A viver um momento de grande transformação na sua carreira artística, Romana sonha também com grandes mudanças pessoais. A cantora, que completa 31 anos este verão, quer muito ter mais filhos com o companheiro de há dez anos, Pedro Zarcos, com quem já tem Ísis, de oito, mas uma operação estética impede-a de engravidar nos próximos anos. A solução para a concretização deste desejo pode passar pela adoção, mas “a excessiva burocracia que se exige” e o aumento de volume de trabalho da concorrente de A Tua Cara Não Me é Estranha está a fazer com que o casal comece a perder a esperança: “Já tivemos mais vontade de avançar com o processo de adoção.”
Apostada em dar um novo rumo à vida profissional, que conta já com 22 anos, Romana juntou-se a uma nova empresa promotora, a Mspecialevents, que se tem empenhado em internacionalizar a artista e em alterar-lhe a imagem. Assim, no fim do último verão, Romana submeteu-se a duas operações plásticas. Na clínica do cirurgião Ribeirinho Soares fez uma abdominoplastia (que retira gordura localizada na zona da barriga) e uma lipoaspiração nas ancas. “Depois da gravidez fiquei com o corpo um pouco alterado e agora decidi fazer estas melhorias. Fiquei muito satisfeita com os resultados”, conta Romana. Mas “não há bela sem senão” e as intervenções estéticas feitas recentemente impedem que possa engravidar a curto prazo. “Eu e o Pedro queremos muito ter mais filhos, mas por causa da abdominoplastia não posso engravidar nos próximos três a quatro anos”, revela. Perante isto, mas nunca abandonando a ideia de aumentar a família, Romana ficou determinada em adotar um bebé. “Falámos em adotar uma criança. Quero muito, muito, adotar um bebé e depois de falar com o Pedro estamos em sintonia quanto a isso.” Mas as barreiras burocráticas não têm sido fáceis de ultrapassar e com a agenda tão preenchida devido ao sucesso que tem obtido com as suas prestações no programa dominical da TVI, essa é uma vontade que vai perdendo força. “É muito complicado fazer isso aqui em Portugal. Entendo que tenham de ter muitos cuidados para entregar estas crianças, mas por favor, sejam mais rápidos. Mesmo adotando no estrangeiro – que já me informei – há também muita burocracia… Já tivemos mais vontade, não vamos esconder”, lamenta.
"A minha família é o Pedro e a Ísis"
Enquanto não estão criadas todas as condições para a chegada de um bebé, Romana vai vivendo em pleno a família que construiu, não se cansando de elogiar “o forte de abrigo” que Pedro Zarcos e Ísis representam na sua vida. “Sou uma mulher muito estável, tenho uma família muito tranquila, muito feliz”, diz, para esclarecer: “Quando digo família, falo da minha filha e do Pedro. A família para mim é isso. Nós escolhemos o nosso marido e a partir dali construímos a nossa família, é a nossa base. E eles são o meu forte. A partir dali tenho a restante família que não escolhi, mas que aceito e gosto, porque é assim que temos de viver neste mundo, em que somos diferentes.”
Com uma adolescência marcada pela rebeldia, conta que a sua vida mudou radicalmente no momento em que soube que esperava a sua primeira filha. “Quando engravidei senti-me logo diferente e ainda hoje não sei explicar porquê. Comecei a ver para além dos meus horizontes de então.” Passados oito anos os olhos de Romana brilham quando fala da sua “princesa” que, para já, não lhe traz grandes preocupações. “A Ísis ainda é pequenina e é maravilhosa. Não sofro por antecipação. Tento estar atenta ao presente. Eu e o pai tentamos acompanhá-la de perto para que consiga resolver as questões que lhe vão surgindo. Eu fui obrigada a crescer. Quero que a Ísis seja criança no tempo que tem para ser criança e por isso não a condiciono muito.”
A menina é fruto da relação de Romana e Pedro Zarcos, que se conheceram há cerca de dez anos quando o músico integrava a equipa técnica da cantora. “Convivíamos bastante e apaixonámo-nos. Hoje, além de ser o meu grande amor, é o meu melhor amigo, meu irmão, meu companheiro.”
Mas porque poucas coisas na vida de Romana têm sido fáceis, também este namoro sofreu um abalo, quando em 2009 se separaram. A artista recorda esse momento da sua vida de uma forma positiva: “Foi a melhor coisa que nos aconteceu. Normalmente, quando estou com dúvidas sento-me e falo. E há pessoas muito especiais que nos ouvem e aceitam isso. Quando amamos uma pessoa temos de a deixar ser livre. Nessa altura precisámos de nos afastar.” A reconciliação deu-se cinco meses depois, até hoje. A trabalharem juntos, as horas de convívio são muitas, mas Romana garante que ambos sabem gerir muito bem essa parte das suas vidas. “É ótimo trabalharmos juntos. E aí já não somos marido e mulher, somos colegas. Ele faz uma série de coisas muito bem feitas, sinceramente acho que não encontrava alguém tão completo. É muito polivalente, faz muitos trabalhos e por isso é tão solicitado”, diz, franzindo o sobrolho. Quisemos então saber se é ciumenta. A resposta chega pronta: “A fase do ciúme foi inicial. Agora é mais a brincar. Se ele quiser ir beber um café com uma amiga vai. Ou há confiança ou não há e eu confio nele a 110 por cento ou mais.”
“Fui muitas vezes até ao limite”
Ao longo da conversa com a VIP, Romana – de seu nome verdadeiro Carla – repete por diversas vezes a ideia de que “passado é passado” e agarra-se como consegue a todas as boas energias para viver com um sorriso nos lábios. Aprendeu a defender-se dos maus momentos da vida e face às notícias que têm saído sobre os problemas de violência e álcool do pai confessa que nem as lê. “Façam as capas que quiserem. O mais importante não é aquilo que dizem, é aquilo que eu sinto. Não é a dar respostas por cima de contra-respostas que eu vou limpar aquilo. É continuar a ser eu mesma. E é com atitudes que eu me defendo. Não leio essas notícias, não fico nada preocupada, nem revoltada. Há tanta gente a gostar de nós, é aí que temos de nos apoiar.”
Já sobre a sua relação com a tia Ágata, alegadamente muito conflituosa, explica: “Quando a minha avó morreu todos vieram dizer que nos reconciliámos. Não houve nada disso, porque eu e a minha tia já falávamos bem. Mas cada uma segue o seu caminho porque temos percursos diferentes. Só isso.”
Habituada a refugiar-se no seu lado mais espiritual para ultrapassar as diversidades, defende que se acreditarmos “no amor, na harmonia e no respeito uns pelos outros” pode alcançar-se tudo. “A força está dentro de nós”, conclui. Foi a essa mesma força e determinação que recorreu quando com apenas 17 anos saiu de casa dos pais para se tornar independente. “Fui muito irreverente, muito rebelde. Mas isso tinha tudo a ver com a minha espiritualidade. Quando já trazemos alguma informação de outras vidas (e eu acredito nisso) os nossos comportamentos são mais rebeldes porque é a forma de exprimirmos que há qualquer coisa errada à nossa volta.” E confessa: “Fui muitas vezes até ao limite, mas não sofri com isso porque aprendi sempre. A melhor coisa que estamos aqui a fazer é a tirar partido da vida. Posso ter passado pela situação mais difícil da minha vida, mas foi aquela onde eu aprendi mais.”
Este espírito repleto de paz e amor não impede que se zangue quando é preciso, porém, Romana garante que não é mulher de perder as estribeiras. “Sou firme, mas não sou dura. Podemos ter muita harmonia no nosso coração, mas quando há momentos em que tem de haver firmeza não há volta a dar. Sou leão, ponto. Mas não me zango e procuro sempre dizer as coisas da forma que gostava que me dissessem a mim. São estes princípios básicos que eu passo à minha filha.”
Mudança na carreira
Uma das preferidas do público no programa A Tua Cara Não Me é Estranha a par de João Paulo Rodrigues, Romana tem cativado a atenção de um público diferente e as reações não se têm feito esperar na rua. “A abordagem das pessoas está completamente diferente, quebraram o preconceito em relação a mim e reconheceram que tenho algum talento. ‘Cantas bué’, dizem-me os miúdos da escola, eu acho tanta graça.” A par disto, tem levado a cabo uma transformação radical na sua carreira, apostando num novo visual, mais pop rock e em novas roupagens musicais, com outro tipo de letras nas suas canções. Os próprios espetáculos ao vivo têm uma produção diferente e Romana avança que em breve o público vai poder vê-la a atuar numa grande sala. A internacionalização é também uma grande aposta. “Tenho um disco para gravar lá fora, em inglês, espanhol e talvez em italiano. Mas para já ainda tenho muito trabalho por aqui. Tenho de conciliar todas as oportunidades. Trabalhar e divertir-me porque este trabalho é a minha vida.” Na próxima semana será lançado já em Portugal o novo single Era Sim, que já foi gravado em inglês.
Aproveitando o novo fôlego que o programa da TVI lhe tem dado, a artista está a investir a cem por cento na carreira. “Com este concurso tenho tido a oportunidade de expor as coisas de outra maneira.” Apesar desta grande transformação, garante que manterá o nome artístico. “Não vou deixar de ser eu mesma, não vou mudar o rosto, não vou mudar a voz. A única coisa que se tem de ir transformando é a mentalidade das pessoas. Eu acho que estou a conseguir chegar lá.”
Com o destino da carreira nas suas mãos e consciente de que seguiu o caminho certo na sua vida pessoal, depois de uma fase mais rebelde e conturbada, Romana adia para já o sonho de aumentar a família, mas à semelhança do que tem feito ao longo do seu percurso, não desistirá de ser mãe e assim que estejam criadas as condições dará um irmão a Ísis.
Texto: Ana Gomes Oliveira; Fotos: Paulo Lopes e Edgar Raphael; Produção: Manuela Costa; Cabelos e maquilhagem: Vanda Pimentel com produtos Maybelline e L’Oréal Professionnel
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