar peças com as outras meninas e elas adoravam! Dizem que era muito bem-disposta, uma palhaça!
A sua filha Catarina já demonstra interesse pela representação?
Apesar de ela nem pensar nisso, vejo-lhe um dom natural, muito típico do lado Areia. Mas é muito tímida, não gosta de subir ao palco nem de ser o centro das atenções. Sempre gostou de dança e agora a sua nova paixão é a ginástica rítmica. Diz que quer ser professora de equitação, adora cavalos.
Alguma vez esteve sem trabalho?
Já estive sim. É muito doloroso e tenho pudor em falar disso. Nunca me deixo abater e todos os dias me obrigo a ser positiva e a encontrar uma solução. Mas desde que dou aulas a minha vida ficou mais estável.
Com um filha menor para educar e alimentar, como encara esta crise?
Desde que me lembro que a crise faz parte da vida dos atores. Quanto à educação da minha filha, tenho a grande ajuda do pai dela. É muito presente e não deixa que nada falte.
Alguma vez se arrependeu de ter posado para a Playboy?
Não, porque as fotos estavam lindíssimas e fizeram milagres na minha autoestima! Acho graça à ideia de uma bisneta um dia descobrir aquelas fotos num baú… (risos)
Na altura dizia ter “tudo de origem”. Mantém-se assim ou já deu retoques?
(risos) Nada de retoques. Tenho medo do bisturi e medo de mudar quem sou. Os hidratantes são os meus melhores amigos.
Tal como a protagonista de Wenders, anseia por viver um amor arrebatador?
Sou uma romântica incurável, sou daquelas que pensa que o amor tudo salva.
É uma mulher capaz de fazer loucuras por amor?
Completamente. Acho que, no amor, não há dúvidas nem equívocos. É aquele o caminho e é sempre em frente.
É complicado ser mãe solteira?
É, claro que sim. E ser mãe solteira e artista independente? Mas eu tenho muito sorte, tenho a ajuda do pai dela, da minha mãe… Existe uma rede de amor à volta da Cat.
E ela aceita que a mãe namore?
Bem, ela é muito possessiva… mas já está mais velha, já quer tempo só para si, veremos quando acontecer… se acontecer! (risos)
Gostava de ser mãe novamente?
Muito. Gostava de ter um rapaz, mas o relógio biológico avança….
Desde que o seu pai assumiu a relação com Rosa Bela, deu-se um afastamento. Como é a vossa relação?
Eu e o meu pai damo-nos bem, embora o veja menos, mas amo-o para sempre.
A sua filha está com o avô?
Não. A Cat não vê o avô há algum tempo…
Não aprova o namoro do seu pai?
É um assunto dele e acho que até disse demais na altura. Quero que o meu pai tenha uma vida feliz e cheia de amor.
E com o Camilo de Oliveira? Já é tempo de contar o que se passou entre vocês?
Bem, não quero mesmo falar desse senhor. Foi uma época muito triste. Foi o trabalho mais difícil que já fiz e só não foi um filme de terror porque a equipa da CBV foi fabulosa e acarinhava-me às escondidas.
O que deseja para 2012?
Quero acreditar que a vida se faz devagar, um dia de cada vez. Amanhã logo se vê!
Texto: Carla Simone Costa; Fotos: Bruno Peres; Produção: Manuel Medeiro; Maquilhagem e cabelos: Ana Coelho com Produtos Maybelline e L´oreal Professionel
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