Aos 17 anos, Miguel Oliveira é a grande promessa do motociclismo em Portugal. O jovem pertence à equipa Estrella Galicia e estreou-se este ano no Moto 3, aos comandos de uma Honda Suter, no Qatar. Agora, prepara-se para disputar em território luso a terceira prova do Mundial de Velocidades e acredita que pode vencer. O sucesso que tem alcançado não o faz descurar os estudos: O seu sonho é estudar Medicina.
VIP – Dia 6 de maio compete no Estoril. A confiança de vencer é maior sendo em solo luso?
Miguel Oliveira – A confiança de vencer está sempre presente em cada circuito no qual estou a competir. Já saio de casa com o objetivo de ganhar. É claro que, sendo o Grande Prémio em Portugal, pode dar-me uma motivação extra, pelo facto de ter cá a minha família e fãs a verem-me. Esse apoio, que me podem dar pessoalmente, é muito maior do que em qualquer outro circuito.
Suponho que deva conhecer melhor esta pista…
Normalmente pensa-se que os pilotos conhecem melhor as pistas do seu país, mas apesar de eu me ter iniciado no Estoril tenho mais experiência em circuitos espanhóis. Conheço tanto a pista do Estoril como as outras.
Em que patamar está em relação aos seus adversários?
Acho que estamos em igualdade. Na última corrida [no Qatar] senti-me bastante bem. Faltou alguma velocidade à mota, mas a equipa já está a trabalhar nisso. Nos próximos circuitos vamos tentar aproveitar melhor a aceleração e conseguir estar mais à frente.
Como se prepara para as provas?
Além dos treinos em pista, preparo-me fisicamente. Conduzir uma mota durante várias voltas é muito exigente. As altas temperaturas que passamos exigem muita resistência. É importante que tenhamos elasticidade em caso de queda ou se precisarmos de esticar mais o braço ou a perna, para não sofrermos nenhuma rutura muscular ou óssea.
Tem algum ritual que goste de cumprir antes de entrar em pista?
Benzo-me sempre.
É crente em Deus?
Tenho a minha fé e, como qualquer pessoa que acredite ou não em Deus, ou que tenha uma religião, eu tenho a minha fé. Vou sempre atrás daquilo em que acredito.
Que sacrifícios acha que tem feito em prol da carreira?
Chega a um momento em que temos de levar o desporto a sério. Temos de abdicar das saídas à noite, das bebidas… Cada um é livre de escolher o que quer, mas para se estar num desporto de alta competição e ser um atleta de alto rendimento é preciso abdicar disso. E eu fi-lo para ser quem sou e para ter a preparação que tenho. Por vezes, custa-me não poder sair, não ir mais vezes ao cinema ou simplesmente não estar mais tempo sem fazer nada. Chamam a isto sacrifícios, mas para mim não o são. São escolhas que têm de ser feitas para se chegar ao mais alto nível e eu faço-as de bom grado.
Não sente que esteja a perder a sua juventude…
Não, de maneira alguma. Não faço outras coisas, mas, quando me sento na mota, divirto-me tanto quanto os meus amigos quando saem à noite.
Como concilia a sua profissão com os estudos?
Tenho o estatuto de atleta de alta competição, que me ajuda com um plano de recuperação de aulas. Vou à escola como todos os meus colegas, mas devido ao elevado número de faltas é muito difícil acompanhar a matéria. Quando chego das provas vejo tudo o que foi dado durante a minha ausência, para recuperar a matéria e conseguir estar ao mesmo nível dos colegas. Depois, mudo as datas dos testes para quando cá estou.
E tem boas notas?
Tenho. A minha média ronda os 16 ou 17. Vamos lá ver os exames finais. O meu objetivo foi sempre entrar em Medicina.
Acha que é possível ser médico e piloto ao mesmo tempo?
Acho que sim (risos). Vamos ver se consigo provar.
Alguém na família é dessa área?
Sim, a minha mãe.
Como é que os seus pais veem a sua escolha profissional?
Eles apoiam-me e dão-me muita motivação para eu continuar. O meu pai acompanha-me desde que comecei a andar de mota, foi ele quem me incentivou a ir para o mundo dos corridas, porque ele também corria. A paixão foi passada por ele e é o meu pai quem gere a minha carreira.
Começou a correr com que idade?
Com nove anos. No primeiro ano fiz o Campeonato Nacional e depois fui logo para Espanha.
Deu o salto para uma carreira internacional em 2004.
Sim, foi quando fui para Espanha e fiz o Campeonato do Mundo.
Tem alguma referência no motociclismo que seja para si uma inspiração?
O Valentino Rossi, que já foi campeão do mundo nove vezes. Acho-o um piloto muito completo.
Texto: Helena Magna Costa; Fotos: Paulo Lopes; Produção: Romão Correia; Maquilhagem e cabelo: Vanda Pimentel, com produtos Maybelline e L'Oréal Professionnel.
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